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Mal

- só tem coisa inútil aqui - murmuro para Sofia que está no seu carrinho de sempre, afogando um boneco do seu avô em forma de fera com sua baba. Empurro outro livro de volta a estante pensando em quantos livros geográficos tem na biblioteca desse castelo. - acho que estou procurando algo impossível - me viro para minha filha enquanto tento pensar em algo coerente. - é claro!- exclamo assustando a bebê de quatro meses que solta o boneco fera no chão para me encarar com medo - para reduzir minhas buscas preciso começar por você - brinco com ela que deixa a expressão assustada de lado para sorrir.

Preciso falar com a fada madrinha, de novo.

👑👑👑

Empurro o carrinho dourado com uma mão enquanto seguro Sofia com outra, tentando não ligar muito para os puxões de cabelos que já recebi dela. Passo por entre os corredores de livros e suspiro feliz ao encontrar a diretora da faculdade encarando uma prancheta seriamente em suas mãos.

- ainda não sei o que realmente senti ao receber sua ligação - murmura antes que eu me pronuncie. Olha para mim e sorri para a bebê sorridente em meu colo.

- não é nada demais - minto enquanto coloco Sofia no carrinho.

- você não deveria está organizando a festa dela?- me entrega uma pilha de livros para eu ajudá-la a organizar eles novamente nas estantes em nossa frente.

- não tenho paciência para fazer uma festa a cada mês que essa menina completa, deixo isso para quem gosta - resmungo sem importância e sinto alívio nos braços a medida em que ela vai pegando os livros e os colocando em seus lugares.

- mas e então? Qual é o motivo da sua visita?. - faz gestos para eu continuar a organizar os livros enquanto vai em direção a princesa de Auradon que encara a fada madrinha de forma engraçada. - vem aqui coisinha linda.

Reviro os olhos quando a diretora pega minha filha nos braços.

- nada demais - enfatizo deixando minha presença aqui cada vez mais estranha - eu só estava curiosa com algumas coisas - pelo menos não estou mentindo.

- que seria?.

- magia - olho para ela quando me livro do penúltimo exemplar de bichos da flora, odeio biologia ou o que quer que seja essa matéria - eu estava lendo alguns livros lá no castelo, sabe, Sofia pega no sono rapidinho com leituras tediosas.

- não me surpreende ela ser sua filha - retruca me encarando atenta.

- pois é - me limito a dizer - porém em meio as leituras eu encontrei algumas coisas que me deixaram com dúvidas. - encontro o lugar do último livro e me viro para ela. - e quem seria melhor para esclarecer essas dúvidas do que a fada madrinha? - sorrio tentando passar confiança sob seu olhar minucioso.

- ok, Mal. Me pergunte o que quer saber - diz colocando Sofia de volta no carrinho.

- com quantos anos uma criança adepta a magia começa a "demonstrar" seus poderes?. - observo ela se assustar com minha pergunta direta e bem feita me deixando receiosa por ter ido rápido de mais.

- bom... Geralmente a magia passada de forma hereditária não é tão forte, muitas pessoas passam a vida inteira sem saber que tem poderes - diz sem responder minha pergunta.

- e as que sabem que tem poderes? Com quantos anos isso fica evidente?- insisto e ela volta a me encher de livros, talvez uma maneira de querer calar minha boca.

- geralmente aos 16 anos. - seguro rápido um livro que quase deixo cair - mas alguns casos começam com 6 ou 8 anos, depende do tanto de magia que essa criança tem e de que forma a recebeu.

Herdeiras Perdidas (Descendentes)Onde histórias criam vida. Descubra agora