QUARENTA E QUATRO

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GUY

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GUY

Ian estava certo. Assim que pisei na varanda da casa dos Lyntons, meu ouvido foi preenchido por gritos infantis e alguém tentando controlar a fonte desses gritos, porém claramente falhando.

Ok. Eu estava fazendo isso. Estava na porta da casa de Daisy. Minhas mãos estavam suadas. Meu corpo estava suado. Minha garganta estava seca. Eu ensaiei um discurso do que dizer para ela na viagem de Malibu até Oakland, mas agora que estava realmente aqui, não me recordava de nenhuma palavra do mesmo.

Não me sentia exatamente o adulto de trinta e dois anos que eu deveria ser.

Antes mesmo que pudesse pensar em bater, a porta se abriu e uma mulher bonita de cabelos escuros surgiu na porta.

Daisy tinha razão sobre sua mãe. Elas não se pareciam muito em questão de aparência. A mulher na minha frente tinha os cabelos claros e caramelizados, a pele clara quase pálida e olhos azuis, um pouco mais escuros que os meus próprios. E, no entanto, o sorriso simpático e com uma pitada de rebeldia era o mesmo.

— Olá, no que posso ajudar?

— Hã... Eu- — me interrompi, gaguejando enquanto ela me olhava com expectativa. Encarei-a novamente enquanto procurava minha dicção.

Senhoras e senhores, esse é o cara indicado ao Oscar.

— Daisy... Eu sou amigo de Daisy, ela está? — disse por fim, a voz saindo mais fina que o normal.

A senhora Lynton abriu ainda mais o sorriso do jeito que mães faziam quando sabiam de algo que nem o próprio filho sabia ainda.

— Claro, por que você não me acompanha? — a senhora Lynton abriu espaço para que eu entrasse na casa — Qual o seu nome, querido?

— Fitzwilliam, mas as pessoas me chamam de Will.

— Will — ela repetiu — Eu sou Margaret ou apenas Meg para os amigos — Meg sorriu, me puxando junto com ela pelo corredor da casa.

Era menor que a mansão em Malibu ou a casa dos meus pais, mesmo assim conseguia ser mais aconchegante que as duas juntas.

O interior dava para um corredor, que tinha o papel de parede bege desbotado nas laterais e uma infiltração no teto perto de alguns quadros com flores. O piso de madeira rangia conforme andávamos. Podia imaginar perfeitamente Daisy correndo por aqui e tropeçando em um dos tacos do chão, porque essa era minha Daisy.

Tinha alguns retratos na parede também, reconheci ela e Cole quando pequenos em um, sorrindo com duas janelas abertas entre os dentes. No canto da parede, vários traços de caneta marcavam a altura dos irmãos. Em um ano, Daisy e Cole estavam da mesma altura, mas no outro, Cole estava na faixa maior.

Sorri, isso deve ter tirado Daisie do sério.

Era tão estranho ver aquilo, como se estivesse visitando um mundo particular e oposto do meu próprio. Meu pai nunca deixaria que eu e George nos marcássemos no papel de parede vintage da sua sala de estar que custou uma fortuna, mas ele não permitia muitas coisas debaixo do seu teto.

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