XXI

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738 palavras.


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Bucky Barnes' POV

- Eles vão embora amanhã?

    Eu tentei de tudo para não pensar nos hóspedes irritantes enquanto meu pai estava no volante nos levando ao Central Park.

- Sim - a resposta tão desejada por mim vem de Peggy.

    Essa estava com a cabeça encostada no vidro da janela ao seu lado direito e observava os prédios em silêncio.

- Você conseguiu mudar o horário da reunião de emergência?

- Era para acontecer às dez horas da manhã e eu consegui adiar somente uma hora, então pode me levar daqui a pouco na Times?

- Claro - os olhos azuis de Steve expressavam preocupação ao olhar minha mãe.

    Alguns minutos depois já estávamos sentados na grama fofinha do parque mais amado pelos nova iorquinos. Enquanto eu já lia um dos livros recém comprados, os dois adultos conversavam sobre tópicos que não chamam a minha atenção até que um deles consegue me tirar da bolha de leitor que estava envolto.

- Ainda me lembro de quando Wilson disse que eu era gostosa e vocês ficaram brigados por mais de um mês - a risada de Peggy leva Steve a fazer mesmo.

    Wilson, Wilson, Wilson... Espera, Wilson?!

    Espero que não tenha nenhum envolvimento com quem estou a pensar.

- Você acreditaria se eu dissesse que ele ficou mais babaca que antes?

- Eu pensava que depois que ele teve um filho não continuaria sendo o mesmo idiota - minha mãe comenta enquanto tenta não voltar a rir.

    O destino só pode estar me pregando uma peça, o garoto da minha escola tem como sobrenome Wilson, além disso é babaca, e o Wilson que eles falam também é babaca.

- Vocês nunca me contaram sobre seus amigos - fecho o livro que estava lendo e o coloco em meu colo.

- Você também não - a mulher de cabelos castanhos inclina a cabeça.

- Porque eu não tenho - me arrasto até estar de frente e quase entre os dois.

    Permaneci sentado sobre minhas pernas e olhado para os dois que pararam de falar e não abriram mais a boca para nada. Até que Steve desiste daquele silêncio e compartilha algo com Peggy.

- Penso que nosso filhote iria achar Sam extremamente irritante - meu pai se apoia em um dos cotovelos e leva a outra até meus cabelos, logo fazendo um leve carícia neles.

- Com certeza - Peggy volta a rir, porém comparando as outras risadas essa foi a menos longa e escandalosa.

- Por que?

- Porque ele não consegue ficar calado, também não fica quieto e lhe interrompe o tempo inteiro com coisas banais - parecia que Steve queria me assustar.

- Realmente, ele parece ser fodidamente irritante - arregalo meus olhos com aquelas informações e falo a minha opinião.

- Linguagem, Barnes! - Steve me repreende rapidamente.

- Foi só um "palavrãozinho" - finjo inocência fazendo faço uma carinha fofa.

- Mas é feio, filho - ele se senta e deposita um beijo em minha bochecha.

    Em minha cabeça eu pensava que ele voltaria a se deitar na grama ao lado de Peggy, contudo não foi isso que o mesmo fez, ele continuou sentado de frente para mim e apoiou a sua cabeça em meu ombro direito.

- Aw... ele ainda é nosso bebezinho, amor - minha mãe se aproxima de mim para apertar minha bochechas.

- Mamãe, eu não sou mais um bebê - gruno um pouco irritado.

- Por que não? Você ainda diz "mamãe" - sinto os lábios de Steve deixarem beijinhos pelo meu pescoço.

- Vocês são chatos demais - cruzo os meus braços e propositalmente inclino um pouco a cabeça para trás afim de deixar o meu pescoço exposto para receber mais beijinhos do loiro.

    E é exatamente isso que ele faz, mas para Peggy não desconfiar de nada ele passa a barba pelo meu pescoço e cutuca a minha cintura com as pontas dos dedos para fazer cócegas em mim.

- Pai... para!

    Foi impossível não soltar gargalhadas altas e me deitar pela grama. Eu não deveria ter pensado que hoje seria um dia cansativo e irritante. Pela primeira vez eu posso dizer que estou disposto a me relacionar mais com os meus pais, me divertir como uma pessoa que nunca foi abandonada por ninguém, mas isso ainda não consegue tirar a dor que sinto por ter sido largado pelos meus pais biológicos, por meus antigos falsos amigos, muito menos por ser visto pela maioria das pessoas como um simples pedaço de carne, que depois de tocado por mãos sujas ninguém mais quer. Contudo, irei tentar enquanto puder viver de uma maneira mais feliz, tentar ser menos frio e calculista.

Babyboy | StuckyOnde histórias criam vida. Descubra agora