VINTE E CINCO

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GUY

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GUY

Espere — eu gritei, puxando o seu braço com um movimento abrupto que a fez virar até estar cara a cara comigo — Preciso te dizer isso, porque meu coração está se debatendo e não parará até que eu admita: estou apaixonado por você. Completamente. Loucamente.

— Corta! — Stacker gritou do outro lado — Vamos fazer uma pausa rápida. Vou checar a filmagem, pois está tudo indo muito bem e eu não gosto desse sentimento.

Suspirei, soltando o braço de Brandi e indo em direção a cadeira com meu sobrenome marcado.

Já era oito da noite e ainda estávamos no set de filmagem. Hoje era a grande cena que o público esperava: quando Dirch finalmente se declarava para Elizabeth. Era um dos últimos episódios também.

— Como alguém ao menos sabe que está apaixonado? — pensei alto, atraindo um olhar confuso de Brandi que teclava alguma coisa no celular.

— Por que o interesse?

— Nada demais... Digo, para a série... Óbvio... Estou tentando entender... — gaguejei.

Merda. Até eu conseguia identificar a mentira nisso.

Não que eu estivesse apaixonado. Seria loucura, certo? Eu conhecia Daisy há o quê? Menos de três semanas. Provavelmente era só um pequeno desejo pelo proibido, porque ela se recusava a ter qualquer relação comigo e apenas por essa razão, minha cabeça não parava de pensar nela, no sorriso dela, no corpo dela, até mesmo na maneira como prendia seu cabelo, deixando a curva do pescoço exposta...

Sim, era isso. Desejo reprimido.

Mas eu esperei pela resposta de Brandi mesmo assim apenas para ratificar que o quê eu estava sentindo não era paixão.

— Para alguém que ganhou um Emmy, você é péssimo em disfarçar — Brandi balançou a cabeça e desligou o celular, o que era um péssimo sinal — Mesmo assim, eu irei te ajudar...

— Para o personagem — repeti.

— Para o personagem — ela sorriu, afastando as madeixas escuras do rosto — Bom, eu não posso descrever o sentimento com todas as palavras, porque é relativo e depende de cada pessoa.

— Dirch. No caso, Dirch.

Por que eu continuava falando?

Brandi me encarou como se me perguntasse a mesma coisa.

— Bom, acho que o mais universal é o bem-estar. Você se sente bem consigo mesmo como se o mundo estivesse completo e aquilo que estava desencaixado, encontrou seu encaixe.

— Isso é exagero — balancei a cabeça.

Claro que estar com Daisy era ótimo. Arrancar um sorriso do seu rosto e ter aqueles olhos chocolates fixos em mim eram os pontos altos do meu dia, porém não chegava a ser assim.

Eu apenas me sentia feliz perto dela, como se as pequenas peças do meu corpo tivessem encontrando um encaixe e... Espere aí...

— Também há os pensamentos obsessivos. Você quer saber tudo sobre a pessoa pelo qual está apaixonado, até os mínimos detalhes da sua infância, tudo lhe parece interessante — continuou Brandi.

Definitivamente não queria saber como Daisy de dez anos de idade gostava de construir fortalezas com seu irmão mais velho para se esconderem dos pais. Ou como ela sempre quis ter um sapo de estimação, e chegou a capturar um no lago perto de casa e escondê-lo no seu guarda-roupa por dias até ele atacar sua mãe.

— E creio que nos homens, há algo a mais.

Eu a fitei.

— Submissão — disse com um sorriso exagerado.

— Se eu tinha alguma dúvida a respeito, pode ter certeza que isso acabou com elas — balancei a cabeça, indignado.

Guy Carver submisso a um alguém? Nunca. Daisy podia ser muitas coisas. Linda, engraçada divertida, gentil, mas eu nunca me submeteria a ela ou qualquer outra pessoa.

— Dirch nunca deixaria alguém o controlar.

— Bom, seja Dirch ou Guy, estar apaixonado não é uma doença — Brandi se levantou — Na verdade, o ato de se apaixonar é uma das coisas mais corajosas desse mundo, porque você nunca sabe onde isso irá te levar.

Eu franzi o cenho enquanto acompanhava Brandi com o olhar. Desde quando ela era capaz de falar coisas tão bonitas?


Cheguei em casa às nove da noite, depois de passar novamente no escritório de Thatcher para alguma reunião semanal idiota, e logo avistei o notebook de Daisy jogado na mesa de centro junto com um pacote de Lays pela metade e duas latas de Coca-Cola vazias.

— Daisy?

— Ei! Você chegou — ela surgiu na porta da cozinha com um sorriso de orelha a orelha, que fez meu estômago girar — Vá se arrumar. Estamos saindo.

— Estamos? — franzi o cenho, sem conseguir esconder um sorriso pela sua pose autoritária.

— Sim. Agora, vá.

E eu fui.

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