VINTE E QUATRO

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Saímos daquela pequena bolha em que eu nos imaginei quando minha tia nos chamou para cantar parabéns

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Saímos daquela pequena bolha em que eu nos imaginei quando minha tia nos chamou para cantar parabéns. Meu coração estava descompassado e eu me senti aérea todo o tempo.

Todos foram indo embora aos poucos e ficamos apenas eu, Ian e minha tia.

- Podem ir, crianças. Eu dou um jeito aqui! - ela liberou.

- Tem certeza? Podemos ajudar. - Ian tentou.

- Você já fez muito, filho. - sorriu - Podem ir.

Andamos para fora do salão e em frente ao elevador, Ian me puxou pelo braço.

- Quer dormir lá em casa hoje?

- Ahn... não sei. - hesitei.

Bem, depois de tudo o que eu tinha sentido naquele dia, eu não sabia se dormir com ele era a melhor opção. Levando em consideração que minha situação pioraria sem dúvidas. Minha situação? Eu mal sabia o que estava acontecendo comigo. Ou talvez soubesse. Mas não. Aquilo não podia acontecer.

- Vamos. Por favor. - insistiu se aproximando e afundando o rosto em meu pescoço. Inalou ali profundamente e eu me estremeci. Minhas pernas falharam quando ele começou a passar a pontinha do nariz por aquela região e plantou beijos na curva para o meu ombro.

- Isso é jogo sujo. - acusei nervosa.

- Cada um tem sua vez de jogar, não é?! - devolveu com um sorriso de canto.

Olhar em seus olhos foi o meu maior erro. Como poderia dizer não?

- Eu vou só pegar algumas coisas lá em cima.

Ele sorriu com minha declaração e me puxou para um beijo rápido.

- Não demora.

Fui em direção às escadas quase desfilando, mas desatei a subir correndo quando soube que ele não podia mais me ver. Arrumei uma bolsa simples com um pijama, uma muda de roupa e minhas maquiagens e me virei para descer, dando de cara com Aurora.

- Parabéns, Alê. - disse com a voz carregada de ironia - Desculpe não ter ido à sua festa, é que minha consciência me impede de ficar perto de pessoas traíras.

- O que você quer, Aurora? - bufei cansada.

Ela cruzou os braços e se aproximou de mim com os olhos estreitos. Vi Estrela passar correndo pelo vão da porta e a cadelinha se postou ao meu lado, também encarando minha prima.

- Sabe, eu achei que você não fosse capaz de gostar de ninguém além de si mesma...

- Você já disse isso. Será que dá para me deixar passar?

- Calma, prima. - sorriu - Eu realmente achava isso - continuou -, mas eu tenho visto suas reações com o idiota do Ian e estava confusa. Mas não, eu não conseguia acreditar que você era capaz de se apaixonar.

Uma Caixa De Amor [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora