Uma Caixa De Amor [CONCLUÍDO]

VINTE E DOIS

Voltamos para o Brasil logo depois de eu ter começado a namorar. Eu realmente havia pensado muito em tudo. Mas no fim, percebi que nada me importava. A má reputação que ela tinha, suas doideiras... nada me importava porque tudo ficava mais fácil quando eu estava com ela. Mais leve. Eu pouco ligava para o que iriam falar, eu estava feliz, realmente feliz como em muito tempo não ficava. Me pegava rindo totalmente descontraído com ela, como se não houvessem problemas ou preocupações.

Alessandra era exatamente o que eu precisava naquele momento da minha vida e eu demorei um pouco para entender realmente.

- Diga-me que é mentira! - minha mãe brigou entrando no meu quarto - Me diga que você não pediu aquela doida em namoro!

- Não posso. Eu pedi.

- Ian! - grunhiu - Eu não quis acreditar quando seu pai me contou. Não pude acreditar que estava cometendo tamanha loucura. Aquela menina é louca e já está interferindo na sua vida. Seu pai me disse da briga de vocês e de suas faltas às reuniões. Por Deus, meu filho! Você nunca faltou com trabalho. Olhe o que ela está fazendo!

- Isso não é culpa dela, mãe. Não pode culpa-la por escolhas minhas.

- Escolhas influenciadas por ela!

- Não são! - teimei - Eu tenho idade o suficiente para saber o que quero para mim, não será ela e nem ninguém que vai me influenciar. Se eu fiz algo ou deixei de fazer, foi porque eu quis assim. Não ela.

- Você não pode jogar fora todos esses anos de preparo, Ian. Você faltou a uma reunião do seu próprio projeto!

- Uma reunião que não tinha mais sentido. Já tínhamos falado tudo que tinha que ser dito. E eu não disse que vou largar tudo, eu só quero mais tempo para mim.

- Você tome muito cuidado, meu filho. Vai mudar sua vida por causa dessa garota e pode se decepcionar ao ver que ela não é bem quem você pensa.

Suspirei e ela saiu do meu quarto. Àquela hora eu devia estar no trabalho, mas estava apenas pesquisando algumas coisas em casa. Tinha avisado ao meu pai que não conseguiria ir. Alessandra e eu tínhamos conversado muito sobre o projeto de seu canal e ela tinha dito que pesquisaria tudo e me entregaria organizado. Aproveitando a desculpa de querer saber como estavam as coisas, peguei meu celular e liguei para ela.

Mas, surpreendentemente, apenas chamou e caiu na caixa postal. Liguei mais duas vezes, mas em nenhuma fora atendido. Estranhei, pois pelo o que eu conhecia de Alessañdra, ela não ficava longe do celular.

[...]

- Eu não acredito que você está namorando a doida! - Max disse assim que lhe contei tudo que aconteceu em Nova Iorque.

- Para falar a verdade, nem eu. - gargalhei me encostando em seu sofá.

- Por falar nisso, encontrei com a prima dela no shopping um dia desses.