1.6K 65 69
                                    

Mal

Sinto novamente meus tornozelos gritarem de dor enquanto eu mantenho uma leve caminhada pela sala do castelo a fim de fazer Sofia dormir e parar de resmungar sem motivos visíveis.

- o que você tem hoje, Sofia?- indago aos sussuros para ela que passa a mãozinha no rosto parecendo nervosa com algo.

Nem tive tempo de tomar meu banho desde que cheguei da faculdade. Como eu tinha pensado, ter passado da hora de Sofia mamar gerou altas consequências nada legais para Evie, que saiu a minha procura por todo o castelo com a herdeira de Auradon aos berros, causando um burburinho em todos que a vinham e temiam pelo que tinha acontecido com a menina.

Quando Evie me encontrou quase chorando de emoção ao me ver, Pensei que pelo choro da minha filha alguém tinha tentado a matar. E claro que isso chegou aos ouvidos de Benjamin que ligou para mim desesperado querendo saber do meu paradeiro enquanto a filha morria nos braços de outra pessoa, exagerado?. Isso porque não quero descrever a conversa que tive com Bela ao telefone.

- tomara que ela infernize sua noite hoje, muito bem feito por ter deixado minha netinha com fome e abandonada por tanto tempo - minha sogra dramatiza me deixando nervosa.

- eu estava conversando com a fada madrinha - repito o que já disse um milhão de vezes, mas a mulher de amarelo apenas estala a língua em descrença e tenta voltar sua atenção para a revista em suas mãos.

- enquanto a filha precisava da mãe.

- ela estava dormindo confortavelmente e com Evie a tiracolo. Acredite, estava muito melhor do que eu - rebato lembrando do meu momento bizarro com Jane e do meu desespero na secretaria.

Coloco Sofia com a cabecinha deitada em meu ombro e volto a caminhar rogando que ela pare de choramingar. Apesar de não está gritando como quando eu a encontrei, o seu choro fraco é até dez vezes pior do que se estivesse da mesma forma que mais cedo, pois não saber o que está causando esse choro insistente me deixa angustiada. A deito novamente em meus braços e tento fazer ela mamar pela terceira vez desde que chegamos, o único momento em que ela aceitou o alimento foi na limusine de volta para o castelo, após isso só foi choro e arranhões pelo rosto devido o esfregar de suas mãozinhas nele.

Desisto e a recoloco com a cabecinha deitada em meu ombro novamente, para a minha surpresa ela para um pouco de choramingar porém volta instantes depois quando Helen bate palmas propositalmente ao notar o silêncio no ambiente. Fecho os olhos imaginando com graça e realidade a imagem da cabeça dessa diaba explodindo com a força da minha mente.

- Helen..- Bela repreende a menina pelo barulho forçado e volta a ler sua revista após o pedido falso de desculpas da menina.

Ouço a porta principal batendo e passos apressados virem em direção a sala, quero nem imaginar quem é.

- cadê ela?- Benjamin aparece eufórico e suspira aliviado ao ver a filha viva em meus braços.

- é sério, Benjamin?- questiono seu desespero quando ele checa duas vezes os pulsos de Sofia. Será que ele não está ouvindo o choro da menina?.

- por que você deixou ela trancada sozinha dentro de um quarto?- me pergunta histérico ao pegar ela dos meus braços.

- como é? - pisco desacreditada no que acabei de ouvir - deixei ela por quinze minutos com Evie - digo enfatizando o nome da minha amiga - sabe, a pessoa mais responsável depois de você - ironizo para ele que beija a mãozinha de Sofia que aumentou o choro após ser tirada dos meus braços. - eu ter explicado que ela estava bem ao telefone não amenizou o peso dos boatos a meu respeito?.

- desculpa, Mal. Eu me desesperei quando Brenda me ligou preocupada ao ouvir isso de algumas pessoas - fala antes de depositar um beijo em minha testa, só não o empurro porque estou ainda raciocinando o que acabei de ouvir.

Herdeiras Perdidas (Descendentes)Onde histórias criam vida. Descubra agora