SEIS

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GUY

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GUY

Era a primeira vez que Guy Carver corria atrás de uma garota. A sensação? Péssima.

Que merda.

O problema com o fotógrafo ontem já havia gerado uma crise imensa no set. Assim que cheguei em casa, eu mal tive tempo de aproveitar as curvas californianas de Ashley/Tiffany/Maya, porque Thatcher estava ligando provavelmente para perguntar "O que diabos você fez?".

Era uma pergunta engraçada, considerando que trabalhávamos juntos há mais de quinze anos, ele já deveria saber o que aconteceu. E também estava em todos os sites de fofoca.

Guy Carver volta a mostrar seu lado sombrio e soca um fotógrafo inocente.

Inocente era o caralho.

Ignorei todas as ligações dele para poupar nós dois desse discurso de novo.

Eu não me importava com as fofocas ou o que as pessoas estavam falando de mim pelos cantos. Sabia que essa era uma das implicações em ser famoso e eu deixava que eles falassem, contanto que eu pudesse fazer meu trabalho em paz. Mas aparentemente Stacker se importava com isso. E meu trabalho acabava sendo afetado, a única coisa que eu amava e não havia arruinado (ainda).

Para completar, tinha o problema com o meu visto. Em minha defesa, como eu deveria saber que tinha que renová-lo? Eu vivo nesse país há mais tempo do que vivi na Inglaterra, vi o Barack Obama ser presidente duas vezes e movimentei milhões na indústria hollywoodiana. A essa altura, eu era mais estadunidense do que britânico.

Thatcher terminou de falar no telefone e voltou até onde eu estava com aquela expressão de morte nos olhos.

— Eu comprarei uma passagem para você amanhã. Converse com Stacker e invente uma emergência familiar — Thatcher balançou a mão com desprezo — O aeroporto de Manchester está ok para você?

Eu estremeci.

Não podia voltar para a Inglaterra. Não agora. Nem depois. Nunca.

— Nick, não precisa se preocupar — falei, passando a mão pelo cabelo.

Thatcher ergueu as sobrancelhas.

— Eu já tenho tudo resolvido. Não sou o garoto irresponsável que você sequestrou da Inglaterra.

— Seria mais fácil dizer que você me sequestrou. Eu não queria vir para a América. Eu tinha uma namorada.

— E você se descobriu gay em Los Angeles. Você deveria me agradecer pela oportunidade que te dei, porque agora é um dos assessores mais famosos de Hollywood! — falei com um sorriso. Estava usando das nossas memórias mais antigas para convencer Thatcher de que estava tudo certo.

Eu o conhecia há um tempo. Éramos vizinhos na Inglaterra. Quando comecei minha carreira por lá aos quatorze anos, meu pai contratou um assessor que funcionava mais como uma babá do que um assessor em si. Ele obedecia apenas ao meu pai e nunca ouvia o que eu queria.

Então eu pedi para Thatcher assumir suas funções assim que ele se formou na faculdade e também responder legalmente por mim. Em poucas semanas, ele me conseguiu um papel em um filme norte-americano e nós viemos para cá, onde encontramos nossos próprios destinos. Só voltamos para a Europa em poucas ocasiões, normalmente para trabalho, já que nós dois tínhamos desavenças com nossas famílias.

— Você não estava falando sério sobre se casar com aquela garota para conseguir um visto, estava?

— Eu vou me casar com ela, mas não vou me aproveitar de uma pobre garota suburbana — disse no meu melhor tom inocente que convencia Hollywood, mas não meu amigo.

— Carver, isso é crime — Thatcher esfregou a testa.

— Você realmente vai impedir dois jovens apaixonados de se casar? Assim como o Estado Americano fez antes de 2015 com a comunidade LGBT?

— Não faça esse tipo de apelação para mim! — exclamou, porém sua voz voltou para aquele tom calmo que ele costumava usar. Thatcher suspirou e eu sabia que tinha vencido dessa vez — Qual o nome dela?

Aí está uma boa pergunta que eu precisaria descobrir a resposta mais tarde se fosse realmente levar essa ideia para frente.

— Não irei lhe dizer, porque não quero você espionando ela — dei de ombros — Apenas relaxe. E mais tarde vamos àquele clube gay que você ama no centro — eu passei um braço sob os ombros de Thatcher. Era fácil, porque ele era uns dez centímetros mais baixo que eu.

— Eu odeio ir lá com você, você sempre monopoliza toda a atenção do lugar.

— É, o que posso dizer? É um fardo ser perfeito.

Thatcher riu.

— Cale a boca.

Casamento à Moda InglesaOnde histórias criam vida. Descubra agora