Capítulo 16

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Gente desculpa a demora e pode ser que ocorra de novo! Cortaram minha internet :(

Horas mais tarde eu acordei com um cutucão no ombro. Quase dei um pulo vendo kyouka ao meu lado trajada num sorriso malicioso.

Esse ato foi impedido por um peso anormal em cima de mim. Olhei pra baixo vendo o dono dos olhos heterocromáticos dormindo em sono profundo nos meus braços, com a cara apoiada nos meus peitos.

Olhei pra ele, depois pra ela, e a vermelhidão já não era contida. Sua boca abriu pra falar alguma coisa mas fui rápida

- Se você contar pra alguém eu não vou parar de te infernizar com a noite agitada que teve com o Kaminari.

Minha tática funcionou, e ela me encarou repleta de espanto estampado na cara.

- Feito. - prometeu de dedinho deixando o cômodo e puxando Kaminari que descobri no canto da parede nos observando. Eu estava mesmo era pensando se os parabenizava ou dava um soco.

Shoto tinha e respiração pesada, sem pesadelos ou pensamentos negativos. Sorri ao notar, era um alívio saber disso, o pobre menino nunca dormia bem.

Alisei os fios sedoso esperando que acordasse. No fim, de nada resultou. Acho assustador que não tenha levantado só pelos batimentos cardíacos descompassados abaixo de si. Apelei para alisar os dedos pela bochecha lisinha, finalmente fazendo despertar. Quando o fez ficou ali, parecendo tentar se lembrar de onde estava.

Deu algumas piscadelas e tratou de levantar, passando a mão na nuca antes de me olhar

Que bonitinho ele está nervoso.

Ainda era noite, mas julgo eu, que em poucos minutos a manhã daria seu ar da graça e então nossos colegas de classe começariam a sair, perguntando os motivos de estarmos tão cedo agarrados no sofá.

Tenho cara de quem vai explicar?

Demoradamente fui levantando, cheia de dor nas costas, mas a culpa era minhas de qualquer jeito. Todoroki me olhava preocupado, e ele nunca se preocupava com ninguém nesse tipo de coisa.

- Desculpe, acho que te prendi aí.

- Ah, Todoroki. - dei uma risadinha singela - Você não tem culpa disso, eu dormi também.

O sorriso bonito apareceu nos lábios, me contagiando.

- Tudo bem. Obrigado, pela... atenção.

- Disponha.

Ele se levantou cambaleante esfregando as mãos no rosto. Vendo o rapaz bonito sumir pela casa, tive a sensação engraçada que sempre tinha perto dele. E pra minha sorte - ou azar, eu já falei sobre a questão da sorte - o garoto saiu daqui carregando o mesmo sentimento confuso dentro de si.

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Sentada naquele banco de praça, via a vida passar lentamente diante dos olhos. As folhas balançando, pássaros cantado. Uma visão egrégia pra quem admirava tanto as coisas simples que lhe eram oferecidas. E eu sabia, que essas sim, eram as mais importantes. Mantinha no rosto um sorriso álacre, aproveitando a paz que o lugar esbanjava, uma paz que eu sentia falta em minha rotina conturbada.

Os desafios de Izuku, a impaciência de Katsuki, as malícias de Mineta, o carinho das meninas e finalmente, a imagem de Shoto, sempre impregnado no meu dia a dia.

Eu gostaria de poder afirmar que ele não me era tão importante quanto pensava. Acontece que, não importava o que fizesse, sua figura voltava a rondar em minha mente inesperadamente.

Alguém essencial pro convívio, e eu nem entendia exatamente no porque. Digo, eu sabia sim.

Minha individualidade exigia que eu entendesse de sentimentos, sendo boa entendedora que era - entendendo até o que não queria - eu entendia certamente nossa situação.

Sim, nossa situação.

A partir do momento em que o sentimento envolvia outra pessoa, deixava de ser apenas meu problema e... Sabendo que Shoto também parecia confuso, posso afirmar que nós estamos confusos.

De longe, Shouta vinha andando em minha direção, no habitual mal humor. Lhe direcionei um aceno, tendo sua atenção e chamando pra sentar comigo nos arredores dos dormitórios que era onde eu me encontrava.

- Tem piorado nas aulas de campo. - Disse e tomou conta do lugar ao meu lado, cruzando as pernas olhando ao redor. - Vamos andando, tenho que falar com você.

Levantei, seguindo sua instrução e caminhando ao seu lado. Papai falou sobre as aulas, táticas de batalha, no súbito interesse que tinha de Shoto - visto que eu vivia grudada a esse "moleque" - e por fim, veio o silêncio.

- Então... - Bati uma mão na outra desviando o olhar. - Você e o Mic né?

O sensei me olhou constrangido, deixando o rosto eternamente pálido com algumas pinceladas vermelhas adoráveis.

- Já te disse pra não fazer isso.

- Não fiz! Eu não controlo sabe disso perfeitamente. - Ri, passando meu braço no seu enquanto andávamos lado a lado

- Não está brava?

Na época, eu achei essa  preocupação doce de sua parte. Mas poxa! Faz tanto tempo desde que a mamãe morreu, ele também precisa de felicidade.

- Não. Já faz um tempo, sabe? Se ele te faz feliz eu não me importo.

O homem assentiu, contudo eu sabia que não me olharia nos olhos. Anne foi uma parte insubstituível dele. Mas uma parte importante do amor era deixar ir, e entendíamos isso, descobrimos da forma mais grosseira que a vida poderia dar. Papai gostava de deixar claro que me amava muito e ela nunca deixaria de viver em seu coração. E tudo bem deixar que outras pessoas entrem. Faz parte.

- Eu te amo muito, Noble.

Eu não falei?

- Eu também te amo muito pai. Muito mesmo. - apertei seu braço, na tentativa de um meio abraço. - Agora fala sério, o Mic?!

Aizawa desabou em risadas, prestes a explicar como tudo aconteceu.

Eu Posso Sentir, Shoto  ( Todoroki X OC )Onde histórias criam vida. Descubra agora