VINTE E SETE

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Fiquei parado dentro do meu carro ainda no estacionamento do prédio de Alessandra tentando processar o que aconteceu

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Fiquei parado dentro do meu carro ainda no estacionamento do prédio de Alessandra tentando processar o que aconteceu. Meus sentimentos se misturavam, mas o que mais se sobressaía naquele momento era raiva.

Raiva dela por ter mentido, fingido, me enganado. Raiva de mim por ser tão cego para não perceber que tudo era um plano. Raiva até dos outros que me avisaram.

Todos me avisaram. Todos alertaram que ela era problema. E eu, idiota, não acreditei. Acreditei que existia algo mais naquela mulher.
Minha respiração estava profunda e eu só queria quebrar alguma coisa.

Como pude ser tão burro?

Soquei o volante e encostei minha testa no mesmo, procurando me acalmar, não podia dirigir naquele estado. Eu via tudo escuro de tanto ódio.

Apenas comecei a dirigir quando minha respiração voltou ao normal. Fui direto para a minha casa. Entrei ignorando minha mãe e meu pai e fui rapidamente para o meu quarto. Meu sangue fervia quanto mais eu pensava.

Estava na minha cara. Ela nem disfarçava o interesse no meu dinheiro. Mas bem, achava que era normal já que vinha de família humilde. Deus, tão burro. Me perguntava como ela podia ter fingido aquilo tudo. Como eu pude achar ter visto alguma verdade em seus olhos.

Vários momentos nossos em Nova Iorque ocupavam minha mente e aquilo que eu via como um período de aproximação, passei a ver como puro fingimento.

E a noite anterior... antes tinha achado que não havia como uma pessoa se entregar a outra daquele jeito sem estar apaixonada, mas Alessandra mostrou que sim. Ela, com certeza, era experiente o suficiente para fingir o que quisesse.

- Ian? - minha mãe chamou entrando em meu quarto - O que houve, filho?

- Me deixa sozinho agora, por favor.

- Você está bem?

- Estou bem. Me deixa sozinho.

A ouvi suspirar e logo a porta bateu. Ainda teria que admitir para os meus pais o quanto eles estavam certos e eu terrivelmente enganado.

Achei que conseguia ver nela uma pessoa que os outros não viam. Achei apesar de um pouco doida, ela era uma pessoa boa. Achei que sentisse algo por mim. Mas Alessandra não era nada do que eu pensava. Não passava décima mulher interesseira, manipuladora e egoista. Uma mulher que não se importava de brincar com os sentimentos das pessoas. Que não se importava com ninguém além de si mesmo.
Eu nunca estive tão enganado sobre alguém em toda a minha vida.

[...]

Entrei na empresa no dia seguinte engolindo todo o meu orgulho. Fui direto até a sala de meu pai e o vi me olhar atento quando entrei.

- Achei que se trancaria no seu quarto para sempre, considerando o jeito que entrou ontem. - comentou.

Era a minha vontade.

Uma Caixa De Amor [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora