Cap 12

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Estér

24 de dezembro...

Ligação on:
Julinha 💕: Agora me diz. Saia preta com o cropped azul ou o short branco com o croped vermelho?
Eu: Bom, eu acho que você fica linda sem nada disso, mas você tem que se vestir do jeito que achar mais confortável.
Julinha 💕: Como você consegue ser assim? Que raiva. Você é safada e fofa no mesmo momento.
Eu: Fofa? Qual foi Julinha - dei risada
Julinha 💕: Eu quero sua opinião.
Eu: Ok, eu acho que o short branco com o cropped vermelho?
Julinha 💕: Ótimo, vou colocar a saia preta com o cropped azul. - Revirei os olhos e ri baixo. Mulheres.....
Eu: Vai ficar linda.
Julinha 💕: Bom vou ter que ir me arrumar então. Você não quer ir mesmo né?
Eu: Tá tudo bem Julia, vai e se diverte. Come bastante tá e traz uma marmita.
Julinha 💕: Puts, muito esfomeada cara. Bom, vou indo. Beijo beijo. Até depois de amanhã.
Eu: Beijo beijo Julinha, se cuida, é nóis.
Ligação off.

Todo mundo comemorando, eu aqui deitada assisitindo série e comendo torta.

Larissa já voltou pra casa e tá comemorando com a mãe dela, Luiz tá com a família, Julinha tá indo pra sua antiga cidade passar com seu irmão e alguns parentes.

Falando no Erick. Ele amou que eu e a irmã estamos ficando. Disse que super apoia a gente e o cara nem me conhece muito. Diz ele que a Julia fala muito sobre mim.

Vou contar porque não gosto do natal, bom quando eu tinha 11 anos o cara que doou esperma pra minha mãe pra me ter estava comemorando com a gente aqui nessa casa e bom, ele bebia muito e minha mãe era muito infeliz.
A gente passava por uma situação não muito boa, o cara não trabalhava e não deixava minha mãe trabalhar.

Vivíamos de doações e nesse dia me lembro certinho, conseguimos arroz, feijão e batata. Mamãe fez a comida mais gostosa do mundo. Quando estávamos indo comer, o safado chegou muito bêbado, que viu o que tinha pra comer, ele simplesmente surtou. Lembro das palavras que ele dizia à ela "sua vagabunda, nunca põe nada em casa" "você só serve pra dar essa buceta mesmo" e várias outras coisas extremamente escrotas.

Enquanto ele xingava, minha mãe chorava abraçada a mim e eu chorava também.

Ele se irritou vendo a gente daquela forma e puxou minha mãe pelos cabelos, começou a bater nela com socos e chutes na barriga e ela começou a sangrar. Fiquei desesperada e saí correndo na rua gritando por socorro, foi quando o Biu apareceu e tirou o cara de lá. Ele foi o anjo de mamãe.

Logo depois a ambulância chegou e eu fiquei na casa da Larissa. O cara fugiu e nunca mais apareceu. O que ninguém sabia era que minha mãe estava grávida, mas por sorte o bebê não morreu. Se ela tivesse levado um chute a mais ela corria o risco de morrer e o bebê também. Biu foi o anjo deles. E esse bebê é o meu irmão do meio, O João Gabriel que hoje tem 8 anos.

Esse foi o pior dia da minha vida, desde então nunca mais comemorei o natal.

Depois de 2 anos minha mãe conheceu um cara, o Ricardo. Ele a fazia e a faz muito feliz. Por mais que a gente não se combine ele trata muito bem minha mãe e meus irmãos, tanto que João até o chama de pai.

Ana Clara é a minha irmã caçula, filha de Ricardo e ela tem 3 aninhos e é a coisa mais linda do mundo.

Bom resumidamente é isso. (...)

Dormi a tarde toda e quando foi a noite resolvi sair pra espairecer um pouco.

Cheguei no buteco da Tia Sônia e era outro cara que estava lá tomando conta.

Pedi uma tequila e logo em seguida uma latinha de brahma.
Fiquei tomando ali e de repente uma moça bem bonita, que aparentava ter uns 35 anos se sentou do meu lado. Ela pediu um conhaque e tomou num gole só. Fazendo uma careta.

- A primeira dose é sempre a pior - falou me olhando. - Prazer Camila.

- Não tenho boas recordações relacionadas a conhaque - comentei rindo - Eaí Camila, sou a Estér. - me apresentei apertando sua mão.

- Bonito nome, Estér... O que te traz em um buteco na véspera de natal? - perguntou pedindo outra dose.

- Não gosto - falei fazendo pouco caso - E você?

- Briguei com o marido - falou pedindo uma cerveja, essa doida vai ter um coma alcoólico não é possível. - Filho da puta me traiu com a minha melhor amiga cara.

- Puts, amiga não véi - disse bebendo minha cerva. - Cê tá na merda memo em colega.

- Nem me fale, eaí cê namora? - quando eu fui responder alguém chegou gritando ela.

- Falando do diabo. Não perto de mim, filho da puta. - gritou o ameaçando com a garrafa de cerveja na mão, logo atrás dele apareceu uma morena mó corpuda. - Ah pronto, o circo tá completo, amiga amarra essas tranças.

- Amiga desculpa amiga, eu não queria - Chegou perto de nós e a Camila já deu logo um murrão na boca da tal muié.

Puta merda!!!!

- Sai daqui sua falsa, senão cê vai levar mais em. E você amor, eu te perdoo. Sei que foi essa vagabunda que deu em cima de você.

- Exatamente isso vida. - o cara falou e eu tava boiando não entendendo mais nada.

Quando o cara chegou perto nela pra dar um beijo, Camila deu uma ajoelhada no seu saco e ele rapidamente caiu. Depois disso ele tentou avançar nela.

- Que isso sua vagabunda, tá maluca?

Quando ele foi pra cima dela eu peguei a garrafa que tava na minha mão, quebrei na quina do balcão e taquei na cabeça do maluco. O cara desmaiou na hora. Todo mundo vaiava, chequei pra ver se o cara tava morto e não tava não. Minhas mãos todas ensanguentadas.

Logo ouvimos sirenes e a polícia com a ambulância chegaram.

Pronto, mais uma vez na delegacia.

- Posso saber o que tá acontecendo aqui porra? Vocês não respeitam nem o natal? - O policial chegou me empurrando.

- Que isso tira a mão de mim, tá louco? - gritei. Ele não podia me bater porque tinha muita gente aqui, mas certeza que se não tivesse teria levado um no meio da cara.

- Quem fez isso? - o outro policial perguntou.

- Eu - levantei à mão - Mas foi em legítima defesa.

- Vão se explicar na delegacia, vai todo mundo pra viatura. - apontou e o outro cara foi conduzindo a gente até o carro. - Tá vivo? - ouvi ele perguntar e os enfermeiros responder que sim. (...)

O que eu procuravaOnde histórias criam vida. Descubra agora