XXXIV

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1.126 palavras.

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Steve Rogers's POV

    É tão bom estar com a pessoa que você mais ama, é como olhar para trás e ver que não tem mais nada que você precise fazer, porque você já conquistou tudo o que pode ser conquistado, quase o mesmo que dizer "Se a morte quiser me levar agora, eu estou pronto". Quase. Porque eu ainda quero aproveitar o máximo do tempo que - um mero mortal que caiu no mar do amor - tiver. Mas para garantir uma vida feliz tenho que resolver alguns assuntos, um deles se chama Peggy. Bem, eu não sei como vou resolver isso, a única certeza que tenho é que tem que ser resolvido uma hora ou outra. Então, para disfarçar preciso me juntar a ela como se nada estivesse acontecendo e para isso, infelizmente, tenho que deixar meu garotinho dormindo e ir para o meu quarto.

    Nunca pensei que estar em meu quarto seria algo que me traria desconforto e nervosismo, mas quando você está de rolo com seu filho e tem que esconder isso da sua esposa até que um anjo largue uma solução do céu, você deve se contentar com o que tem.

- Amor - chamo ela enquanto faço carícias na pele delicada dela.

- Hoje é domingo, Steve - com a voz rouca, ela resmunga.

- E isso significa que... - O que isso significa? Normalmente quando se quer mentir o certo é fazer um planejamento sobre o que falar ou fazer, mas como o bom estúpido que sou prefiro improvisar.

- Que a gente vai dormir até enjoar.

    Em um movimento rápido Peggy pega o lençol e se cobre por completo enquanto vira as costas para mim.

- Você que sabe - dou os ombros mesmo sabendo que ela não iria ver meus movimentos.

    Como eu não tinha mais interesse em ficar em meu quarto, levanto-me da cama e sigo até a porta, mas Peggy me chama.

- Steve, por que você não dormiu comigo ontem?

    A expressão estampada no rosto da minha esposa era de sono, ela talvez não conseguiu dormir.

- O James estava sentindo uma dor de cabeça muito forte - dou um passo a frente antes de voltar a falar - Vejo que não conseguiu dormir.

- Eu só estava acostumada em ter você aqui - ela diz e logo volta a ficar na posição anterior.

    Como diabos irei dizer a ela que não podemos mais ficar juntos?

- Stee?

    Sou arrancado abruptamente dos meu pensamentos por uma voz manhosa que conheço bem. James estava só com a minha camisa - dessa vez era a que eu usei para ir a farmácia - e descalço, enquanto coçava os olhinhos com um pouco de força. A visão mais fofa que eu já tive, contudo Peggy não poderia vê-lo assim, então tive que me apressar para fechar a porta silenciosamente antes que ela percebesse a presença dele.

- Oh, meu gatinho, você está tão manhoso.

    Ele estava tão irresistível que eu o tirei do chão com os meus braços e distribuí alguns beijinhos pelo rosto angelical do mesmo, depois comecei a andar, ainda com ele em meus braços, em direção a cozinha.

- Eu não sou mais um bebê, papai - ele sussurra contra o meu pescoço, causando arrepios em mim.

- Mas está manhoso feito um, e isso você não pode negar - passo meu nariz no pescoço dele, inalando o aroma doce que ele tem - Eu preciso preparar alguma coisa para nós, mas não consigo com você em meus braços.

- Então vai aprender, porque eu não saiu daqui tão cedo - sinto ele se aconchegar mais em mim.

- O que meu garotinho quer comer?

    Levo um dos braços, depois de ter a certeza que ele estaria confortável no outro, até o armário procurando ingredientes para fazer waffles, era só isso que eu sei fazer - às vezes ainda erro - de comida.

- Você não sabe fazer nada - ele levanta a cabeça confuso.

- Você me ensinou a fazer curativos...

- Você errou em todas as tentativas.

- Sim. Então, pode me ensinar a cozinhar?

- Estou cansado demais para isso.

- E para isso? - sento ele na bancada de mármore para depois enfiar minha língua na sua boquinha vermelha.

    Nossas línguas se enroscam até que precisamos nos separar para respirar, mesmo assim não deixo de fazer contato com o corpo dele, acaricio com meus dedos a cintura fina e a aperto posessivamente para depois sugar a pele do pescoço de Bucky.

- Oh, Deus! - alguém fala com surpresa na voz.

    Paro o que estava fazendo e ergo meu tronco, assim podendo ver quem estava na cozinha. No instante que o faço meus olhos se encontram com os olhos arregalados da mãe de Peggy, ela tinha as mãos na boca e estava começando a se afastar.

- Peggy! - Laura se vira para o corredor e grita por minha esposa.

- Calada - corro até ela e seguro o braço da mesma logo a puxando e empurrando contra a parede da cozinha com a outra mão tapo a boca da mesma.

    Ela tentou sair, mas não conseguiu então começou a gritar para que eu a soltasse, mas todos os sons estavam sendo abafados pela palma da minha mão.

- Você não vai dizer nada do que viu a Peggy, porque se disser irei contar a ela sobre o dia em que você e Penny pegaram James ainda bebê no berço para tirar ele do nós, simplesmente por não não ser nosso filho biológico, entendeu?

    Eu tinha que falar algo para que Peggy não descobrisse sobre meu caso com James, por mais que aquela informação não devesse sair dos meus lábios - tirando os pais da beta eu era o único que sabia sobre aquilo -, porque James poderia se sentir mal com a informação. Felizmente ela concordou movimentando a cabeça.

- Ótimo - afasto a tempo de Peggy não não ver o que estava fazendo com a mãe dela.

- O que foi, mãe? - Peggy tinha os olhos quase fechado por ainda estar se acostumando com a claridade.

    Caminho até James para não deixá-lo tão amostra, já que só estava com uma cueca e uma blusa minha.

- Vem cá, babyboy - pego ele no colo e começo a voltar, não sem deixar se observar a expressão de Laura - Ela só queria saber onde fica a farinha de trigo - invento uma desculpa para que Laura faça algo que nunca fez: cozinhar.

- Isso é uma piada?

- Não, ela estava mesmo procurando a farinha de trigo para fazer um bolo de chocolate - sorrio com a língua entre os dentes para senhora de idade com uma expressão raivosa.

- Quem diria que você sabe cozinhar, mãe - Peggy sorri.

    James estava quieto em meu colo, mas soltou um gemido baixo contra minha blusa, isso foi o suficiente para atrair a atenção dela.

- Nosso bebê está muito manhoso - aplico um beijinho no pescoço dele.

- Eu faço o café da manhã para vocês - ela se apressa a dizer.

Babyboy | StuckyOnde histórias criam vida. Descubra agora