VINTE E SETE

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DAISY

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DAISY

Eu deveria ser canonizada por ter conseguido recusar Guy Carver daquela maneira.

Nós chegamos tão perto... E se a voz da razão não tivesse gritado na minha cabeça que aquilo era uma má ideia, eu teria cedido. Nós teríamos nos beijado. Ele me levaria para o quarto dele. Provavelmente tiraria minhas roupas antes mesmo de alcançarmos a cama. Beijaria meu pescoço e... Droga, ainda bem que ele estava longe e não podia ver minhas bochechas vermelhas.

Aquilo não funcionaria. Eu construí uma boa amizade com ele até agora e beijá-lo estragaria tudo, porque, para Will, era simplesmente transar e depois comer um X-Burger no McDonalds, como se nada tivesse acontecido, mas não para mim. Se ele me beijasse, eu não seria capaz de agir casual.

E depois de Cliff... Sim, Cliff. Eu ainda tinha sentimentos por ele, certo?

Digo, eu não sei... Faz tantos dias que não penso nele... Foi como se nada tivesse acontecido. Todo aquele amor sumiu como uma bolha de sabão que estoura no ar e não deixa rastros, se é que um dia existiu algum amor. Começava a desconfiar que talvez não.

E aqui havia Will. Bem na minha frente.

Observei-o enquanto ele era abordado por duas adolescentes que ergueram o celular para pedir uma foto. Will posou ao lado de uma delas, seus cachos voavam levemente e suas bochechas estavam rosadas pelo frio.

Ele abriu um sorriso e nossos olhares se encontraram nesse momento. Sorri de volta, sentindo mil borboletas voando pelas paredes do meu estômago.


*


Limpei meus óculos, coloquei de volta no rosto e me preparei para algo que já deveria ter feito há um bom tempo — dar adeus a Lady Lynton e o duque de Sheffield.

Precisava mudar aqueles nomes imediatamente, sentia que de alguma forma aquilo estava influenciando o rumo do roteiro de um suspense psicológico para... pura pornografia. E eu não necessitava desse tormento na minha vida no momento.

Se bem que... Bom, havia uma cena em minha cabeça, envolvendo os dois em casa em plena tempestade de neve e não seria a mesma coisa com Everlye e Lancashire...

Eu me levantei e deixei meu notebook em cima do balcão, aberto na primeira página do roteiro. Tinha anotado sobre aquela maldita cena em algum papel no meu quarto. Subi as escadas para vasculhar o quarto de hóspedes, que já estava uma bagunça, porque essa era eu.

Devo ter passado uns trinta minutos procurando a droga do papel. Quando desci de novo para a cozinha, meu notebook ainda estava no balcão, mas tinha alguém mexendo nele... Meu coração parou.

Will.

Will sentado no balcão, encarando meu notebook.

Ele ergueu os olhos da tela para mim. Eu torci para que ele falasse: "Só estava pesquisando por algumas camisinhas comestíveis. Tudo certo aqui", exceto que ele só continuou me encarando. Um sorriso rompeu seu rosto e eu soube.

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