Ei, não crie expectativas!
Ela está longe de ser a mocinha dos livros de romance.
Não. Alessandra Oliveira nunca foi a mocinha inocente que todos esperavam. Sempre foi muito ambiciosa e vaidosa. Por outro ponto de vista, poderia até ser a vilã desse...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
IAN
Acordei puxando o ar fortemente. Olhei ao redor procurando Alessandra e me vi no sofá da minha sala.
Não.
Corri até o quarto e foi como uma facada no peito. Tudo estava do jeito que eu me lembrava. As coisas quebradas, a porta do banheiro no chão, as roupas dela em cima da minha cama e a caixinha rosa no chão. Engoli o nó que começava a se formar em minha garganta e me abaixei para pegar o presente que ela tinha me deixado. Pelo menos aquilo eu tinha que guardar direito.
Voltei para a sala e peguei a fita do aparelho e guardei de volta na caixa. Peguei o pingente e hesitei em guardar também. Em vez disso, o coloquei em meu bolso.
Olhei ao redor do apartamento e senti que ficar ali iria me matar. Por isso, peguei minhas coisas e segui para a casa dos meus pais. Toquei a campainha com o maxilar trincado e prendi a respiração quando minha mãe abriu a porta.
Ela nunca abria a porta, justo naquele dia tinha que ser ela.
- Ian? O que houve?
- Posso entrar?
Minha mãe cedeu a passagem e eu entrei em silêncio. Segui direto para meu antigo quarto e joguei minhas coisas em cima da cama, a única coisa que deu tempo de fazer antes que minha mãe entrasse no quarto, já me questionando.
- O que aquela garota fez dessa vez?
Balancei a cabeça, realmente não queria falar daquilo com ela.
- Você não vai defende-la, não é? Ian, aquela mulher só te machuca. Por Deus!
- Tem como você me dar um tempo? - explodi e elevei o tom. - Eu não quero falar disso agora e eu não quero falar disso com você!
- Eu sou sua mãe, Ian!
- Ótimo. E como minha mãe tem como você me dar um tempo?
Ela grunhiu e bufou, mas deixou o quarto, me dando o espaço que tinha pedido. Suspirei e me joguei em minha cama. Passei o dia inteiro daquele jeito. Apenas encarando o teto e lembrando dela.
[...]
Um pouco mais tarde ouvi a porta abrir, mas não fiz questão de olhar para ver quem era.
- Eu sinto muito - meu pai disse poupando meu trabalho. - Max me contou sobre Alessandra.
Apenas assenti com a cabeça, ainda sem o olhar. Senti a cama afundar ao meu lado e ele suspirou.
- Sabe, eu fui o primeiro a ir contra ela. Falei com a sua mãe que ela queria se aproveitar de você assim que bati meus olhos nela. E eu não acreditei na mudança dela - continuei em silêncio -, a princípio.
Sua continuação me fez o olhar. O que ele queria dizer com "a principio"?
- No dia do aeroporto, eu fui para tentar suborna-la. Ofereci a quantia de dinheiro que ela quisesse para deixar você. Alessandra não quis. Fez um discurso sobre você, me lembrou o quão responsável e inteligente você é. Me lembrou que você é adulto e sabe o que faz, que eu já não posso decidir por você e que quebrar a cara faz parte da vida. Me disse que você merecia tudo de melhor e que eu devia tentar te apoiar, não por ela, mas por você.