TRINTA E QUATRO

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GUY

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GUY

Em exatos vinte e oito minutos, Daisy apareceu na sala vestindo uma saia escura que apertava suas coxas e uma blusa larga de botões com um tecido tão fino que eu podia ver o sutiã cor-de-rosa.

Se existia alguma maneira de esquecer o que houve ontem à noite, aquele visual, sem dúvidas, não era uma delas.

Daisy parou na minha frente e jogou seus braços nos meus ombros, me abraçando. Eu fiquei tão assustado com o gesto repentino que não soube o que fazer com meus próprios braços, então permaneci estranhamente rígido.

— Feliz aniversário, Will!

Ela se afastou, quase batendo no móvel atrás dela. Daisy o encarou com indignação, depois voltou a me olhar.

— Como é ter trinta e dois anos?

— Nada de diferente — dei de ombros.

— Com essa idade, nossos pais já eram casados e tinham filhos.

— Eu sou casado — semicerrei os olhos e ela riu, aquela risada suave e gostosa de ouvir — Deveríamos ir. Brandi odeia atrasos.

— Espere — Daisy puxou meu braço — Eu tenho algo para você.

— Você não precisava gastar seu dinheiro, aliás nem deveria já que não deve ganhar mais do que um salário-mínimo.

— Obrigada, Carver, por lembrar que eu mal ganho o suficiente para me sustentar em Los Angeles — ela sorriu com ironia e ergueu uma pulseira neon, a mesma que usava no pulso direito e que eu tinha usado para pedi-la em casamento, mas essa era rosa.

Não pude evitar um sorriso de romper no meu rosto.

— Vamos parecer dois idiotas.

Daisy ignorou meu comentário e a colocou ela no meu pulso, tocando os ossos na base do meu antebraço e demorando alguns segundos por ali. Me lembrei de como aquela mesma mão alcançou a abertura do seu sutiã ontem à noite e engoli em seco.

— Agora, podemos ir — ela largou meu braço, e olhou em qualquer direção que não fosse a minha.


Em alguns minutos, estávamos do outro lado de Malibu, na casa de Brandi. O lugar já estava repleto de atores, cantores, pessoas que eu nunca tinha visto e ex-namoradas (e eu esperava que nenhuma delas viesse falar comigo com Daisy ali do meu lado).

Brandi nos recebeu com seu sorriso amargo de sempre.

— Ah, o senhor e senhora Carver-Lynton finalmente nos deram o prazer da sua presença.

— Bem, é meu aniversário, achei que seria estranho não aparecer.

Brandi revirou os olhos, mesmo assim me deu um abraço de "Feliz aniversário" e cumprimentou Daisy, sem rebaixá-la ou fazer algum comentário depreciativo sobre suas roupas fora da moda, o que era um avanço.

— Eu não conheço metade dessas pessoas.

— Ah, sim — Brandi suspirou, olhando para sua sala de estar super chique cheia de pessoas com copos nas mãos  — Você sabe como essas festas são. Sempre surgem milhares de subcelebridades.

— Você também foi uma delas.

— E como ex-subcelebridade, posso julgar essa espécie adequadamente.

Eu sorri, e olhei de canto para Daisy que parecia ter visto um fantasma.

Daisie?

— Cliff — ela murmurou. 

Franzi o cenho. Ela não estava confundindo meu nome com o nome dele, estava? Isso seria passar de todos os limites existentes.

— Quem? — Brandi semicerrou os olhos.

Daisy apontou com o queixo para a janela de Brandi que tinha uma vista enorme da praia de Malib e onde um homem alto e loiro ria com outros caras. Cliff White em pessoa.

— Ah... ele. Meu namorado o convidou. James é o diretor da Alpha Records, aparentemente o loirinho é a nova aposta deles para o ano que vem — Brandi explicou.

— Talvez eu devesse ir lá... — Daisy disse, sem tirar os olhos de Cliff.

Olhei para Daisy, tentando ler o seu rosto. O que ela estava pensando? O que ela queria falar com ele? 

Puta merda... Eu estava certo. Ela ainda é apaixonada por ele, mesmo depois da sua traição. Isso me deixava tão irritado, porque Daisy merecia alguém melhor, alguém que a tratasse como a pessoa incrível que ela era.

Eu sei que não poderia ser esse cara. Eu tinha muitos problemas e Daisy nunca ficaria comigo, mas eu também sabia que Cliff estava longe de ser esse cara.

— Por quê? Você não precisa dar satisfação para ele.

— Não é isso — disse Daisy, finalmente me encarando, mas seus olhos estavam distantes — Será rápido.

— Daisy — eu a chamei, mas ela já estava caminhando na direção do ex-namorado.

Eu a observei, usando de toda minha força para não puxar seu braço e forçá-la a ficar ali do meu lado, mas não adiantaria. Conhecia a teimosia de Daisy muito bem, além disso não tinha direito de intervir na sua vida dessa maneira.

— Qual o contexto disso tudo? — Brandi perguntou, acompanhando meu olhar.

— Cliff é o ex-namorado de Daisy.

— Oh... Oh! — Brandi ergueu a mão até os lábios — Você não está irritado, está? — ela me olhou com cautela.

Sim, eu estava irritado, porém não sentia nenhum ataque de raiva vindo, então talvez eu pudesse sobreviver àquela festa sem dar uma manchete para as revistas de fofocas e deixar a cara de Cliff intacta para seu debut no ano que vem.

— Está tudo bem. Apenas me sirva um uísque.

— Eu não sou sua empregada — Brandi disse, mas ela se virou para pegar a bebida do mesmo jeito.

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