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Mal

- Eu, Mal Bertha, juro solenimente perante o Rei Benjamim Florian, monarca atual de toda Auradon, e a todos os membros que compõe o conselho real de Auradon; que jamais falarei ou mencionarei qualquer que seja o assunto relacionado ao segredo oficial do Estado, tendo ciência que a falta de compromisso a esse juramento pode acarretar pena de exílio para mim e a todos os envolvidos.... Falei certo?. - ainda com a mão esquerda sob o peito eu olho com deboche para a cara do chefão do conselho que me encara com fúria - ah, falta mais... Juro também perante todos aqui presente que continuarei contribuindo para manter a ignorância do povo com relação ao uso de magia da monarquia para obtenção da imortalidade e a tudo o que se refere a...

- chega, Bertha!!!.

Pisco de forma inocente tentando ignorar as risadinhas do meus amigos que também tiveram que fazer o primeiro juramento.

- isso não é assunto para ficar fazendo piadinhas - um outro velho brada revoltado.

Tiro minha mão do peito e olho para Ben ao lado de Adam. Surpreendentemente o Rei estava agora a pouco "consolando" meu amigo, já que o pai dele, membro do conselho real, o destratou muito ao receber o filho. Tadeu, pai de Adam, meu amigo, ficou sabendo da viajem descabida dele no dia em que o feitiço da varinha foi completado e Benjamin revelou a eles que eu tinha ido para Alavon, não demorou muito para os velhos juntarem as peças do desaparecimento dos meus amigos para saberem aonde eles se encontravam também.

- uma pena que eu não vá para a ilha...- murmuro com a voz carregada de sarcasmo. A pessoa pode tá morrendo, prestes a desmaiar de fraqueza mas obviamente não perde o deboche. Jamais!.

Ignoro totalmente o sussurro de Martin me chamando de desgraça e ordenando que eu calasse a boca para não ferrar com todo mundo.

- não brinque com a sorte, Bertha - Willians me ameaça e eu suspiro com um sorriso no rosto.

- não me ameace, Inácio - erro o nome dele de propósito o deixando pilhadasso - não cabe mais a nenhum de vocês decidirem meu futuro, tendo em vista que eu tenho todos vocês em minhas mãos agora - sorrio convencida os deixando pirados pela veracidade de minhas palavras.

Após o confronto inicial que se deu com a chegada deles e a constatação da minha presença de fato em Auradon, eles deixaram bem claro a traição a coroa que todos nós cometemos, mas claro e evidente que nenhum deles tem poder o suficiente para barrar as informações que nós possuímos agora. O medo de ter o retorno de Alavon em suas vidas os deixaram caladinhos.

- como ousa...- o aliado do capeta se aproxima de mim espumando raiva pela boca.

- como ouso? Ah George Pig, vamos nos ater ao fato que assim como vocês me tiveram em suas mãos por todos esses anos, eu, a partir de hoje vou ter vocês também, bem aqui - mostro a palma da minha mão e novamente uma onda de risadinhas invade o ambiente por eu ter relacionado o velho rechonchudo a minha frente ao porco de um desenho animado extremamente irritante.

- isso é um absurdo! Ameaçar causar desordem ao conselho é crime! - Willians brada furioso e recorre ao Rei, que está muito ocupado fazendo cara de demência nesse momento.

- oh não! Por que a gente não vai a um julgamento público?- questiono retórica atraindo as atenções - é muito bom envolver o povo nesses assuntos, imagina quando eles souberem que o próprio conselho real sugeriu o exílio da única herdeira do reino? Que disparate!.

Prendo a risada pelos olhares nebulosos deles. Benjamin também me confidenciou essa informação em meio a briga com o conselho mais cedo, informação essa de grande valia, já que o plano deles era jogar Sofia como um animal na ilha; planejando deixar o povo no escuro em relação ao paradeiro da princesa. Se isso cair nos ouvidos do povo e dos reis dos outros reinos, acabou para o conselho, tive essa certeza pelas expressões de horror deles ao saber que eu agora tinha essa informação.

Herdeiras Perdidas (Descendentes)Onde histórias criam vida. Descubra agora