Capítulo 11

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Depois de toda a cena na última aula, fui diretamente encaminhada até a ala de enfermeira. Recovery Girl já estava farta de me ver, então depois do sermão passado em nós pelo descuido mais cedo no treinamento, ainda recebi outro da senhorinha adorável - e assustadora - que cuidava de nós tão bem.

Alguns curativos aqui outros ali, e eu estava só dentro do quarto branco hospitalar, dolorida e com um pé torcido. Piorando minha situação, a eletricidade ainda revolta nos meus músculos obrigada a dar tics irritantes. Doía pra um inferno! Só não tanto quanto o ácido de Mina.

Isso eu realmente, não queria sentir nunca mais.

Antes do almoço as meninas da turma passaram aqui pra falar sobre a aula. Perguntaram se eu estava bem, elogiaram a estratégia que usamos e enfim, falamos qualquer aleatoriedade que caísse bem no momento. Eu precisava me acostumar com essa interação entre elas. Falando assim faz parecer que eu era uma completa isolada antes da U.A. Bem, se quer mesmo saber eu não era.  Meus laços de amizade que era fracos mesmo e tudo bem, isso não tinha tanta importância.

Elas se despediram de mim quando foram ao refeitório, desejei poder ir junto pois a comida da enfermaria era bem... Assaborosa.

Essa palavra existe?

Cheia de dor e cansada, tudo que eu pensava era tirar uma boa soneca, mas a lembrança dos braço de Shoto ao meu redor me faziam perder a cabeça. O pior foi saber que estava envergonhado, logo ele que nunca se importa com coisas do tipo. Isso só mexia comigo e agradeci aos céus por nenhuma das meninas ter tocado no assunto pois...

Eu não sabia exatamente o que acontecia entre ele e Yao-momo.

Só que ela tinha sentimentos românticos. Me entenda bem, não era problema meu saber se era algo correspondido, nunca os vi juntos pra sentir e também nunca fui curiosa a esse ponto como Hagakure.

Eu simplesmente... Não ligava.

Digo, de verdade, não ligo mesmo.

Só estou inclinada a saber mais porque sou uma amante de romances. Ainda mais de poesias e fico interessada em saber como funcionaria esse amor entre alguém que nunca soube expressar algo na vida.

Reformulando minha frase, Todoroki é sim muito expressivo mas não sabe lidar com isso. Eu já devo ter dito antes, vou repetir caso tenha se esquecido.

Shoto é alguém com muito a dizer.
E desde que me conheço por gente sou uma boa ouvinte.

Ele é muito belo, por dentro e por fora. Me instigando a querer me aventurar nessa pessoa profunda e misteriosa cheia de pensamentos bagunçados e sentimentos ofuscados.

Uma bagunça boa.

Quero o ouvir falar sobre o que pensa, sente, idealiza e gosta. Seria um prazer sentar e talvez tomar um chá - eu já descobri que ele gosta pois bebe uma xícara toda tarde - só pra pode ficar de papo furado.

Foi uma surpresa vê-lo entrar pela porta vindo em minha direção, literalmente, sendo que eu estava avoada pensando no passarinho que passou voando pela janela.

- Noble. - Chamou com a voz gostosa.

Virei, vendo o rapaz parado um pouco distante da minha cama e sorri limitando minha visão, deixando explícito meu bom humor por sua visita.

- Todoroki! Que surpresa, tudo bem?

Acentiu e, sendo um bom observador, a primeira coisa que notou foi o pé enfaixado e passou a mão por cima da faixa que o cobria.

- Espero que fique bem logo. - desejou cruzando os braços.

- Vou ficar. O que faz aqui?

- Vim te ver não é óbvio?

Aqui nós percebemos que a delicadeza faz parte de Shoto Todoroki.

Acho que fiz uma cara tão ruim pra ele no momento, que coçou a nuca desviando o olhar.

- Desculpe, não quis soar grosseiro.

E é mágica a forma que o sorriso brotou no meu rosto de novo.

- Tudo bem. Obrigada pela visita aliás,  ainda hoje eu vou estar nos meus 100%, não precisava. E aproveitando que está aqui, me desculpe.

- Por? - Disse, sentado na beirada da cama.

- Eu fiz um descuido e acabei fazendo a gente perder a jogada. Sinto que acabei tão estúpida quanto Denki pós batalha nesse estado.

Nunca, nem em um milhão de anos, nunquinha, ok talvez seja muito drama porém não pensava que agora fosse ouvir a risada melodiosa.

Era ainda mais bonita que sua voz.

- Puta que Pariu você riu. - Indaguei, chocada vendo o sorriso ainda bem desenhado no rosto formoso. Isso sim combinava com ele.

- Noble... Isso não é tão inédito.

- Só é... Bonito. - Ele me olhou, agora com apenas um resquício de sorriso singelo e quando percebi que falei sem pensar gelei.

Burra! Mil vezes burra! Prende essa língua com um grampeador sua tapada!

- Enfim, obrigada pela visita.

- Certo. Se precisar de algo pode falar comigo.

- Comigo também. - ri de nervoso - Tchau!

Nós despedimos e ele sumiu no corredor vazio. Conseguia ouvir o barulho de seus passos ecoando, se misturando com as batidas do meu coração agitado.

Involuntariamente levei a mão ao peito.

O que é isso?





Eu Posso Sentir, Shoto  ( Todoroki X OC )Onde histórias criam vida. Descubra agora