[ FAKEDATING || +16 ] Daisy é uma das maiores diretoras de cinema atualmente... Ok, pelo menos, nos seus sonhos, ela é. Na vida real, Daisy Lynton trabalha como "assistente" da assistente de direção no set de Corações em Chamas, uma série bem sucedi...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
GUY
Devia ser dez da manhã.
Era como se meu corpo pesasse uma tonelada. As casas do meu condomínio passavam como um borrão por mim e eu sentia que as unhas enormes de acrílico de Maya estavam arranhando minha garganta.
Ainda não estava completamente sóbrio. O carro cheirava a álcool e a cigarro. Se um policial me parasse nem precisaria se incomodar em procurar pelo bafômetro. Mesmo assim, eu dirigia, porque não podia dormir na rua ou isso renderia outro escândalo.
Acelerei o carro quando esse pensamento passou pela minha cabeça, eu não deveria procurar mais problemas com a polícia nesse momento.
Em poucos minutos, cheguei no meu condomínio e me dirigi para a mansão de paredes brancas. Ela era pequena em comparação as outras. Eu tinha dinheiro para adquirir uma maior se quisesse, porém eu nunca fui fã de coisas exageradas. Nasci em um berço de ouro e ter coisas demais era cansativo.
Assim que entrei em casa, quase tropecei em uma mala cor-de-rosa de Hello Kitty que definitivamente não pertencia a mim ou às minhas parceiras que frequentavam a casa.
Franzi o cenho. Que diabos era aquilo?
Fui até a sala de estar e ninguém menos que Daisy Lynton estava sentada no meu sofá, mexendo em seu notebook, descontraída e tão confortável na minha casa como se morasse ali há anos.
— Você não sabe como foi fácil entrar aqui. Talvez devesse repensar na segurança desse lugar — disse, sem tirar os olhos da tela do notebook — O seu porteiro simplesmente me deixou passar sem questionamentos.
Eu sorri e me aproximei.
— Deve ser porque eu pedi que ele deixasse entrar qualquer garota que procurasse por mim e ele achasse gostosa.
— Ah, merda, quer dizer que ele não estava sendo educado ao me ajudar a tirar as malas do carro? — Daisy franziu o cenho, finalmente me encarando.
Ela arrumou os óculos no rosto e sua expressão se retraiu por alguns segundos. Ela tentou disfarçar, desviando o olhar para seu computador, mas foi tarde demais. Eu devia estar mesmo uma droga.
— Não — respondi, indo até o mostruário de bebidas do outro lado da sala, que já estava vazia exceto por uma garrafa de Xellent pela metade.
Servi um pouco e bebi rapidamente para ajudar as sinapses do meu corpo a trabalharem. Pelo menos até entender o que Daisy estava fazendo aqui. Depois, eu tomaria um banho e hibernaria na minha cama por algumas horas — eu ainda tinha que comparecer à gravação amanhã, afinal de contas.
— Então, você considerou a proposta? — perguntei, sentando-me no outro sofá.
Daisy fechou o notebook e suspirou duas vezes como se estivesse se preparando para um grande discurso.
