Estér
Todo mundo começou a se abraçar sorrindo e eu quieta na minha.
Não dá não, não consigo e me sinto um lixo por isso.
Me levantei rápido e saí da casa correndo.
Ouvi alguém me gritar mas nem olhei pra trás não só segui sem rumo.
Passei pelo centro andando rápido e o relógio da igreja marcavam meia noite pela segunda vez, logo começou o barulho do sino.
Andei pra caramba sem noção nenhuma de lugar.
As cenas se repetiam e meu coração acelerava.
Eu tentei, juro que tentei mas não consegui.
Meus olhos estavam cheios de lágrimas mas eu as segurei.
- Ei..Calma, o que tá havendo? - seguraram meu braço me puxando e um carro passou muito rápido.
Olhei pra trás respirando rápido vendo uma menina me encarando assustada com uma sacola na mão.
Nunca tinha visto ela mas tinha uma fisionomia familiar.
Olhei ao meu redor vendo que eu tava na entrada do São Jorge.
Caralho andei pra caramba.
Olhei pro meu braço vendo a mão dela ali ainda e ela soltou rapidamente.
- Desculpa, eu não queria. - falou se afastando. - Você tava andando muito rápido..e quase que o carro te pega. Ta tudo bem? - falou tudo muito rápido.
- Valeu aí.. - forcei um sorriso e virei as costas pra sair dali e ela me segurou novamente. - Quié mina? Foi mal mas eu não tô num momento bom e não quero descontar em você..
- É que..Acho melhor você se acalmar um pouco. Eu moro bem ali. - apontou. - Vamo lá pra você tomar uma água sei lá..
Encarei ela sentindo uma enorme vontade de chorar, acho que ela percebeu e tentou vir pra perto mas eu neguei com a cabeça.
Pegou na minha mão que estava tremendo e me olhou nos olhos.
- Eu só quero algum lugar calmo onde ninguém vai me perguntar que porra tá acontecendo. - falei e ela assentiu.
- Espera aqui rapidinho. - saiu correndo com a sacola e eu me apressei também em sair dali rápido.
Mas não sei o que essa menina tem na perna que me alcançou em dois minutos o que eu demorei uns dez pra andar.
- Você é bem teimosa né? - perguntou e eu bufei. - Por aqui a gente vai chegar num lugar maneiro. - virou uma esquina e começou uma estradinha de terra.
Andamos mais um pouquinho e subimos numa pedra enorme.
Dava pra ver um pouco as luzes da cidade.
Me sentei ali e a vontade de chorar ainda era presente.
- Valeu. - fiz sinal com as mãos pra ela sair mas ela se sentou do meu lado e ficou em silêncio.
Não aguentei mais segurar e uma lágrima caiu.
Limpei rapidamente mas começou a cair várias e várias e eu não consegui controlar.
Chorei muito querendo entender porque aquilo me persegue tanto.
Mas quanto mais eu tentava esquecer eu lembrava.
Meu choro foi ficando alto e comecei a soluçar junto papo de não conseguir respirar muito bem.
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O que eu procurava
Romance"me segure e não me deixe partir, por favor não desista de mim não. Me leve e não me deixe partir..."