Uma Caixa De Amor [CONCLUÍDO]

VINTE E CINCO

Acordei com Alessandra nos braços enquanto vestia uma camiseta minha e tinha os cabelos cor de mel jogados pelo meu travesseiro. Era, certamente, a melhor visão que eu poderia ter de manhã.

A noite anterior havia sido surpreendente. Eu imaginava que seria bom mas foi além de bom. Foi algo esplêndido e novo para mim. As bolhas na boca do estômago e a satisfação ao ve-la se entregando sem reservas foi incrivelmente novo. Não tinha sequer palavras para explicar o quanto havia sido maravilhoso. Ou o quanto eu estava feliz.

Todo o desejo, atrevimento e determinação de seus olhos não escondiam o quanto ela também estava entregue ali. Não apenas de corpo, mas de alma.

- Eu sei que eu sou linda, mas não precisa ficar me encarando enquanto durmo. É estranho. - ouvi sua voz cheia de humor e só aí me dei conta de que tinha acordado.

- Bom dia! - ela sorriu e se esticou para deixar um selinho em meus lábios.

- Eu tenho que me encontrar com a produção do canal para gravar o segundo vídeo hoje. - avisou se sentando na cama.

- Seria bom demais para se verdade se pudéssemos ficar aqui pelo resto do dia. - resmunguei.

Não que eu achasse que podíamos, já que também tinha meus compromissos. Mas seria perfeito se tudo sumisse.

- Seria mesmo. - a ouvi sussurrar.

Antes que eu pudesse falar algo, Alessandra já tinha se levantado e corrido para o banheiro com sua bolsa, voltando minutos depois já toda arrumada.

- Trouxe roupa de dormir atoa. - falou me mostrando a camisola que estava na bolsa e eu ri.

- Se serve de consolo, minha camisa fica muito mais bonita do que a camisola.

[...]

Fui correndo para a faculdade, pois já estava todo atrasado, mas ainda assim, nada tirava meu bom humor. No intervalo, Max me ligou, falando que achava uma boa começar a trabalhar na empresa comigo e eu vi que meu dia só melhorava.

No meio do dia, Alessandra me mandou uma foto dela vestida no novo figurino e toda maquiada fazendo careta. Deus, eu estava mesmo apaixonado.

Quando estava saindo, estranhei ao ver Aurora parada e encostada em meu carro. Me aproximei devagar ao ver sua expressão fechada.

- Aurora? O que está fazendo aqui? - perguntei e ela abriu um sorriso quando notou que eu estava perto.

- Oi, Ian. Como você está?

Notei um tom irônico em sua voz e não gostei nada. Não me trazia uma sensação boa.

- Bem.

- Sabe, eu queria falar com você...

- Eu estou atrasado, Aurora. Melhor outro dia. - menti.

Não estava atrasado. Daria e sobraria tempo para chegar na empresa, mas eu não queria conversar com ela. Sabia que não viria coisa boa dali.