Capítulo 17

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Oiiii eu sei, capítulo meio diferente e fora de rota mas eu tô sem internet e não quero deixar vocês sem nada novo, então o próximo vai ser bem top de presente, ok? Beijoooooos

O perfume cítrico inebriou meu olfato trazendo o anúncio de que ele chegava, trajado na falsa inocência e faceta constante entediada.

Olhei pra trás, confirmando a suspeita de que estaria irritado caminhando pesadamente em direção ao quarto. Me atrevi a permitir usar a individualidade, espiando em sua mente o motivo de seu leve descontrole.

Me perdoem, eu aceito, sou uma péssima amiga.

Em segundos, soube que a razão era seu querido pai, o famoso herói número um que ninguém sabia, mas era um bastardo.

Me vi furiosa por um momento, absorvendo a raiva de Shoto do homem desumano que lhe incomodava tanto. Quis subir as escadas atrás do garoto e prender no meu conforto abstrato.

Abstrato, já que era ilusório, mas se ele quisesse, poderia não ser...

O que eu estou falando?!

Eu estava tão cansada do treinamento excessivo, ainda me submetia a me meter em situações complicadas, como a mente do Todoroki.

Nem tinha razão concreta, só uma confusão que eu desconfiara a causa. Evitá-la, de nada adiantaria.

Encostei a cabeça no balcão enquanto segurava uma xícara, pensando se era válido mandar uma mensagem pro Midoryia dizendo que Shoto parecia irritado e por isso seria bom distraí-lo.

No fim, terminei por enviar um áudio explicando o ocorrido, que foi prontamente respondido em questão de minutos.

" Certo, vou falar com ele. Obrigado Noble. "

O alívio voltou a minha psique perturbada, somente por alguns segundos até o celular vibrar novamente, trazendo uma mensagem meio urgente do meu pai.

Basicamente, me pediu para encontrá-lo na escola rapidamente, Eri tinha começado a se inquietar com o ambiente e por isso, eu era a pessoa certa para ajudar.

Ao terminar de ler as letras miúdas na tela do celular, não demorei a correr em direção ao quarto da garotinha que tanto gostava.

Eri tinha chegado a algum tempo, cheia de medo e ressentimentos. Fui eu, juntamente a algumas pessoas que nunca tive tanto contato, que cuidamos da pequena menina de coração tão grande.

Minha individualidade, feelings, sempre fora muito útil ao lidar com os pequenos descontroles e crises que a tão jovem garotinha passava, algo lamentável ter um psicólogo tão afetado com tão pouca idade. Me afetava, apertava o coração e claro, eu faria de tudo para estar ao seu lado.

Acho que assustei algumas pessoas pela forma estabanada que abri a porta, correndo até o quartinho bem decorado de minha princesa.

Sim, Eri era minha princesa.

A vi agarrada aos próprios joelhos, no canto da parede rosa claro tendo Aizawa, o diretor e outros profissionais ao seu lado. Uma áurea ansiosa e penetrante, rondando e assombrado minha pobre pequena.

Expulsando de forma exaltada, impus minha presença gratificante sobre aquele inferno perturbante, roubando a atenção, tendo os olhos vermelho vibrante em cima de mim.

A criatura pequena correu aos meus braços em prantos, se escondendo de todos e de si mesma dentro do meu casaco azul favorito, que tinha enchido do perfume doce que eu sabia que ela gostava. O chifre antes grande, diminuía gradativamente até ser só um galo na cabeça de novo.

As pessoas começaram a despertar, deixando o quarto para que ficassemos a sós e eu cuidasse da situação diste de mim. Devagar, passou-se o tempo, as mãozinhas pequenas afrouxaram o aperto, e tirou o rosto de dentro do meu aconchego, assemelhando um filhote perdido de cervo.

Interrompendo a cantiga que eu sussurrava, a voz baixinha saiu apreensiva.

- Noble... Desculpe.

- Oh meu bem, está tudo certo. - Me sentei no chão, trazendo-a pra perto sentada entre minhas pernas, com uma mão na cabeça dela e outra acariciando as costas - Tenho certeza de que sua intenção não era essa, né?

Eri balançou a cabeça afirmando, rápido como se aquilo exigesse um tempo que lhe faltava.

- Então não há do que se desculpar. Estamos aqui pra te ajudar, e essas coisas são comuns, ok? - Assentiu de novo, agora enquanto eu alisava os cachinhos bonitos bem cuidados. - Muito heróis que o papai ajuda a criar também passam por isso. Se sente melhor?

- Sim.

Sorri, exibindo uma calmaria criada especialmente pra ela.

- Que bom. Vamos lavar o rosto e assistir alguns filmes bem legais enroladas no cobertor, ok?

A garota se agarrou a mim, a carreguei no colo até a pia do banheiro pra cuidar bem da princesa mais bela de todo o reino da U.A - como gostava de chamar - e depois nos envolvendo naquele ninho de carinho assistindo qualquer filme aleatório de moral bonita.

Ficamos assim por algumas horas, até a menor pegar no sono que foi minha deixa para ir me cuidar. Fazia quanto tempo que eu estava ali? Umas cinco horas? É irrelevante, de toda forma.

Eu a fiz melhorar, isso basta.

Mas a dor de cabeça veio e, todo o mal absorvido tinha uma resposta. Na verdade, eu não expulsava os sentimentos totalmente, só colocava um melhor por cima e levava comigo embora todo o caos que existia por fora. Eu ficava com ele, até que alguém também o fizesse evaporar de mim. Seja esse o tempo, ou um bom momento, somente que eu me sentisse normal novamente.

Ao sair do dormitório vi Aizawa me esperando com uma ansiedade sufocante em frente a porta, logo vindo me abraçar e levar pra longe daquilo tudo. Meu pai sabia como era desgastante manipular os sentimentos de alguém sentindo-os na pele.

Estava feliz por sua preocupação, mas me senti pior por ter tido só um pensamento.

Eu queria que fosse Shoto.

Eu Posso Sentir, Shoto  ( Todoroki X OC )Onde histórias criam vida. Descubra agora