VINTE E NOVE

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Eu estava me afogando no trabalho

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Eu estava me afogando no trabalho. Como nunca antes. Era difícil. Durante o dia eu conseguia me ocupar de tal modo que não lembrasse dela ou de nada. Mas quando eu chegava em casa, as memórias me abatiam e o jeito era tomar remédios para dormir ou várias doses de bebida alcoólica. Trágico.

Durante um mês inteiro, não tive nenhuma notícia dela. Imaginei que estava aproveitando tudo o que ficou para si. Mas até estranhei por não ter visto nenhum vídeo novo em seu canal -
Sim, eu entrei em seu canal para olhar. Mas não fiquei quebrando a cabeça para entender Alessandra, já sabia que era uma tarefa inútil.

O projeto da empresa em Nova Iorque já estava praticamente pronto. Não tinha como ser de outro jeito, já que nunca corri tanto com um projeto como corri com aquele.

Eu estava na empresa quando meu celular começou a tocar feito louco. Vi o nome de Max na tela e estranhei.

- Oi - atendi.

- Você viu?

- Vi o que?

- O vídeo novo no canal da doida.

- Nem quero ver.

- Irmão, só assiste.

Estranhei a insistência de Max para que eu visse o vídeo. Ele sabia o que eu estava passando e não seria atoa que me mandaria assistir algo feito por ela.

Então fui rapidamente até o site e abri seu vídeo que estava aparecendo nos destaques. Era quase impossível de acreditar que aquela tinha sido uma iniciativa de Alessandra. Com certeza tinha feito alguma parceria e estava ganhando muito em cima daquilo. O vídeo estava incrível em todos os sentidos. Desde o roteiro até o figurino. Estava até bem educativo. Mas claro que não era coisa dela. Não podia ser.

[...]

- Vadia! Ganhando dinheiro às suas custas. Você deveria cobrar tudo o que investiu nela. Aquela menina não vale um centavo! - minha mãe xingava enquanto via a produção.

- Não vou cobrar nada. Se era tão importante para ela, que seja feliz com o dinheiro.

- Você é burro, meu filho.

Revirei os olhos e suspirei. Talvez eu fosse mesmo. Burro o suficiente para não me dar conta da cobra que estava quase me engolindo. E ainda mais burro por não deixar de gostar da cobra maldita mesmo depois de tudo. Mas sabia que era questão de tempo. Minha mãe sempre disse que tudo era. Os dias iam passando e tudo cicatrizaria alguma hora. Pelo menos era nisso que eu me agarrava.

Max me encontrou em um clube de tênis e começamos a jogar com mais dois caras que apareceram.

- Não tem como ignorar que foi uma puta jogada. - meu amigo disse ainda sobre o vídeo da loira.

- Com certeza não foi ela que pensou nisso. - rebati a bola com força.

- Acho que nunca saberemos. - atirou a bola para o outro campo - Ou, talvez, sim.

Uma Caixa De Amor [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora