Capítulo 10

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Katherine Lancarte

Depois daquele dia continuei presa nessa maldita cama. A posição estava me incomodando demais. Não aguentava mais ficar presa naquela cama como um animal. Meu braço estava com sangue seco e meus lábios rachados e feridos de tanto morder e levar tapa na cara.

Todos os dias ele vinha até o quarto e olhava a minha perna analisando atentamente. Quando ele percebia que ainda estava muito inflamada, apenas fazia uma careta e saia do quarto.

Pra ser sincera, por mim eu não me importaria de ficar ferida o tempo todo se isso o afastasse de mim. Não quero me casar com esse homem! O que eu fiz pra merecer isso?

E todos os dias aparecia a empregada que passava a pomada na minha perna e no meu braço. Ela vinha limpar o ferimento, passava pomada, fazia o curativo e simplesmente ia embora sem falar absolutamente nada.

Devo estar uns cinco dias presa nessa cama. Completamente suja de sangue, sem nem direito a um banho sequer.

Quando estou quase pegando no sono, escuto barulhos de passos e miro meu olhar no homem a minha frente. Ele aproximasse de mim e pega uma chave do bolso. Rapidamente ele tira as algemas das minhas mãos e dos pés fazendo-me suspirar de alívio.

Massageio os meus pulsos tentando fazer o sangue circular. Eles estavam dormentes e vermelhos.

— Tome um banho e se vista com a roupa que irei colocar na cama.

Não falo absolutamente nada.

Não queria dar motivos pra ele me machucar mais ainda.

Apenas levanto-me e olho pra minha perna vendo a mesma um pouco vermelha.

— A minha perna ainda não está boa! – Tento atingir seu lado emocional.

Porém ao olhar em seus olhos, percebo que isso não era possível. Os mesmos continuavam frios e sem sentimentos. Nada parecia comover aquele homem.

— Isso não é problema meu! Agora vai fazer o que mandei! – Ele esbraveja furioso.

Levanto-me um pouco tonta e quando percebo que estava prestes a cair escuto sua voz rude e potente.

— Não se atreva a cair! Pode ter certeza que se isso acontecer, haverá consequências.

Suspiro pesadamente e seguro no móvel tentando firmar o meu corpo. No entanto, não consigo e tombo para o lado quase caindo. Escuto o Touro bufar irritado e ouço a sua voz potente e autoritária.

— Teresa! – Ele esbraveja furioso.

A empregada aparece com a cabeça abaixada e tremendo todo o seu corpo.

— Si..sim senhor!

— Quero que a ajude no banho!

A mulher apenas acena positivamente e pega a toalha me guiando até o banheiro.

Olho pro espelho e arregalo os olhos me assustando com a minha fisionomia. Deus... Eu estava horrível. Cabelo desgrenhado, boca inchada e minha perna estava com um ferimento exposto e avermelhado.

Respiro pesadamente e a empregada ajuda-me tirando a minha roupa e ligando o chuveiro. Sinto a água bater no meu ferimento fazendo-me gemer de dor. Apertava os meus lábios com a ardência que estava sentindo.

Suas mãos lavavam-me com delicadeza no entanto ainda doía demais.

Assim que termino meu banho, a mulher enrola-me na toalha e me guia até a saída do banheiro receosa. Olho para os lados temerosa. Quero esse homem o mais distante de mim.

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