Cap 27

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Julia

Duas semanas depois...

- Bora logo Julia. - terceira vez já que a Estér me apressa e eu aqui fazendo a kátia me arrumando linda.

Não dei atenção e escutei ela bufar indo pro banheiro.

Hoje é sábado e nós vamos até a casa da mãe dela, acho isso importante, ela ser mais presente na vida dos irmãos. Estér é desapegada demais. Ela saiu do trampo 12:00 e veio direto aqui pra casa se arrumar.

A gente tá meio que brigadas. Fomos esses dias pra uma festa daqui na casa de um parceiro dela e tinha uma mina lá dando em cima dela na minha frente. Estér falou com a menina e tal e ela deu uma parada.

Dois tempos depois Estér disse que ia no banheiro e demorou uma cota, achei estranho e fui atrás.

Quando eu chego no banheiro a tal da mina sai de lá rindo debochada pra mim e limpando a boca. Logo atrás sai a Estér com uma mancha de batom vermelho no canto da boca.

Pra mim foi o auge, fiz maior barraco. Gente do céu.

Dei uns tapão na Estér, enlouqueci.

Fui atrás da mina também e ela nem tava mais na casa. Todo mundo olhava e eu nem aí.

Estér me tirou da festa no colo e fez eu ouvir ela. Disse que assim que ela entrou no banheiro a outra tava lá retocando o batom, ela ignorou e fez o que tinha que fazer. Quando ela tava saindo a demônia prendeu ela na parede querendo beijar ela, mas conseguiu só relar a boca na da Estér que empurrou ela no momento em que eu cheguei.

Fiquei meio assim mas acreditei na minha mulher né, claro depois de falar um monte e mandar ela ir pra merda.

Foi nessa que ela revoltou também e me mandou tomar no cu virando as costas pra ir embora.

Mas assim que ela parou na esquina me chamou e disse só que não queria que eu ficasse andando sozinha anoite.

Uma fofa né gente.

Estamos assim desde então, conversando só o básico. Mas hoje eu falo com ela porque tô no erro, não deveria desconfiar dela. Minha pretinha uai.

Mas quando eu vi aquela porra de mancha eu surtei cara.

O pior é que já é a segunda vez que eu ajo sem pensar devido a esses fatos.

Estér odeia mentira e se tem uma coisa que ela não faria nunca é me trair. Conheço a conduta dela cara, mina de ouro. Eu que viajei memo vendo aquela mula sem cabeça perto com aquele risinho.

Terminei de me arrumar e fui pra sala encontrando ela largadona no meu sofá toda linda.

Bermuda do preta e uma camiseta branca marcando os bicos do peito dela e como sempre o chinelão branco.

Cabelinho na régua toda cheirosa.

Saudade que eu tô de transar com ela, desde o ocorrido a gente não se trombava, hoje que ela veio porque já tínhamos marcado de ir pra casa da mãe dela.

E ver ela ali daquele jeitinho toda gostosa me deu um trem.

Ela percebeu que eu olhava pra ela e me olhou com um bico se levantando e pegando sua mochila e indo pra fora.

A bicha é ruim memo em.

O plano é passar hoje e amanhã lá porque nós somos empregadas graças ao pai.

Peguei minha bolsa também, fechei as janelas no trinco, peguei minhas chaves e saí trancando tudo.

Desliguei o alarme do carro e abri vendo ela entrar e eu entrar logo em seguida.

Coloquei minha bolsa no banco de trás e fiquei parada olhando pra ela.

Ela me olhou com um ponto de interrogação na cabeça e eu suspirei vendo o quão linda é minha mulher.

- Pretinha desculpa. Eu viajei mesmo aquele dia, fiquei adoidada de ciúmes. Não quero ficar nesse clima chato com você, você é a única pessoa aqui que eu tenho pra conversar e ficar sem sua companhia é horrível. Não consigo mais ficar longe de você. Por favor me desculpa.

Falei manhosa olhando pra ela que se antes tava com um bico, agora tá mais do que antes.

Ela me encarava séria e eu tava até com medo.

- Eu também sinto sua falta filha da puta. - ela confessou e eu gritei por dentro sabendo o quão difícil foi pra ela dizer isso e deixar o orgulho de lado. Quis rir mas me contive. - Mas presta atenção em Julia. Vigia porra. - falou baixo segurando meu queixo e me olhando nos olhos. - Cê não tem motivo nenhum pra desconfiar de mim e se um dia eu pensar em te trair - pausou - O que eu duvido muito que vá acontecer.. Independente que qualquer coisa eu vou agir na total transparência contigo e te falar antes.

Ela disse e eu soltei o ar que eu nem sabia que estava segurando e sorri. Eu amo essa mulher.

- Cínica do caralho - falou e molhou os lábios me puxando pra um beijo um tanto agressivo mas gostoso que eu tenho certeza que minha boca ficou vermelha. Intensifiquei mais indo pro colo dela mas a filha da puta não deixou e se separou de mim.

- Estér???? - falei indignada e com o meio das minhas pernas queimando. Ela colocou o sorriso mas cafajeste que pôde no rosto e me deu um selinho.

- Bora que nós tá atrasada gata. - falou colocando um óculos de sol mechendo no rádio conectando no celular dela.

Bufei frustada e coloquei meu óculos também sentindo aquele formigamento chato.

Eu que lute com uma muié ruim dessa.

Fomos o caminho todo conversando. Saudade que eu tava de ouvir as risadas dela e trocar essa ideia louca que só nós temos.

Chegamos na cidade da mãe dela cerca de 2 horas depois porque perdemos no meio do caminho. A dona da razão disse que o gps tava errado e quem estava errada era ela, mas a bonita não aceita.

Ela foi me guiando na cidadezinha e pouco tempo depois chegamos numa casa grande e linda, daqueles modelos antigos e com um quintal enorme.

- Tá tudo bem? - perguntei e ela assentiu. - Qualquer coisa a gente volta na mesma hora ok? Eu tô contigo nessa.

Ela entrelaçou nossas mãos e como de costume deu um beijo na aliança.

Descemos do carro e eu segurei a mão dela, Estér conseguia esconder muito bem quando estava tensa, mas como eu conheço a peça percebi quando ela meio que secou a mão na bermuda depois de apertar a campainha.

Não demorou nada e eu vi uma garotinha linda com os cabelos cacheadinhos e a pele clarinha vindo correndo e uma mulher negra linda com um corpão logo atrás sorrindo..

O que eu procuravaOnde histórias criam vida. Descubra agora