Capítulo 23

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Eu espero que gostem :) desculpem a demora, mas depois de 22 capítulos eu precisava de descanso kkkk talvez eles demorem um pouco pra sair.

 Minha carne começava a doer de tão roídas que estavam as minhas unhas, mal pintadas por uma tentativa de distração, juntamente aos meus pés doloridos depois de uma caminhada longa, andando de um lado pro outro envolta em tormento.

Pense em como fiquei confusa começando a sentir não só a inquietação de Shoto, como a de Izuku chegando a minha porta.

O barulho dos tênis deslizando pelo chão e alguns resmungos divertidos tomaram minha atenção, por curiosidade decidi caminhar para fora e encontrar aqueles dois que pareciam tão afobados ocultando seu recreamento.

- Eu vou contar! - ouvi a voz mais fina ditar

-Midoryia! Volte aqui! - Shoto chamou.

Coloquei os pés para fora do quarto, vendo os dois rapazes se esbarrando e empurrando de um lado ao outro, tendo o garoto dos cabelos esverdeados banhado em divertimento, enquanto o outro parecia querer sumir dentro do próprio constrangimento.

- NOBLE! - Deku quase gritou em meio a risadas. - O Todoroki...

-Noble por favor, não escute nada que ele fala.

Novamente começaram com a balbúrdia no corredor, eu me limitava a rir da confusão causada por sabe-se lá o que, admirando o rubror fascinante que tomava as bochechas de Shoto. Era divertido ver a feição naturalmente acanhada do quase ruivo se tornar em uma perfeita desordem de vergonha por um motivo tão....

Certo, eu não vou me intrometer nos sentimentos dele... Mas as emoções estão perfeitamente exibidas e bastaria apenas querer que os teria. Que grande tentação.

- Izuku, por favor, eu... Ugh, é sério não fala. - o quase ruivo implorou entre tapas e puxões.

Eram crianças.

- Só se fizer isso por conta própria! - Midoryia retrucou finalmente tomando distância.

Por alguns segundos tomaram fôlego, enquanto eu apenas observava a situação animosa que tinam criado ali. Mas e a carta? Ele chegou a ler? Se estava ali tinha algo pra me fala. É incrível a percepção de como meu coração acelera apenas inferindo isso.

Enfim, recebi um sorriso e um aceno de cabeça do rapaz sardento, que deu um tapinha nas costa do amigo, voltando a andar na direção oposta para nós deixar a sós. Todoroki tinha as mãos no joelho e o olhar focado na minha pessoa com um certo receio pendurado neles. Tomou de volta sua postura, não mais tão formal pois já éramos próximos e, vendo que Midoryia já não estava ali, respirou fundo fechando os olhos.

- E então... O que veio fazer aqui?

- E-Eu, queria na verdade te chamar pra... Quem sabe eu e você a gente... Vai ter uma festa hoje à noite eu queria te chamar pra ir comigo. É isso.

Ah, era isso?

- Festa? Agora? Como exatamente e onde?

- Yaoyorozu conseguiu convencer o diretor a permitir uma festa na casa dela. Só pra descontrair os alunos.

- Mas é meio da semana, e aliás a essa hora?

Puxei o celular do bolso, nove da noite, na visão periférica podia vê-lo coçar a nuca e reprimir os lábios.

Ele estava nervoso de novo?

- É... Os horários vão ser reduzidos e vão começar um pouco mais tarde. Como o pai da Momo é responsável por tantos livros doados a escola, Nezu confia bastante nele. - chegou mais perto, tocando minha mão por baixo do celular - Vamos ter tempo pra curtir um pouco.

Ah por favor, não é possível que tenha sido só eu que maliciei isso. Shoto era sexy, sempre foi extremamente desejável forçando isso ou não e bem, eu acredito que sempre será. O mais ridículo, é que não parecia ter conhecimento do estrago que fazia somente ao estar tão perto, ou fingia não saber quando me olhava nos treino com o canto dos olhos, sobrepondo todos os meus pensamentos com sua confiança e beleza exorbitantes. Sabendo ou não, o faria pagar.

- Claro Sho... Vamos sim, eu adoraria. Deixa só eu me arrumar.

Puxei-o para dentro, um pouco surpreso,apenas me observou ir até o canto e pegar qualquer coisa no armário. Fiz questão de puxar a blusa demoradamente até que estivesse no chão e andar até que estivéssemos um de frente ao outro, separados pela diferença de altura e o resto da dignidade que eu ainda tinha. Nem me importei com as inseguranças, se conseguisse ver minha pele pálida e cheia, com alguma imperfeições ou cicatrizes de uma criança travessa, nada importava.

Tinha os olhos medindo cada centímetro meu, satisfeito com a visão do meu peito desnudo emoldurados pelas poucas estrias e auréolas arrepiadas, causa e efeito, de sua presença tão bem vinda, pra mim e seu olhar aguçado. Os sentidos um pouco abatidos desorientavam Shoto que por vez subiu o olhar até meu rosto, e pendeu a cabeça pro lado.

- Eu preciso que coloque pra podermos ir pra festa. - Ergui o top preto ao lado dos meus seios, esperando que o tomasse e me vestisse, para que fossemos a aquela festa e, acabassemos por pretender que nada daquilo tinha acontecido. Era o que sempre fazíamos.

Nos desejando, provocando um ao outro e afirmando o contrário, para nós mesmos.

Shoto suspirou, me fitou de cima a baixo mais uma vez, pegou o tecido de minha mão e ajeitou-o sinalizando pra que levantasse os braços, deslizando até cobrir meus peitos. Raspou os dedos pela barra da peça depois chegando a minha cintura, se inclinando para me beijar.

Um beijo singelo, um simples encostar de lábios, com um toque especial da minha individualidade, que o fizesse tornar quase eletrico. Nos separamos, presos a aquele jogo de encaradas que nunca dava em nada. Cheios de significado, nunca tínhamos uma explicação pro tipo de relação que criamos. E o que nós criamos?

Eu te respondo. Feito de tensão sexual e luxúria dobrada, éramos a mais pura essência do desejo e uma paixão esquisita. Prefiro me referir a isso como a minha mais confusa relação adolescente.

Eu costumava nos ver como adolescentes apaixonados. É o que somos afinal, e me entreguei a ignorância de que seria pra sempre, como essas pessoas estúpidas que pensam que seu primeiro amor é diferente. Jovens demais pra entender que o tempo leva muito mais que a idade e alguns gostos efêmeros. Um dia, toda a sua existência seria só um dejavu borrado nas minhas memórias e não passaria de um romance improvável. Me perdoe pela taciturnidade em minha palavras, eu fui alguém solitária com tanta criatividade e entendimento da vida com pouca idade, nós éramos afinal.

Caso queira saber meu real medo, temia perdê-lo quando parecia tão airoso na minha visão, quando esse sentimento sumisse ou, se fosse tirado de mim. Nos dias atuais é tão comum que essa relação acabe precoce, acho que acabei criando um certo trauma de me cansar de Shoto. Ou dele se cansar de mim.

E era isso que eu via dentro dos olhos, rebelde e semelhante a um mar revolto, domado por uma única pessoa. Todoroki é alguém único.

- Você é impossível Aizawa.

- Tu que é, Todoroki. Vamos?

Terminamos a conversa com o garoto me guiando até o lado de fora. A noite estava um pouco fria e eu, vestida apenas num shortinho leve e um top aberto, junta a garotas tão deslumbrantes com suas roupas incríveis e estilosas. Provavelmente beijariam quem quisessem, bebessem em proporções irrecomendáveis para esquecerem dos nomes e relaxar da vida de herói. Os meninos também, admiraveis com as blusas sociais e penteados bem feitos, entre pessoas formidáveis eu estava ali, com os cabelos soltos e sem capacidade de fazer uma maquiagem decente.

As instruções passadas nós, era esperar em frente ao colégio e esperar nosso transporte, que não tardou em chegar. Alguns vibraram vendo a limusines luxuosas chegando para nos levar.

Dentro do carro, ouvindo as indagações animadas dos alunos, eu me sentia um pouco tristonha, de repente eu só queria que Shoto tivesse lido a carta.

Eu Posso Sentir, Shoto  ( Todoroki X OC )Onde histórias criam vida. Descubra agora