Oiiii eu sei, capítulo meio diferente e fora de rota mas eu tô sem internet e não quero deixar vocês sem nada novo, então o próximo vai ser bem top de presente, ok? Beijoooooos
O perfume cítrico inebriou meu olfato trazendo o anúncio de que ele chegava, trajado na falsa inocência e faceta constante entediada.
Olhei pra trás, confirmando a suspeita de que estaria irritado caminhando pesadamente em direção ao quarto. Me atrevi a permitir usar a individualidade, espiando em sua mente o motivo de seu leve descontrole.
Me perdoem, eu aceito, sou uma péssima amiga.
Em segundos, soube que a razão era seu querido pai, o famoso herói número um que ninguém sabia, mas era um bastardo.
Me vi furiosa por um momento, absorvendo a raiva de Shoto do homem desumano que lhe incomodava tanto. Quis subir as escadas atrás do garoto e prender no meu conforto abstrato.
Abstrato, já que era ilusório, mas se ele quisesse, poderia não ser...
O que eu estou falando?!
Eu estava tão cansada do treinamento excessivo, ainda me submetia a me meter em situações complicadas, como a mente do Todoroki.
Nem tinha razão concreta, só uma confusão que eu desconfiara a causa. Evitá-la, de nada adiantaria.
Encostei a cabeça no balcão enquanto segurava uma xícara, pensando se era válido mandar uma mensagem pro Midoryia dizendo que Shoto parecia irritado e por isso seria bom distraí-lo.
No fim, terminei por enviar um áudio explicando o ocorrido, que foi prontamente respondido em questão de minutos.
" Certo, vou falar com ele. Obrigado Noble. "
O alívio voltou a minha psique perturbada, somente por alguns segundos até o celular vibrar novamente, trazendo uma mensagem meio urgente do meu pai.
Basicamente, me pediu para encontrá-lo na escola rapidamente, Eri tinha começado a se inquietar com o ambiente e por isso, eu era a pessoa certa para ajudar.
Ao terminar de ler as letras miúdas na tela do celular, não demorei a correr em direção ao quarto da garotinha que tanto gostava.
Eri tinha chegado a algum tempo, cheia de medo e ressentimentos. Fui eu, juntamente a algumas pessoas que nunca tive tanto contato, que cuidamos da pequena menina de coração tão grande.
Minha individualidade, feelings, sempre fora muito útil ao lidar com os pequenos descontroles e crises que a tão jovem garotinha passava, algo lamentável ter um psicólogo tão afetado com tão pouca idade. Me afetava, apertava o coração e claro, eu faria de tudo para estar ao seu lado.
Acho que assustei algumas pessoas pela forma estabanada que abri a porta, correndo até o quartinho bem decorado de minha princesa.
Sim, Eri era minha princesa.
A vi agarrada aos próprios joelhos, no canto da parede rosa claro tendo Aizawa, o diretor e outros profissionais ao seu lado. Uma áurea ansiosa e penetrante, rondando e assombrado minha pobre pequena.
Expulsando de forma exaltada, impus minha presença gratificante sobre aquele inferno perturbante, roubando a atenção, tendo os olhos vermelho vibrante em cima de mim.
A criatura pequena correu aos meus braços em prantos, se escondendo de todos e de si mesma dentro do meu casaco azul favorito, que tinha enchido do perfume doce que eu sabia que ela gostava. O chifre antes grande, diminuía gradativamente até ser só um galo na cabeça de novo.
As pessoas começaram a despertar, deixando o quarto para que ficassemos a sós e eu cuidasse da situação diste de mim. Devagar, passou-se o tempo, as mãozinhas pequenas afrouxaram o aperto, e tirou o rosto de dentro do meu aconchego, assemelhando um filhote perdido de cervo.
Interrompendo a cantiga que eu sussurrava, a voz baixinha saiu apreensiva.
- Noble... Desculpe.
- Oh meu bem, está tudo certo. - Me sentei no chão, trazendo-a pra perto sentada entre minhas pernas, com uma mão na cabeça dela e outra acariciando as costas - Tenho certeza de que sua intenção não era essa, né?
Eri balançou a cabeça afirmando, rápido como se aquilo exigesse um tempo que lhe faltava.
- Então não há do que se desculpar. Estamos aqui pra te ajudar, e essas coisas são comuns, ok? - Assentiu de novo, agora enquanto eu alisava os cachinhos bonitos bem cuidados. - Muito heróis que o papai ajuda a criar também passam por isso. Se sente melhor?
- Sim.
Sorri, exibindo uma calmaria criada especialmente pra ela.
- Que bom. Vamos lavar o rosto e assistir alguns filmes bem legais enroladas no cobertor, ok?
A garota se agarrou a mim, a carreguei no colo até a pia do banheiro pra cuidar bem da princesa mais bela de todo o reino da U.A - como gostava de chamar - e depois nos envolvendo naquele ninho de carinho assistindo qualquer filme aleatório de moral bonita.
Ficamos assim por algumas horas, até a menor pegar no sono que foi minha deixa para ir me cuidar. Fazia quanto tempo que eu estava ali? Umas cinco horas? É irrelevante, de toda forma.
Eu a fiz melhorar, isso basta.
Mas a dor de cabeça veio e, todo o mal absorvido tinha uma resposta. Na verdade, eu não expulsava os sentimentos totalmente, só colocava um melhor por cima e levava comigo embora todo o caos que existia por fora. Eu ficava com ele, até que alguém também o fizesse evaporar de mim. Seja esse o tempo, ou um bom momento, somente que eu me sentisse normal novamente.
Ao sair do dormitório vi Aizawa me esperando com uma ansiedade sufocante em frente a porta, logo vindo me abraçar e levar pra longe daquilo tudo. Meu pai sabia como era desgastante manipular os sentimentos de alguém sentindo-os na pele.
Estava feliz por sua preocupação, mas me senti pior por ter tido só um pensamento.
Eu queria que fosse Shoto.
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Eu Posso Sentir, Shoto ( Todoroki X OC )
FanfictionSer uma super-heroina como o pai nunca foi algo que desejou profundamente. Até descobrir o sentimento de esperança que brotava no peito, depois de um incidente em um assalto, cuja reagiu e consequentemente salvou uma senhora. Noble, filha do herói...