Capítulo 5

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Desperto-me assustada com a água potente que caiu no meu corpo. Olho para os lados e vejo três homens com baldes de água gelada. Encontrava-me completamente molhada e estava apenas de sutiã e calcinha, aumentando ainda mais o meu desespero. Se é que é possível. Minhas mãos estavam amarradas a cadeira de madeira a qual estava sentada. O lugar era completamente escuro, só havia um pouco de luz que iluminava aqueles homens assustadores.

- Quem são vocês? O que querem de mim? Por favor, eu não tenho dinheiro, pegaram a garota errada!

- Cala a boca! - Um deles grita irritado,e seus lábios se abrem em um sorriso debochado. Seus dentes são amarelados,o que fez o meu estômago embrulhar.

- O chefe tem planos para você... então se eu fosse você ficava quieta! Irritar o chefe é a mesma coisa que pedir pra morrer!

Aquilo só me trouxe mais desespero. Fazendo todo o meu corpo estremecer e meus olhos ficarem arregalados.

De repente, escuto o barulho dos seus passos e já o reconheço. Seus passos são firmes, poderosos, como um animal que vai atrás da sua caça.
Cada passo, era uma onda de desespero que se apossava do meu corpo. Tentava me soltar,mas era impossível. As amarras estavam firmes e impecáveis.

Assim que se aproxima, fecho os meus olhos apavorada e apenas consigo sentir a sua respiração batendo no meu rosto. O desespero era tanto que não conseguia nem olhá-lo.

- Deixe-nos a sós! - Escuto a sua voz potente e rouca predominar naquele ambiente. Sua voz era completamente autoritária, fazendo todos os homens obedecerem ao seu comando.

Quando escuto os passos saindo daquele porão, posso perceber que estávamos sozinhos agora, fazendo-me engolir em seco. Abro os meus olhos pela primeira vez sentindo a presença imponente daquele homem. Não conseguia vê-lo direito por causa da escuridão. No entanto, conseguia sentir o seu cheiro e ver o seu uniforme que cabia muito bem em seu corpo.

- Ora ora...temos uma garotinha muito curiosa. Sabia que a curiosidade mata ratinha? - Ele fala debochado apontando pra mim. Na mesma hora arregalo os olhos e faço sinal negativo com a cabeça.

- Eu não queria... bisbilhotar, apenas estava lá naquele momento e...

- O que você viu? - Ele pergunta friamente, olhando sério pra mim. Sua voz soa como um trovão. Deixando-me assustada.

- Eu não vi nada senhor...eu juro...

- Não minta! Odeio mentiras! - Ele esbraveja furioso, batendo na cadeira com força fazendo um estrondo ecoar no ambiente.

De repente, ele levanta-se e começa a caminhar até uma caixa negra. Tento focar a minha visão naquele objeto e quando consigo focar, meus olhos ficam arregalados e todo o meu corpo convulsiona de pavor. Dentro daquela caixa, tinha objetos de tortura. Facas de todos os tipos, serras, machados, bisturi e outros instrumentos que não consigo indentificar.

Assim que ele pega uma faca afiada, meu corpo paralisa. Meus batimentos cardíacos ficam acelerados e minha boca fica seca.

Ele aproxima-se de mim e aponta a faca, fazendo lágrimas escorrerem pelo meu rosto. No entanto minhas lágrimas não o comoviam, pelo contrário conseguia ver um brilho de satisfação em seu olhar.

- Vou perguntar mais uma vez...o que você viu?

- Eu já disse que nada! -Falo desesperada, tentando colocar uma voz firme. Porém seu olhar muda e suas íris castanhas ficam negras. Parece o olhar do próprio demônio.

- Resposta errada! - Ele fala firme, olhando furioso pra mim. Posso sentir a sua respiração forte e rapidamente tento me soltar, mas o movimento apenas machucou mais ainda as minhas mãos.

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