QUINZE

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GUY

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GUY

Daisy devia estar naquele provador há trinta minutos. Eu não entendia como mulheres passavam tanto tempo para vestir uma roupa quando eu conseguia facilmente tirar tudo em menos de vinte segundos.

Do outro lado da loja, assisti uma loira se olhar no espelho com um vestido tão curto que conseguia ver uma parte da sua bunda. Ela me pegou olhando e sorriu.

Estava prestes a me levantar do sofá e ir flertar com aquela mulher quando o provador que estava Daisy se abriu e minha atenção foi totalmente desviada para ela.

Ela vestia um vestido vermelho com alças finas rendadas e pequenos cristais espalhados de maneira uniforme pelo busto. Tinha um decote pequeno na altura do peito, mas o suficiente para incitar a imaginação. O vestido ia até os pés e tinha uma abertura enorme no lado esquerdo de sua saia, de modo que podia ver parte das pernas de Daisy.

O seu corpo era mais avantajado, mas ele se encaixou com perfeição em cada pedaço e recorte do tecido, como se alguém tivesse criado aquela peça apenas para Daisy e ninguém mais.

Era incrível e ela, com certeza, roubaria a cena naquele modelo.

Uau.

— É lindo, certo? — ela se olhou no espelho da parede, balançando a saia como uma criança que ganhou uma nova roupa.

— Você deveria ir com esse — falei, sem conseguir parar meu olhar em algum ponto do seu corpo.

— Não sei... — murmurou para a sua própria imagem..

Eu me levantei com o cenho franzido.

— Qual o problema? — aproximei-me até poder ver minha própria imagem ao seu lado no espelho — Você não é uma daquelas garotas inseguras com o próprio corpo, é?

— Isso foi tão insensível — Daisy rebateu —, mas não. Digo, eu gosto do meu corpo, porém tenho noção dos seus limites. E todos esses recortes ultrapassam eles.

Parecia insegurança para mim.

Posicionei meu corpo atrás de Daisy, próximo o bastante para poder sentir o cheiro de maçã vindo do seu cabelo, mas não o suficiente para sentir o calor do seu corpo contra o meu.

— Você está linda, Daisy — arrisquei colocar as mãos nos seus ombros descobertos. Ela estremeceu — E, tenho certeza de que não há nada no espelho que esteja fora do seu limite, muito pelo contrário, não acho que exista um limite para você — sussurrei lentamente, aproximando meus lábios próximos do seu ouvido.

Seu pescoço estava logo abaixo do meu rosto. Uma ideia brotou na minha cabeça. Eu queria levantar minha mão, tirar as mechas de cabelo que cobriam seu pescoço e beijá-lo ali mesmo na frente de todos.

A expressão de Daisy no espelho era indecifrável. Não podia dizer se ela estava pensando o mesmo que eu ou estava apenas paralisada com a proximidade para dizer qualquer coisa. Eu desci minhas mãos pelos seus braços, sentindo ela se arrepiar sob meu toque.

Foi quando Daisy piscou e acordou de seu transe. Ela se virou e se afastou do meu toque com tanta rapidez que eu me assustei.

— Você está quebrando a regra número um! — disse naquela voz autoritária e irritada.

— Eu só toquei no seu braço!

O que não era nada comparado ao que eu fazia com outras garotas em um quarto escuro.

— Você tocou no meu braço de um jeito sedutor — acusou ela, entonando a última palavra.

— Você foi seduzida? — ousei abrir um sorriso.

— Não! — Daisy aumentou o tom de voz, chamando atenção de Kyle e da moça de vestido curto do outro lado.

Ela realmente não dava a mínima se todos a estavam encarando enquanto ela gritava igual uma louca.

— Olha, Carver, se vamos mesmo seguir com toda essa história. Você precisa começar a levar isso a sério. Não quebre minhas regras ou apareça com uma garota diferente todos os dias nas revistas. Isso não vai convencer ninguém. Comece a ter mais responsabilidade e seriedade.

— Se eu tive algum tesão por você nesses últimos minutos, pode ter certeza que ele sumiu no momento em que você encarnou Thatcher — falei, passando a mão pelos cabelos. Eu voltei a me sentar no sofá, frustrado com toda aquela cena.

Daisy me olhou por alguns segundos, aquele mesmo olhar de quem não sabia o que fazer comigo que já vi em Thatcher e no meu pai. Ninguém nunca descobriu uma resposta para essa dúvida.

— E eu vou levar o vestido. Não por causa das suas palavras, mas porque eu conclui sozinha que sou boa suficiente para ele.

— Ótimo.

— Mas é muito dinheiro — o discurso de Daisy murchou.

— O que aconteceu com aquela história de me usurpar até o último centavo?

— Eu me apego fácil às pessoas. E agora que te conheço, não quero que gaste seu cachê milionário comigo — falou, colocando as mãos na cintura.

Eu ri e chamei Kyle com a mão.

— Então?

— Embale esse.

Daisy me agradeceu com um sorriso e pareceu ter esquecido do ocorrido de alguns segundos atrás que mal chegou a ser um ocorrido. Eu nem toquei nela direito. Sinceramente.

— Eu te compensarei.

— É um presente. Não precisa compensar — dei de ombros — E eu falei sério sobre você estar ótima.

— Sim, eu sei. Agora pare de olhar para minhas pernas.

— Culpado — Ergui minhas mãos em rendição.

Daisy revirou os olhos.

Um telefone tocou ao meu lado. Não era o meu, porque a única pessoa que me ligava era Thatcher e apenas quando eu me enfiava em alguma confusão. Mas nessa última semana, eu estava tão comportado quanto um padre — tirando aquele encontro de ontem à noite e da noite anterior e da outra noite... Está bem, eu não estava tão comportado assim, mas, pelo menos, não parei na manchete de nenhuma revista de fofoca.

Daisy caminhou até a sua bolsa e tirou o seu celular de dentro. Ela olhou para tela de chamada com uma expressão resignada. Daisy tentou afastar o celular, provavelmente para que eu não visse quem estava ligando, contudo fui mais rápido e consegui enxergar a letra "C".

Era o ex-namorado dela.

— Você quer que eu saía?

Queria que Daisy dissesse "não", pois isso significaria que ela não atenderia. Não sei por que eu me importava tanto. Talvez porque eu vi como ela ficou abalada com a traição e não achava que falar com ele melhoraria essa situação.

Infelizmente, Daisy assentiu e eu fui obrigado a me levantar.

Casamento à Moda InglesaOnde histórias criam vida. Descubra agora