Cap 6

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Julia


Bom, eu sou a Julia. Teté deve ter falado de mim aí pra trás..

Então, eu tenho 20 anos. Sou escorpiana.

Atualmente tô morando na cidade da Estér pois consegui uma oportunidade boa de emprego perto daqui.

Eu vivia com Erick, meu irmão mais velho. Bom nossos pais morreram em um acidente há 10 anos.

Eu tinha 10 anos e ele tinha 15, foi um momento horrível de superar..

Tivemos que morar com a nossa tia e ela era maldosa com a gente e sempre nos fazia dar dinheiro pra ela bancar os luxos dela.

Quando Erick completou 18 anos, ele arrumou um emprego e voltamos pra casa que morávamos antes.

Agora tô morando em uma casinha aqui simples, mas é tão aconchegante.

Quando nossos pais morreram, eu e Erick recebemos um dinheiro e desde então ele tá guardado, só usamos de vez em quando.

Sempre foi meu sonho ter um carro e agora acho que é o momento certo pra isso, a carteira eu já tenho. Só juntar o útil ao agradável. (...)

O relógio marca 2:30 da manhã, estava deitada no peito de Estér a observando enquanto a mesma assistia Lucifer.

Ela está só de camiseta na qual tem nome de um grupo, acredito que seja de rap, ela comentou outro dia que é o estilo que mais gosta.

Como pode ser tão linda, a boca carnudinha, a pele negra reluzente.

Com certeza eu quero que essa transa de hoje se repita. Que mulher meus amigos, que mulher.

- Que foi que você tanto olha em Julinha, tá apaixonada? - Perguntou ainda olhando pra tela.

Dei uma risadinha e tornei o olhar pra série também.

- Hm? Responde. - ela disse fungando no meu pescoço, arrepiei na hora.

- Só estava admirando sua beleza. - a olhei e ela deu um sorrisinho me olhando também. Ah, o sorriso dela é lindo demaiss - Você é muito linda.

- Cê não é nada mal também - Falou colocando meu cabelo pra trás da minha orelha e fiz uma careta. - Você que é, gatinha. Principalmente pós transa, seus cabelos grudados no rosto por causa do suor, e as bochechas vermelhas... Fiquei louca.

- Vai me fazer ficar com vergonha. - Sorri corada e me aconcheguei melhor no seu peito, ela soltou uma risada nasal e começou a me fazer um cafuné gostoso, tão bom que acabei apagando rapidamente. (...)

Acordei sentindo o cheiro de café pelo quarto. Me levantei e fui pro banheiro fazer minhas higienes.

Saí e caminhei até a cozinha, encontrei Estér com a roupa de ontem preparando o café e minha mente automaticamente foi pra noite passada, sorri com a lembrança.

- Que isso em Teté, muié prendada dessa. - Falei indo até ela e dando um selinho.

Quando vi ela no bar aquele dia ela me despertou um desejo absurdo e agora tá aqui.

- Muita anos de prática Julinha. - Sorriu terminando de colocar o café na garrafa. - Peguei os trem aqui pra fazer um café, maior larica.

Dei risada do jeito que ela falou.

- Magina, já adianta meu lado também. - riu cínica tacando o pano de prato em mim.

Peguei um bolo de laranja, começamos a comer e trocar umas ideias aleatórias.

- Vai trampar amanhã? - Estér perguntou deitada comigo no sofá enquanto a gente ouvia música na caixinha.

Parecendo casal já, ela disse que ia embora mas eu pedi pra ela ficar mais um pouquinho.

Usando a desculpa de que eu tava meio deprimida.

- Vou sim, ainda bem que a empresa banca o transporte. E você vai trabalhar amanhã? - Perguntei esticando o corpo, cheia de preguiça.

Domingo faz isso com a gente.

- Tenho que ir, difícil poder arrumar uma folguinha com a Marina. - mexeu nos meus cabelos. - Falando nisso vou na casa do viado almoçar lá, bora?

- Será? - perguntei e ela me olhou. - Nem conheço o povo lá, uai.

- Aí a oportunidade pra conhecer uai. Dona Roseli é um amor de pessoa, bom, com quem ela vai com a cara. Mas acho meio impossível ela não gostar de você.. - Disse pegando o celular e eu sorri. - Bora ou não?

- Bora então! Vou só colocar outra roupa. - Ela assentiu e quando levantei, ganhei um tapão ardido na bunda. - Ai cavala, doeu - Falei passando a mão indo trocar de roupa ouvindo ela rir em deboche.

- Ai me bate vai - Estér tentou me imitar em relação a ontem. Dei risada sozinha e me aprontei.

Amarrei meu cabelo em um rabo, vesti um short jeans branco e peguei minha havaiana.

Não gosto muito desses trem de maquiagem não, as vezes passo um batonzinho ou um rímel e já era.

Cheguei na sala e ela deu um assobio.

- Tá linda. - falou sorrindo e partimos pra casa do Luiz.

Conversei com ele depois daquele dia pelo telefone, o mesmo estava junto da Estér e a gente trocou um pouquinho de ideia, a bixa é toda extrovertida.

Fui andando com a Teté e trocando o maior papo, assunto entre nós era o que mais tinha.

Ela é um amor de pessoa e maluca de tudo, embora é meio fechada pra alguns assuntos, ela sabe bem usar as palavras e também já deu pra perceber a bondade dela..

O que eu procuravaOnde histórias criam vida. Descubra agora