Cap 18

1.2K 100 7
                                    


Julia

Estava tudo maravilhoso, o momento, a luz vermelha, o vinho, a companhia da Estér. Parecia até motel isso aqui. Não tinha como ficar melhor.

Ela já tava chapada e eu percebi isso pela sua calma e seus olhos pequenininhos vermelhos. Ela é muito gata.

Estér foi pegar mais um baseado e eu já tava bem animada com o vinho. Acho que o cheiro da maconha também ajudou nisso.

Ela voltou com o baseado na mão e entrou de novo na banheira sorrindo. Ai se ela soubesse o tanto que esse sorriso me mata.

- Quer dar um trago? - ela perguntou acendendo o beck.

- Hoje não, preta. Quem sabe outro dia... - falei e ela me puxou pra perto dela com cuidado por causa do trem aceso.

Me deu um selinho e me colocou de costas pra ela. Encostei no seu peito e podia sentir seu coração batendo um pouco rápido.

Servi mais vinho pra gente e aproveitei mais o momento. 

- Sabe eu curto demais ficar com você, achei que ia demorar muito tempo pra eu me envolver sério com alguém novamente.. - Estér disse colocando a taça na mesinha de novo junto do baseado apagado.

Ouvir isso dela era muito importante pra mim. E eu ficava um tanto feliz. Ela já me contou depois de muito tempo sobre o relacionamento dela anterior. E entendi o porque dela ser mais fechada pra isso, claro que tem muito mais coisas, mas ser separada de alguém que você ama deve ser horrível.

- E você mudou isso Julinha, desde que começamos a ficar eu me sinto feliz sabe? Fazia tempos que eu não sabia o que era isso. E acredito também que você esteja feliz né? Porque não é possível me aguentar tanto tempo, sou chata pra cacete. - falou e eu ia me virar mas ela não permitiu. - Deixa eu terminar de falar apressada. - assenti sorrindo, eu não tava nem acreditando nisso que ela tava falando. - Eu sei que você merecia mais, mas esse é o meu jeito e Julia. Eu... Eu não consigo mais tirar você da porra da minha mente cara, quando eu durmo sozinha você fica ali com esse seu sorriso lindo, esses olhos, essa boca que me deixa doida. Eu quero agradecer você por sempre tá comigo e tendo tanta paciência, eu queria muito ser mais aberta com você, mas acho que eu preciso de mais algum tempo entende? - assenti chorando já, gente eu não tava preparada pra essas ouvir esses trem tudo não. - E sem mais enrolação.. - colocou a mão pra frente de mim abrindo, eu juro que não acreditei que aquilo ali tava acontecendo comigo, tinha uma caixinha aberta com duas alianças fininhas bem ali na minha frente. Eu chorava horrores sem reação, Estér me virou de frente e eu ainda estava imóvel. - Julia, tô perdidamente, loucamente e extremamente apaixonada por você, acredito que seja desde a primeira vez que eu te vi sentada naquela mesa de bar bebendo cerveja... Você quer namorar comigo?

O mundo parou ali, só existia nossas respirações. A de Estér estava ofegante, certeza que esperando por uma resposta e eu estava em êxtase. Ela me olhava curiosa com os olhos vermelhos. 

- Eaí Julia? Fala alguma coisa cara, tô nervosona aqui... Você na...

- Não quero, não, quero dizer, claro, claro que eu quero. Eu aceito, eu que tô apaixonada por você desde aquele maldito buteco, puts eu só... só não tô acreditando. - falei sorrindo e puxei Estér pela nuca grudando nossos lábios em um beijo. Um beijo apaixonado, gostoso que encaixava
perfeitamente. O gosto de vinho se misturava com o da maconha junto das minhas salgadas lágrimas. Estava perfeito.

Estér parou o beijo me olhando, com os olhos brilhando e limpou minhas lágrimas e colocou minha aliança dando beijo em minha mão, coloquei a dela também e fiz a mesma coisa. Ela sorriu abertamente.

- Porra, que susto cara. Pensei que ia tomar um não bem no meio da cara.

- Eu que assustei, foi a melhor coisa que me aconteceu até hoje. Cê é maravilhosa, meu amor. - falei sorrindo.

- Minha mulher. - eu ainda não estava acreditando.

- Vem. Bora sair dessa água aqui que já tá até gelada. - saiu me ajudando a levantar. Pegou um roupão pra mim e pra ela, arrumou as coisas e apagou a luz.

Acendi a luz do quarto e coloquei na led vermelha também, o céu todo estrelado e uma lua linda. Só não dava pra ver o mar, mas nessa hora isso não importava.

Estér me deitou na cama me beijando lentamente e eu retribui.

PORRA TÔ NAMORANDO CARALHOOOOOOOOOOOO.

Minha primeira namorada.

Parei o beijo a olhando e ela sorriu, automaticamente sorri junto dela.

Ela tirou meu roupão e foi beijando meu corpo todo. Eu sorria pro vento e era tudo misturado. Eu sentia as famosas borboletas no estômago.

Ali naquela cama transamos a noite toda. Mas foi bem diferente das outras vezes. Estér foi carinhosa, não que ela não fosse antes. Mas tinha certeza que não foi somente sexo, tinha muito sentimento envolvido. Foi a melhor noite da minha vida.

O que eu procuravaOnde histórias criam vida. Descubra agora