TRÊS

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DAISY

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DAISY

— ONDE DIABOS ESTÁ MEU DESCAFEINADO? TODO MUNDO SABE QUE EU NÃO POSSO TOMAR CAFEINADO!

Eu respirei fundo assim que pisei os pés no set.

Brandi Mann, a atriz principal de Corações em Chamas, estava gritando pela sala de estar com o cabelo metade preso em um penteado exuberante do século dezoito e a outra metade solta, mas, ainda sim, parecendo incrivelmente sedosos.

Atrizes sempre tinham cabelos perfeitos e eu morreria para saber o que elas fazem neles. Talvez elas os lavassem, coisa que eu não fazia há... três dias?

— Onde está o descafeinado de Brandi? — A assistente do diretor perguntou para mim, no momento em que eu estava colocando o crachá com meu nome manchado, porque saí na chuva um dia e a caneta borrou.

Ganhamos um Emmy de melhor direção no ano passado, mas, mesmo assim, ninguém tinha dinheiro para me comprar um maldito crachá decente.

— Eu acabei de chegar.

— Que bom. Agora vá buscar o descafeinado! — disse ela.

Ela era uma mulher na casa dos quarenta, vivia com o cabelo preso em um coque bagunçado e berrando ordens por aí.

Antes que eu pudesse perguntar onde diabos arrumaria um descafeinado a essa hora, ela já estava do outro lado do set, tendo uma conversa séria com os maquiadores.

Esse era meu trabalho afinal — fazer o que qualquer um que tivesse um crachá impresso pedisse. Isso incluía comprar comida, remédios, os anticoncepcionais de Brandi e, às vezes, alguém me chamava para perguntar sobre uma cena.

Geralmente, era algo como "Não deveria ter um jarro de flores ali? Ponha um jarro de flores ali, então!".

Mesmo não sendo o que eu esperava, eu adorava a chance de poder estar no set de filmagens.

O ambiente era incrível e inspirador.

A série que estávamos gravando se passava no século dezoito, durante a revolução americana. Nós usávamos usando uma casa antiga na cidade fictícia da emissora. O local havia sido transformado em um cômodo antigo saído diretamente de 1776. Com dois sofás de pano vermelho no meio e uma mesa enorme de mogno com entalhamentos nas laterais. Mas o que mais chamava a atenção era o quadro enorme do período vitoriano com a imagem de um campo e duas crianças correndo por ele.

A produção custara uma fortuna. Seriados e filmes antigos sempre saíam caros demais, por isso a emissora precisava de segurança total sobre o produto final para liberar as gravações.

Nesse caso, o seriado era um enorme sucesso na América do Norte.

Para resumir se tratava de um romance histórico durante a independência dos Estados Unidos entre um inglês que lutava a favor da metrópole e uma americana, descendente de protestantes prussianos, que tentava lutar a favor da colônia, porém com muito mais obstáculos, porque ela era uma mulher. E seu pai — e todos os homens — não acreditavam que ela podia de fato lutar.

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