O que eu procurava

Cap 1

Iae, eu sou a Estér, tenho 19 anos, sou ariana e moro numa pequena cidade aqui do interior de Minas Gerais.

(Agora é a parte em que vocês imaginam a musiquinha do globo rural, um monte de pão de queijo, café e uma vaca dentro de casa). kkkkk

Voltando... Moro sozinha, minha mãe mora em outra cidade com meus irmãos e seu marido. Ao decorrer dos fatos vou contando mais sobre mim...

O bom de cidade pequena é que as coisas são tudo pertinho, o ruim é o povo tudo fofoqueiro e as faltas de oportunidades.

Terminei o ensino médio há dois anos e tentei o enem, mas não consegui.

Nunca tive essa vontade de fazer faculdade e graças ao pai minha família não interferiu na minha decisão, se interferissem também não tava nem aí.

Escolha é minha e já. (...)

Sexta-feira, acordei às oito da matina pra mais um dia de trampo, fiz minhas higienes, coloquei uma camiseta preta, uma calça de moletom e um all star velho que eu não me desapego nunca.

Amarrei minhas tranças em um coque grande e deixei algumas soltas. Eu sou uma preta gata pra carai, sem maldade.

Tomei meu café, arrumei minha marmita e me mandei.

Trabalho em uma lojinha de bijus aqui na cidade mesmo e já faz um ano e meio.

Moro num bairro pequeno, o povo é tudo humilde, um ajuda o outro, mas convenhamos o lugarzinho pra ter morro, puta merda.

Desço cumprimento a galera e as véia fofoqueira já tudo de zóio, especialmente a dona Maria e a dona Sebastina, essas duas aí tem que tomar cuidado.

- Aqui nada muda né, principalmente esses trem que parece câmera 24/48 encima da gente. - Falei alto, elas me olharam e ainda continuaram fofocando, essas aí tem jeito memo não viu.

Segui meu caminho falando com todo mundo, eu sou bem conhecida aqui por ser meia doidinha mas ajudar quem precisa.

Cheguei no serviço 8:50 e a minha bixa louca, vulgo o Luiz, tava de costas me esperando pra abrir a loja.

Ele chegou pra trabalhar aqui 6 meses depois de mim, mas já conhecia ele de uns role doido aí...

Luiz é um preto lindo cara, maior gato mesmo.

Nem parece que é viado na aparência, mas abriu a boca já era.

- Falaaaa meu viadooo - Gritei dando um pulo nas costas dele.

- Desgraçada, filha da puta, que susto sapatona dos infeeernos - A bixa gritou tentando me bater, enquanto eu ria igual uma hiena.

- Olha a boca porra - Falei abrindo a loja e ainda rindo.

- Menina nem te conto com quem eu tava ontem, tô toda dolorida - Ja começou ele.

- Com o Jorge né, você só tem ficado com ele desde nem sei quando. - Comentei enquanto arrumava os trem pra esperar as mercadoria novas chegarem.

Como essa é a loja mais perto pra todos aqui tem bastante movimento, porque tem de tudo aqui.

É tipo um 1,99.