A viagem de volta pra Los Angeles pareceu ter sido mais rápida. James não parecia ter expressado muitas reações ou emoções, mas fora dessa realidade, sua cabeça encostada no vidro do carro e seus olhos perdidos na estrada encobriam essas emoções e sentimentos que pareciam ter se misturado entre tristeza e negação. Seria o fim dele e Betty? Ele não sabia de nada e isso o deixaria louco.
Depois do mesmo percurso de viagem, paradas e noites em hotéis, os jovens chegam em Los Angeles. James estava absolutamente distraído por sua mente, fazendo com que sua parceira de viagem sentisse que aquele garoto não era o mesmo quem ela tinha levado para Pensilvânia.
Chegando na casa do senhor Lancaster, o carro estaciona bem na entrada, James sai do automóvel dizendo apenas um "obrigado" para a garota que dirigia o veículo, vai direto para o quarto e deita-se na cama olhando para o teto. James não consegue pensar, tão pouco sentir nada, era uma sensação nova, a sensação do nada.
Na manhã do primeiro dia de Agosto o sol estava forte, esse era o mês em que as praias estavam mais cheias e a felicidade dominava Los Angeles. Mesmo que James não estivesse em L.A para ver, comumente estando na Pensilvânia nos meses de agosto anteriores, ele sentia que aquele mês teria novidades empolgantes, desde o mar convidativo para longos banhos até o parque de diversão que acabaram de ser inaugurados, mas nada disso seria uma diversão de verdade com o humor que estava sentido nos últimos dois dias.
Se ele não mudasse o seu comportamento apático, então passaria o mês de agosto apenas sendo um fantasma daquele que costumava ser. Sem nenhum amigo, seu irmão ou sequer seu pai para ficar evitando dentro de casa, ele não tinha mais nada para pensar além da lembrança de Betty abraçando o mauricinho que não ia muito com a cara.
Ele definitivamente não queria passar o mês inteiro esquentando a cabeça com uma situação qual ele não podia controlar, sua namorada nem sequer tinha se importado de fazer uma ligação para saber o motivo de sua "ausência", ou muito menos tinha procurado saber dele no mês de Julho. Ele não conseguia evitar pensar que ela estava se sentindo muito melhor sem ele, com certeza devia estar se divertindo com pessoas que ela achava mais interessantes que ele. Isso fazia o coração do rapaz doer de ciúmes, mas também fazia sua alma se encher de cólera contra a diferença de classe social que fazia o casal se distanciar emocionalmente.
Olhando em direção ao sol que invadia seu quarto pela janela e batia em seu rosto, ele sente o local que queimava com o calor do verão lá fora. Com as pálpebras fechadas ele via apenas o dourado no vazio de sua mente. James não ia passar o verão assim, ele queria mudar de humor e se divertir com pessoas, que no momento, podiam soarem mais interessantes que Betty. Sim, ele queria fazer o mesmo que ela e devolver na mesma moeda. Queria deixar de sentir raiva, pois o tempo passava voando e a vida era curta demais para perder tempo paralisado por um coração partido.
A garota luta contra a sensação de que nunca mais James vai precisar dela. Tudo isso por causa da forma como ele saiu do carro sem se despedir propriamente dela, só um obrigado seco e um olhar desconsolável. Faziam dois dias desde que tinha o visto pela última vez e não sabia quando o retornaria a ver. Ela estava preocupada, não podia mentir, mas mais que isso, ela estava curiosa para saber o que tinha rolado dentro daquele ginásio escolar que fez James ficar tão magoado a ponto dele agir feito uma porta no percurso de volta para essa cidade onde o sol não dava descanso.
Uma parte louca e inexplicável queria ir atrás do garoto no endereço dele, mas e se ela fosse alguém que ele não queria por perto? Ela tinha esse medo, não sabia o motivo claramente, dada a quase todas as vezes que haviam interagido um com ou outro. Se ela estivesse menos determinada em pentelhar o garoto sempre que o via, talvez a probabilidade de ele sentir alguma empatia por ela fossem maiores. Seria tão bom se as coisas continuassem iguais, afinal ela adorava irritar o garoto na mesma intensidade que ele parecia gostar de irritar ela.
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folklore
RomanceUm conto que se torna folclore é passado adiante e sussurrado pelos cantos. Ás vezes, ele é cantado. E ás vezes, ele é reescrito, com outro olhar, por outras pessoas de outras épocas e outros lugares, mas sempre mantendo sua essência de ter suas his...