VINTE

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Os nossos dias em Nova Iorque estavam acabando

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Os nossos dias em Nova Iorque estavam acabando. Faltavam três dias para irmos embora e Alessandra não estava nada contente.
Eu fui em mais algumas reuniões com meu pai, mas não fui em todas, o que o deixou ainda mais irritado comigo.

- Você não tinha compromisso hoje? - Alessandra questionou quando pedi que colocasse uma roupa de frio para sairmos.

- Desmarquei.

- Nossa, cada dia seu pai deve me odiar mais. - brincou se levantando da cama e eu fui até ela, a puxando para meus braços.

- Acha que você é uma má influência? - perguntei afundando meu rosto em seus cabelos cheirosos até chegar em sua nuca.

Ela levou um braço para trás, o apoiando em minha cabeça e senti suas unhas passarem por meus cabelos.

- Eu acho que sou uma ótima influência, mas tenho a leve impressão de que seu pai não compartilha da minha visão.

Eu ri e a virei, deixando-a de frente para mim. Coloquei uma mecha de cabelo loiro atrás de sua orelha e, lentamente, distribui alguns beijos por sua mandíbula.

- Eu não me importo. - falei com a boca próxima ao seu rosto.

Sim, eu não me importava, o que chegava a ser estranho para mim, que passei anos fazendo coisas para ter sua aprovação. Mas eu sabia que não tinha jeito de ele apoiar um possível relacionamento com a loira doida à minha frente, então, simplesmente, decidi ignorar.

- Estou criando um monstro! - ela arquejou dramaticamente e me empurrou de leve, pegando sua mala e correndo para o banheiro.

Meus dias em Nova Iorque não estavam sendo chatos e passantes como achei que seria antes de viajar e tinha certeza que era por conta da companhia que eu tinha. Alessandra conseguia fazer até uma simples ida ao banheiro de um restaurante caro uma coisa divertida quando voltava falando sobre como era diferente dos "restaurantes de pobre", como ela chama.

A loira voltou com um casaco moletom preto com letras brancas formando frases em inglês e uma calça jeans rasgada em algumas partes, calçando uma bota preta de salto.

- Você sabe o que está escrito aí? - indiquei seu casaco com o queixo.

A vi abaixar o olhar por um momento, o voltando, determinado, para mim.

- Claro. - disse enfática.

Não consegui segurar o sorriso divertido e ela bufou, virando as costas e guardando a mala dentro do guarda-roupa.

- Então o que? - pressionei.

- Você não sabe inglês fluente? Para que precisa que eu te diga?

Os olhos atrevidos brilharam em minha direção, em um desafio claro. Me fazendo de idiota, balancei a cabeça exaltando o lábio inferior em um tipo de bico.

Uma Caixa De Amor [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora