Herdeiras Perdidas (Descendentes)

12°

Mal

- será possível que você não sabe ouvir conselhos?.

Foco minha atenção no teto da limusine tentando não ouvir Benjamin tagarelar sobre minha irresponsabilidade e insistência nesse assunto. Suspiro e me preparo para enfrentar a fera, ou pelo menos, a imitação dela.

- Felice abriu a boca né? Sabia que ela era mandona, mas linguaruda é novidade para mim - resmungo e me concerto no banco para olhar Sofia em sua cadeirinha ao meu lado.

- foi a fada madrinha, Mal. - para de falar e me responde indignado fazendo eu engolir o caroço que se formou em minha garganta. - imagina a minha surpresa ao receber uma ligação dela?. Ela deixou claro que você estava na faculdade fazendo perguntas sobre magia e que se continuasse assim poderia se encrencar, pelo visto ela estava certa.

- eu estava batendo um papo com Adam - me defendo o deixando mais irritado do que achei que fosse possível.

- justo sobre o assunto que eu pedi para você esquecer.

Respiro fundo para manter a calma e não começar a grita com ele feito louca, não quero assustar o motorista dessa vez.

- eu tenho bons motivos para voltar a investigar isso. - retruco confiante observando ele passar as mãos no rosto freneticamente.

- sua curiosidade insana? Por que sinceramente não vejo outro motivo além disso.

- aquela crise de choro de Sofia ontem não foi o suficiente para você?- questiono achando que ele tinha estranhado a situação da mesma forma que eu, apesar de que eu preferi agir em silêncio.

- suficiente para que? Ela é um bebê, Mal. Bebês tem crises de choro desse tipo.

- sem nenhum motivo aparente e com o céu desabando em Auradon? - reviro os olhos incrédula quando ele me encara como se eu estivesse louca - você nunca percebeu que toda vez que ela chora desse jeito o céu desaba em água?.

- você está ficando louca - murmura parecendo exausto.

- Benjamin, olha os sinais!- reformulo o aviso da mulher do meu sonho e me aproximo dele - toda vez que Sofia chora como se o mundo fosse acabar o céu desaba junto, inclusive levando as árvores para o chão - ironizo irritada pela sua falta de fé em minhas palavras.

- você está tão desesperada para saber desse reino que está colocando nossa filha nisso.

- eu, Benjamin? Você que começou com aquela paranóia toda escondendo de mim o que descobria e do nada me deixou a ver navio enquanto você achava que estava tudo bem. Mas deixa eu te falar uma coisa, majestade. Não está bem, a sua filha não está bem e eu estou enlouquecendo com sua descrença e todos os segredos podres que Auradon empurra para debaixo do tapete.

Digo tudo em um fôlego só o deixando irado, não que eu me importe, só queria que ele parasse como uma pessoa normal e decidisse me ouvir e tentar entender minha perspectiva.

- é vai você colocando Auradon nisso, como sempre. As vezes eu acho que tudo isso é só para contrariar o conselho, porque não é possível tanta ignorância. - me encara sério. Penso em arrancar meu tênis e forçar ele a engolir guela abaixo, mas me contenho, só porque esse é o meu tênis favorito.

- vivemos em um reino criado por magia, Florian. Qual é a dificuldade de entender que sua filha pode ser adepta a ela?.

- eu nunca disse que ela não tenha magia, Mal. Eu sei de quem ela é filha, de quem é neta. Sei que provavelmente o resquicio da maldição do meu pai pode está correndo nas veias dela, mas querer enfiar Sofia nessa sua teoria é loucura.