Cap 32

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- Que porra cê tá falando Julia? Tá doidona de pedra é? - falou com a voz alterada.

- Como pode? - perguntei e ela suspirou passando a mão na cabeça. - Me diz meu Deus como pode eu ter uma mulher tão gostosa dessa?

A menina me olhou querendo me matar e jogou uma almofada com tudo em mim.

- Namoral memo.. Eu tenho cara de otária Julia?

- De jeito nenhum, cê tem cara de amor da minha vida, pretinha.

Dei risada e fui indo pra perto dela colocando as mãos envolta do seu pescoço e ela nem se moveu pra me abraçar.

- Qual foi Julia, sem fundamento isso aí em. Tendeu nada essa palhaçada.

- Cade o senso de humor vida? - provoquei dando beijos pelo seu rosto e pescoço. - Desculpa te deixar preocupada, eu tava assistindo filme e capotei. Meu celular tava no silencioso, nem vi.

- Rum. - ela murmurou e se sentou no sofá de novo.

Sentei no colo dela a abraçando e ela suspirou me abraçando de volta.

- Vira. Deixa eu te fazer uma massagem.

Ela se virou de costas pra mim tirando a camiseta e eu me ajeitei melhor no sofá.

Comecei a fazer uma massagem bem gostosa nela sentindo a mesma relaxar.

É incrível como a pele dela parece seda de tão macia que é.

- Como foi o trampo em maluca? - perguntou.

- Foi tranquilo. Só fiz umas coisas e um relatório sobre as máquinas que pifaram. - ela murmurou um "hm". - E o seu? Tranquilo?

- Que nada. Maior movimento cara.. Tô mortinha.

É sobre isso que eu tava falando.

- Já comeu?

- Aham. Jantei na mãe Roseli quando saí do trampo.

Ela se virou pra trás deitando e me puxou pra cima dela.

- Por que cê tá com o olho vermelho? Fumou foi?

- Que nada, tá doida? É o tanto que eu chorei assisitindo o filme da Clark e do William.

Ficamos conversando um tempo até eu lembrar da tal Vanessa.

- Pretinha cê conhece uma tal de Vanessa aqui?

Estér se sentou no sofá de uma vez que quase caiu.

- Conhece essa de onde? - perguntou atenta.

- Ela me parou hoje na rua - falei e ela fez uma careta nada boa. - É..Ela veio com uns papo de passar meu número mas quando eu disse que namorava você ela saiu que nem foguete.

Estér deu risada e eu olhei sem entender nada pra ela.

- Não dá confiança pra ela não viu Julia, essa mulher aí é pilantra. - pausou - Mas que bom que ainda se lembra de mim.

- De onde vocês se conhecem? - perguntei curiosa.

- De outros carnavais aí..Deixa baixo.

- Deixa baixo o caralho pode me contar tintin por tintin.

Falei e ela me puxou de novo pra deitar no seu peito enquanto fazia carinho na minha bunda.

- Hmm..Vanessa era mó parceira minha sabe? Não igual a Larissa ou o Luiz. Mas fechava comigo daora...Teve uma vez que nós foi fazer um corre junto, acho que foi em dezembro do ano passado, papo de mil conto pra cada. Mas a desgraçada rodou com o bagulho e jogou a pica pra cima de mim, falando que era só meu e eu tinha obrigado ela a ir junto no corre. Ela cheia da grana e eu preta e pobre né? Nunca iam acreditar em mim, soltarem ela. Mas troquei uma ideia maneira com o delegado, ele conhecia nós nas antiga e pá. Aí liberou eu por consideração da Dona Roseli que foi lá e pagou a fiança pra mim. Vanessa sumiu do mapa mas depois de um tempo ela voltou, aí eu catei ela pra louca. Peguei ela na faca lá na praça na frente de geral, fiquei cega de ódio quando vi a filha da puta de carrão lá ostentando grana cheia de boy do lado não aguentei. Dei umas três só pra dar um susto. Ela me pediu desculpas e tudo mas deu em nada, só fiquei dois dias trancada e depois saí porque ela retirou a queixa. Sabia que tava no erro né.

Aí me liguei da cicatriz perto do pescoço.

- Credo Estér, pra quê tudo isso cara? Deu até um arrepio, credo.

- Uai Julia, trairagem uai. Se falou que fechava era pra fechar. Agora vai jogar pra cima de um só? Ai meu saco que eu nem tenho.

- Nem parece você falando desse jeito. Eu em. - fiz sinal da cruz e ela me olhou.

- Eaí Julia tá tirando em nega? Já foi já, te falei que meu passado é pertubado, se envolveu já sabendo..

Tenho até medo de descobrir as outras coisas.

- Não é isso não Estér, só falei porque não imaginava uai. Mas se você teve seus motivos, quem sou eu né?

Tratei de tirar aquilo da minha cabeça logo pra não ficar pensando.

Estér ficou mais um pouco disse que ia embora porque tinha vindo só pra ver se tava tudo bem mesmo.

Levei ela até a porta e a bichinha já foi se saindo mas eu puxei o braço dela.

- Que foi doida?

- Acha mesmo que vai embora sem me dar um beijo? - ela sorriu negando com a cabeça.

- Achei que você tava me achando um ser repugnante.

Dei uma risada bem debochada e me aproximei dela.

Ela me puxou colocando uma mão por entre meus cabelos e a outra apertando forte a minha cintura.

A pegada dessa mina me deixa maluca como a primeira vez que nós se pegamos naquele banheiro da Tia Sônia. 

Segurei firme sua cintura também e ela se aproximou me beijando. Dei passagem pra sua língua e ela controlava nossos movimentos segurando no meu cabelo.

Sem querer soltei um gemido quando ela chupou minha língua e ela riu se separando de mim.

Maldita menstruação sincronizada. Grr.

- Se contenta aí com o efeito que eu causo em você. - falou passando o dedo nos lábios e pegando minha mão beijando a aliança.  - Aí se cuida em. É nois?

- É nois, minha vida. Te amo.

Ela sorriu e foi se saindo com a bicicleta. Suspirei indo pra dentro sentindo as borboletas no estômago.

Apaguei as luzes da cozinha e da sala e fui pro quarto escovar os dentes e deitar.

Esperei a Estér mandar mensagem que havia chegado, dei boa noite a ela, disse que devido a esse grande espaço de tempo sem transar, quando fosse acontecer íamos ficar o dia inteiro fudendo e dormi.

O que eu procuravaOnde histórias criam vida. Descubra agora