Cap 36

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Julia

- Caraca Teté tá demorando pra caralho. - Larissa comentou  a mesma coisa que eu pensava naquele exato momento.

- Nossa pior que tá mesmo. Pra quem foi só procurar um banheiro. - Ingrid olhou no relógio - Já faz uns 40 minutos já que ela saiu daqui.

- Ingrid não fala asneiras. - Erick repreendeu ela. - Deve ter muita gente na fila. Ela tá com celular?

Neguei.

- A gente não trouxe. Só tá a carteira dela aqui comigo. - falei sentindo aquele aperto no peito, uma coisa ruim.

- Calma Julia. Ela deve tá voltando já. - me abraçou vendo que eu tava ficando nervosa. - Eu e a Alice vamos dar uma volta pra ver se acha ela. Tudo bem? - assenti.

Quando ela tava saindo chegou um cara correndo, o mesmo que tava curtindo com a gente ontem.

- Larissa... A Estér... Ela foi.. - ele não conseguia falar e eu fechei os olhos.

- Abre a boca porra, cade a minha preta? - Larissa falou alterada.

- Porra ela tá indo pro hospital. - meus olhos começaram a encherem de água e eu fui pra perto dele ver se eu tinha entendido aquilo mesmo. - Cara vamo embora no caminho eu explico.

Senti segurarem meu braço e era o Erick me puxando pra ir no carro com ele.

- Vai com ele Julia. A gente se encontra lá.- assenti indo atrás do meu irmão.

Ele destravou o carro e eu entrei com mil pensamentos na minha cabeça. Minha pretinha meu pai.

Depois de uns 20 minutos chegamos no hospital e o carro do cara já tava lá.

Saí disparada pra dentro e encontrei com a Larissa, Alice, Luiz, Jorge, o rapaz que foi avisar a gente e a Gisele.

Luiz chorava abraçado com a Larissa que não estava chorando mas dava pra ver que ela tava segurando.

- O que aconteceu gente pelo amor de Deus. - perguntei entregando a carteira com os documentos pra Alice ir fazer a ficha da Estér. 

- Vem aqui Julia. - Larissa me chamou e eu sentei perto dela. - A Gisele e o Vítor foram fumar perto de um beco lá na praça e encontraram a Teté caída lá sangrando. - fechou os olhos. - Ela tomou dois tiros e agora tá se preparando pra fazer uma cirurgia.

Meu mundo desabou ali mesmo. Eu não conseguia falar nada e minha garganta foi se fechando.

Larissa me deu água mas eu nem peguei.

Só conseguia pensar na minha pretinha sofrendo e tentando pedir por ajuda no momento do ocorrido.

- Não..Não..Não. A minha Estér não. - comecei a falar sentindo alguém me abraçar e eu caí de joelhos no chão chorando desesperadamente.

- Você tem que ficar calma Julia. - Larissa tentou me acalmar.

- Como você quer que eu fique CALMA LARISSA? A PESSOA QUE EU MAIS AMO NO MUNDO DA DENTRO DA PORRA DA SALA DE CIRURGIA PORQUE TOMOU DOIS TIROS. QUER QUE EU FIQUE CALMA COMO?? - gritei sentindo meu peito se rasgar no meio.

- Você precisa porque senão vão te dar remédio e você vai apagar. Fica firmona aí. É a Estér porra. Conhece alguém mais forte que ela? Todo mundo aqui tá sentindo a mesma coisa que você cara.

Erick chegou com outro copo de água me abraçando e eu abracei ele.

- Não posso perder mais uma pessoa que eu amo Erick. - falei sentindo ele me abraçar mais forte.

O que eu procuravaOnde histórias criam vida. Descubra agora