Eu Posso Sentir, Shoto ( Todoroki X OC )

capítulo 2

Enfim, foi tudo que precisava antes da turma explodir gritos e perguntas.
O que me deixava mais nervosa, era olhar para cada um deles e captar toda a euforia que não facilitava minha organização mental.

- Mas você não se parece nada com ele! - Uma menina de cabelos rosa, olhos negros e pupila amarelo brilhante disse.

- E-Eu...

- O cabelo dele parece o dela! Só que meio cobreado nas pontas e bem mais cuidado... Sem ofensas sensei! - disse um outro com cotovelos esquisitos.

- Vocês tem a mesma individualidade? - perguntou um outro garoto, esse sardento e mais baixo, com tanta a ansiedade exalando que me fez querer gritar.

Meu pai pareceu notar já que calou a turma e mandou que eu me sentasse, inciando a aula nada tediosa para os alunos tão faladeiros da turma 1-A.

O relógio não andava de jeito nenhum, passei o tempo inteiro com a cara enfiada no caderno, envergonhada por todos os murmúrios e olhares indiscretos que estava recebendo.

Quando os minutos finalmente voaram e o sinal bateu, rapidamente, já não havia responsável na sala. Um grupo de garotas se juntou a meu redor e temi, sem saber onde aquilo resultaria.

- Oi... seu nome é Noble certo?

Olhei nos olhos estreitos de uma garota alta. Meu coração bateu mais devagar, percebendo que ela pelo menos não parecia querer me sacanear ou algo do tipo.

- É... Sou eu sim.

- Legal! - Ela bateu palmas me assustando e riu, quando percebeu o que havia feito. - Me desculpe, não queria te assustar.

- Tudo bem.

- Sério mesmo que o Aizawa-sensei é seu pai?! Eu nunca imaginei que ele tivesse filhos, e você tampouco se parece com ele!

Uma morena de cabelos curtos e olhos imensos, esbanjou bochechas rosadas e sorriu, me contagiando.

- Me desculpe pelos modos, eu sou a Ochaco, também não quero formalidade se for te chamar pelo nome! A que falou com você antes é a Momo, essa é Asui e a Hagakure.

Sorri para todas, que pareciam muito amistosas e receptivas. Falavam bastante, sobre como eu e Shouta éramos quase opostos e perguntando se ele era legal. Era engraçado na verdade a forma que se interessavam por mim. Nem sabia que poderia ser tão interessante para alguém um dia, mas, aqui estão elas me fazendo da mais nova atração.

Não demorou muito até que outras pessoa viessem e, o mesmo comentário viesse a tona.

" mas vocês não se parecem! "

E não parecíamos mesmo.

Eu era uma mistura perfeita de meus pais, mas, sempre fui muito mais puxada pelos traços de munha mãe.

Tinha os olhos amarronzados, que perdiam um pouco da coloração quando tocados pelo sol, um cabelo ondulado, tomado pela cor escura do cobre nas pontas e uma pele pálida com maçãs do rosto que se avermelhavam de leve sempre eu sorria. Mas meu sorriso era esquisito. Dentes meio tortos como eram os de minha mãe antes de ir, mas adorava dizer que era um charme.

De qualquer forma, minha expressão sempre parecia meio entediada, e me esforçava pra não aparentar isso.

- Mas Noble, a gente realmente quer saber sobre a individualidade...

Deku, como tinha se apresentado, estava envergonhado mas apesar disso, a curiosidade sempre vinha de uma forma ou outra.

- É a mesma da dele. Eu só mantenho por cinco minutos depois de piscar os olhos.

Alguns murmúrios de surpresa soaram, mas estava agoniada por manter a outra oculta.

- Incrível. Tem algo relacionado com a individualidade da sua mãe?

- Eu acho que sim...

- E qual é ela? - Mina se pronunciou de repente.

Ah, como eu odiava aquelas perguntas...

- A individualidade dela é feelings. Não é tão conhecida assim mas é legal.

- Essa eu nunca ouvi...

Agradeci aos céus quando o sinal tocou novamente, dando fim ao interrogatório maçante que me foi feito. Não teria que explicar a individualidade complicada e ainda ter que escondê-la.

Ainda sim faltavam mais algumas aulas, e enfim, eu iria para o meu novo dormitório. Algo que meu pai insistiu para que eu fosse já que passava boa parte do tempo lá, e seria mais fácil me ver desse jeito.

Estava até animada para conhecer o lugar. A ideia de ter um canto só meu na escola parecia super maneira e ainda sim morar com colegas que pareciam tão legais.

Talvez não fosse tão difícil assim viver entre eles...