QUARENTA E TRÊS

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GUY

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GUY

No final das contas, voltar para a Europa não foi tão ruim assim.

Eu passei um tempo em Sheffield, minha cidade natal, apenas descansando o cérebro de toda bagunça de Hollywood. Também me consultei com o psicólogo, amigo de Thatcher, que não era tão mal também. Ele era um fã e foi a segunda pessoa que conseguiu me fazer falar sobre mim mesmo e meu passado.

Não sei porquê relutei tanto para vir aqui. Claro que as lembranças do passado me acertaram em cheio assim que pisei meus pés no aeroporto, mas não apenas as más. Também me lembrei da vez que mamãe levou eu e George à Blackfriars Bridge e nós corremos pela ponte provocando o caos entre os turistas. Ou como ela gostava de admirar o Tâmisa, mesmo sendo tão poluído ou, então, quando íamos à sorveteria e pedíamos o mesmo sabor de sorvete toda vez — chocolate — enquanto George e meu pai sempre comiam o de morango.

Mas eu não mudaria absolutamente nada do que aconteceu nos últimos meses antes de sair de Los Angeles. Desde as crises, os sorrisos, as conversas estranhas, os beijos na minha cama... Eu não mudaria nada.

Não esqueci Daisy. Ela estava sempre nos meus pensamentos desde que eu acordava e foi ela que me manteve longe das bebidas, me mandou tomar os medicamentos e ir ao psicólogo. Ela era a voz que me orientava.

Não ousei ligar para ela. Se passaram seis meses desde a última vez que nos falamos e eu não entrei em contato. Não sei se Daisy sabia que eu estava na Europa ou se ela tentou me contatar — Thatcher também não disse nada a respeito. Queria procurá-la, porém antes queria arrumar a bagunça no meu cérebro, porque, apesar de ela ter me ajudado, Daisy não era a cura e não merecia suportar meus problemas.

Desembarquei do avião às oito horas da manhã e carregava apenas uma mala pequena comigo. Procurei na multidão que aguardava no aeroporto o rosto de Thatcher e fiquei surpreso por encontrar outro.

— Não diga que eu nunca fiz nada de legal para você — Brandi me recebeu, abaixando os óculos enormes de sol para me avaliar com seus olhos predatórios.

— Se continuar desse jeito, vou começar a achar que está apaixonada por mim.

— Eu tenho um namorado bonito e mais rico, muito obrigada — comentou, enquanto caminhávamos pelo Aeroporto Internacional de Los Angeles.

Eu ri.

— Nada de casamento?

— Não! Eu juro que passei três horas no sábado passado falando sobre uma aliança dourada da Pandora. E assistimos juntos todos os filmes de Hollywood envolvendo casamento — Brandi balançou a cabeça, indignada — Eu não aguento mais ver O Noivo da Minha Melhor Amiga! E eu amo o John Krasinski mais que tudo... Ainda acho que a Rachel deveria ter terminado com ele.

Sorri. Senti falta até mesmo da voz irritante de Brandi.

Nasci na Inglaterra, sim, mas não podia negar, mesmo com a poluição, o excesso de pessoas, os paparazzis, a Califórnia era onde estava meu coração.

Casamento à Moda InglesaOnde histórias criam vida. Descubra agora