O que eu procurava

Cap 21

Julia

Caraca que dor de cabeça véi. Puts que vacilo meu cara. Passei a mão no lado que a Estér dorme e estava vazio.

Bufei lembrando da vergonha que eu passei ontem.

Lembrei também das palavras da Estér, sem querer eu magooei ela, eu sei da conduta dela mas poxa, eu fiquei balançada.

Eu sabia que aquela era a ex dela só pelo jeito que a Estér ficou desconcertada e no momento em que ela apertou minha mão.

Fiz um coque no cabelo, tomei um banho, escovei os dentes e desci pra sala.

Estavam todos ali, menos Larissa e Estér.

Cumprimentei eles, tomei um café forte e fui me sentar junto deles.

- Hm.. E Estér tá onde? - perguntei.

- Ela saiu de manhãzinha. - Alice disse sorrindo fraco.

- Sozinha? - ela assentiu e eu suspirei.

Vou dar o tempo e o espaço dela.

Passou uns 20 minutos e Larissa chegou.

- Trouxe almoço gente. - foi pra cozinha e eu fiquei ali. Tinha acabado de tomar café.

Ela voltou e se sentou do meu lado.

- Ela foi conversar com a Yasmin tá? Não precisa ficar preocupada, Estér não é criança. - ela suspirou - Cê viajou ontem em, sei que foi o efeito da bebida e também pela ex dela aparecer num momento tão importante e feliz pra vocês.

- Eu sei. Eu conheço a Estér e sei que foi paranóia minha, mas sei lá. Ela encontrar com a menina que tanto amou depois de terem separado as duas. Dei uma de louca mas era medo dela ir atrás da menina. E cara eu disse que a amava ontem...

- Entendo você e Estér também entende. Mas pode ter certeza que ela vai ser transparente em tudo contigo. Entende ela também... - ela saiu e eu fiquei ali. Deitada.

Resolvi colocar um biquíni e ir pra piscina.

Fiquei ali um tempão pegando um bronze e depois fui dormir de novo. (...)

Acordei com uns beijos gostosos no pescoço e sorri sabendo de quem se tratava.

- Hmm..É um sonho? - ela soltou uma risada nasal.

- Não, não é. Se arruma. Bora pra praia. - Estér disse e levantou da cama.

Assenti e me arrumei colocando o biquíni já seco. Eram duas horas da tarde. Fomos caminhando até a praia e o sol tava de rachar.

Arrumamos um lugarzinho pra sentar e ficamos olhando para aquela imensidão infinita de água na nossa frente.

Estér foi até o quiosque e pediu porção de fritas com calabresa e um litrão de cerva.

Adivinhou porque eu tava numa fome.

Ela serviu cerveja pra gente e acendeu um paiero. Estér e seu vício.

- Nunca mais duvide dos sentimentos e da minha fidelidade que eu tenho por você, Julia. - disse séria ainda olhando pro mar.

- Eu não duvido disso. Desculpa tá bom? Eu não queria dizer aquilo e nem agir como uma maluca. Eu que fui a criança. Só estava com medo e insegurança.

- Eu que não queria te colocar naquela situação desconfortável. Foi mal. - neguei com a cabeça. - É sério, você disse que me ama e foi nesse momento que meus olhos bateram com o dela. Me senti uma estúpida porque eu não sabia como agir.

- Cê não tem que se explicar. Foi muita bebida e paranóias....Você se encontrou com ela né? - comi a batatinha e bebi a cerveja.

Ela assentiu.

- Não vou mentir falando que foi super tranquila porque não foi. Fazia muito tempo e...Bom isso não vem ao caso. - ela suspirou e pegou minha mão brincando com a aliança. - O que eu sentia por ela passou, Julia. - disse soltando minha mão e tragando seu cigarro. - Vai ser só mais uma lembrança na minha vida. Eu precisava deixar ela ir e quando a gente se encontrou e conversou eu percebi que não sentia absolutamente mais nada por ela. Yasmin também seguiu a vida mas ela sofreu muito durante esse tempo, assim como eu. Mas ela conseguiu seguir e se apaixonar novamente, amadureceu mais...

Ela deu uma pausa enorme, só olhando pro mar.

Apagou seu paiero e bebeu um pouco da cerva.

- Eu também consegui seguir, também amadureci.. Você apareceu e fez com que eu criasse um sentimento bom e sincero por você... - sorri internamente, eu não posso nunca deixar essa mina ir embora. Terminamos de comer e beber cerveja em silêncio. Acho que não precisava falar mais nada. - Vamo entrar? - apontou pro mar.

Assenti e ela me deu a mão pra me ajudar a levantar. Pediu pra uma senhora que tava ali olhar nossas coisas e tirou a camiseta ficando somente com um top da nike. Gostosa viu, muito gostosa.

Tirei meu shorts também junto da camisa que eu tava e flagrei Estér olhando pra minha bunda. Sorri e ela negou com a cabeça.

Fomos até a beira e a água tava um gelo mas com o calor valia a pena. Fui entrando devagar e Estér já foi correndo dando um mergulho.

- Estér.. - a chamei e ela me olhou. - Eu não sei nadar. - ela sorriu e veio ao meu encontro me estendendo a mão.

A gente foi indo até onde me dava pé e depois ela segurou minha cintura e eu seu pescoço.

Ficamos nos encarando enquanto as ondas vinham e se quebravam devagar. Os olhos dela brilhavam.

- Eu tava puta e me sentindo culpada ao mesmo tempo. - ela disse. - Eu odeio me sentir puta cara. - ela lançou um sorriso que com certeza molhou mais ainda minha calcinha. - É nóis? - ela perguntou segurando minha mão e dando um beijo sobre a aliança como ela sempre fazia. Era tipo uma mania só nossa.

- É nois. - sorri e ela me puxou pra um beijo. Um beijo de saudades com gosto de cerveja como sempre.

- E eu não vou transar com você em banheiros públicos e ainda mais se você estiver bêbada tá bom? Não do jeito que você tava ontem.

Assenti sorrindo e senti a mão dela na minha bunda dando apertos leves.

Me beijou de novo e deu uma mordidinha seguida de uma chupadinha no lóbulo da minha orelha. Certeiro pra me molhar mais e ficar com vontade de dar pra ela aqui e agora.

Senti sua outra mão entrando na minha calcinha e eu automaticamente abri mais as pernas. Estér começou a massagear meu clitóris e eu coloquei minha cabeça encostada no seu ombro.

- Molhadinha já em Julinha. - colocou dois dedos dentro de mim e eu gemi baixo no seu ouvido. - Seu gemido é música pro meus ouvidos. - ela metia rápido alcançando meu ponto g e eu delirava revirando os olhos.

Tinham algumas pessoas na água mas nós estávamos um pouco afastadas.

Senti que meu orgasmo tava se aproximando e Estér também percebeu, começou a meter mais rápido do jeito que eu gostava e eu gozei tudo nos dedos dela gemendo alto com ela ainda dentro de mim.

Ela sorriu em satisfação, me deu um beijo gostoso e saiu de mim.

- Cê é muito gostosa. Que isso cara..

Falou me puxando de volta pra areia e eu sorri.

Quando fui firmar minhas pernas no chão dei uma fraquejada que se Estér não me segurasse eu ia cair ali mesmo.

Minhas pernas estavam bambinhas cara.

Ela me pegou no colo e fomos sentar onde estávamos.

A senhora nos olhou em reprovação como se soubesse o que a gente tava fazendo, mas Estér nem ligou. Sentamos ali e ficamos até o pôr do sol. Depois catamos nossas coisas e partimos pra casa.