O Touro

Capítulo 15

Katherine Lancarte

Desperto-me completamente fraca tentando focar a minha visão.

Quando finalmente consigo, olho para o lado confusa sem saber onde estou.

Logo, às lembranças invadem a minha mente e junto com elas as lágrimas descem como cachoeiras.

Gemo de dor ao sentir as minhas costas latejando pela queimadura.

Não acredito que ele fez isso comigo. Me marcou como se eu fosse um animal!

Soluço aflita sentindo a queimadura arder intensamente.

Eu não estava conseguindo nem mesmo me virar, portanto fiquei de bruços mordendo o travesseiro com a agonia que estava sentindo.

Sinto o meu corpo todo suado e uma dor de cabeça tremenda. Toco no meu pescoço e parece que estou com febre.

Com certeza, a queimadura deve ter inflamado.

— A.. Alguém me ajude! – Peço fraca ainda chorando.

Escuto um barulho de porta e logo meu corpo fica tenso.

— Calma menina...sou eu!

Ouço a voz da empregada e suspiro aliviada. Eu não sei o que eu faria se ele quisesse transar comigo novamente.

Com o tamanho da dor que estou sentindo, obviamente eu não aguentaria.

Sinto um gel gelado nas minhas costas e mordo os lábios sentindo a queimadura arder.

— Para por favor! – Falo com a voz embargada.

— Me desculpe...mas se não passar nada a senhora pode acabar morrendo.

— Eu não me importo de morrer, não aguento mais tanto sofrimento.

— Eu sei que é difícil, mas a senhora precisa ser forte. Se não quer fazer isso por mim, faça pela sua mãe.

— Co..como sabe? – Pergunto receosa

— Eu acabei escutando a conversa de vocês.

Fico em silêncio ouvindo atentamente as suas palavras, apenas deixando ela passar o gel gelado massageando com cuidado as minhas costas.

Suas mãos como sempre macias acariciavam as minhas costas com delicadeza.

Quando ela termina de passar o gel e depois a pomada por cima, suspiro pesadamente e sussurro fraca.

— Obrigada!

Ela acena positivamente e as palavras saem sem que eu tivesse controle de contê-las.

— Por quê ele é assim? O que eu fiz pra merecer tanto ódio?

— Ninguém conhece a história dele... sempre muito misterioso.

Respiro pesadamente revirando os olhos indignada.

Não adianta.

Ela não tem informações que podem me ajudar. O que significa que preciso procurar por mim mesma.

— Moça... é qual o seu nome?

— Teresa! – A mulher fala dando um sorriso gentil.

— Teresa... poderia me dar algo pra comer?

No mesmo instante, a mulher arregala os olhos assustada e fica completamente pálida.

— É que...o senhor autorizou que não servisse comida pra você.