Eu Posso Sentir, Shoto ( Todoroki X OC )

Capítulo 22

Esse tá especial. Acho que serve como especial de 1k de visualizações :))))))) fico muito feliz que estejam contentes.

O fim de tarde sereno emoldurava o homem belo a minha frente. Quantas vezes eu já descrevi esse romance do sol beijando a terra pra você? Nunca me canso, só penso que seja meio entediante ver as mesma palavras - já que não tenho outras - pra expressar a graciosidade deste fenômeno.

Que eu penso ser efêmero demais pra tanta beleza.

Um passo aqui, outro lá, eu imitava a coreografia inventada na minha cabeça acompanhando uma música existente somente na minha mente, sendo atenciosa a sensação gostosa e ardente do sol tocando minha pele.

Shoto me acompanhava os movimentos no olhar, sentado a minha frente com o sorriso ladino que eu tanto prezava por ter.

- O que foi? - perguntei, dando mais um giro.

- Nada. - Todoroki ajeitou os braços atrás da cabeça pregando os olhos em mim - É só que te ver dançando assim na minha frente é divertido.

Martirizando meus pensamentos, tive a audácia de correr até o garoto, sentando em seu colo, lugar que adorava ficar por puro assanhamento, lhe olhando fixamente com o sorriso adornado faceiro.

Escondendo os olhos nos cílios fartos - um de cada cor, eu adorava esse fato - respirou fundo já levando as mãos a minha cintura.

Tão melodramática vivendo meu próprio drama, infelizmente, fico contente cedendo a ignorância de que tudo é tão venusto. Ao redor dele, parece. Embora mais tarde, quando nos separamos eu só queira mais.

Levo demoradamente a mão ao seu rosto, passando os cabelos pra trás, contornando desde o maxilar até a ponta do nariz arrebitado. Antes de sair dali, beijei cada um dos olhos, sem esquecer de deixar mais uns três ao redor da cicatriz. Logo me sentindo dormente pelo sentimento de acolhimento que veio do rapaz.

- Eu tenho algo pra você. - ditei assanhada.

Levantei estabanada, rodando a sala e contornando os móveis sentindo o chão amadeirado tocar meus pés, ao mesmo tempo que pensava estar flutuando.

Ignorando as contra indicações da minha própria mente, dizendo que tamanha sinceridade em palavras fluentes era desnecessário, e assustador.

Vamos dizer assim, cai melhor e me faz parecer menos medrosa entregando a carta que escrevi, repleta de carinho e verdades.

Amedrontador.

-E o que é? - Todoroki ajeitou as costas no sofá, colocando um travesseiro atrás de si.

-É uma carta, com muitas coisas escritas e meio complicadas. - expliquei sentando dessa vez no espaço ao lado. - Então leia quando estiver bem, de preferência sozinho.

-Tudo bem... eu devo me apoquentar...?

-Não! Não, é só uma carta. - disse balançando as mãos em negação. - Dentro disso aí tem muita explicação, bem vergonhosas, então pelo amor de...

Minha frase foi cortada quando senti minha mão ser coberta pela sua. Devagar, entrelaçando nossos dedos. Shoto estava nervoso de novo, o ato espontâneo de segurar minha mão ainda o deixava inseguro sobre o que fazer, mesmo desejando tanto que eu estivesse perto.

-Isso pode parecer estranho. Desculpe, eu gosto tanto de te ter comigo. Abraçada comigo, pra ser mais específico. Eu sinto falta disso, o tempo todo, e eu sei que é chato que fiquem te agarrando mas... podemos... ficar abraçados?

Esses sinais de afeto, que ele confiava em mim pra ter por perto e lhe acolher no carinho era importante, muito mais importante que um presente caro como buquê de rosas ou colar de diamantes tirado de um lugar muito específico pra que eu ligasse. A sua vulnerabilidade, me torna totalmente desarmada e incapacitada de dizer não, querendo o fazer bem.