Os primeiros raios de sol do final de agosto chegaram como lembretes tristes e difíceis de James lidar. Era final do mês e suas aulas voltariam, pior do que ter de sair de Los Angeles e abandonar o seu mais recente romance de verão, era o fato de que James teria de enfrentar a cidade da Pensilvânia, mais precisamente, Betty. A última ligação que tiveram o deixou pensativo, fazendo o mesmo ter tido pelo menos três sonhos por semana com Betty, escondendo-os da loira a quem levou pra cama todos os dias da última semana de agosto. Era difícil de aceitar, mas o jovem sabia que a vida que ele construiu na Pensilvânia era a única direção certa a se seguir.
– James! Ei! – Seu irmão o chama, fazendo o jovem sair de seus pensamentos culposos em ter de voltar para sua cidade natal – Me ajuda com essas bagagens!
Patrick e o pai de James tinha voltado para Long Beach apenas para colocar James no trem de volta para sua terra natal e recolher todos os pertences do pai que agora iria morar com ele. A casa seria colocada à venda e James percebeu que esse tinha sido seu último verão naquela cidade paradisíaca.
Como havia passado por diversas terapias em um Centro de Acolhimento de Alcóolatras e desta vez, realmente pareceu ter efeito. O senhor que parecia mais responsável e seguro em falar com seus filhos, tinha optado por fixar residência perto do filho mais velho para poder continua o processo de cura. Depois de levarem e trazerem bagagens, James senta no sofá com Patrick:
– Ei, deixa eu te perguntar uma coisa – Patrick chama James no canto da sala, onde seu pai não podia escutá-los e sussurra – Trouxe garotas pra cá?
– Como assim? – James solta um alto suspiro preocupado e Patrick responde sua própria pergunta mostrando um laço de cabelo com fios loiros. Fios que fizeram James fechar os olhos e respirar fundo – A garota do Hospital, lembra?
– Ah, meus parabéns, garanhão – Patrick diz dando o laço para James e soltando uma risada batendo no ombro do irmão – Espera só até suas brincadeirinhas darem resultados, espero que ela não te faça pagar pensão!
– Há! Como você é engraçado – James fala franzindo a testa e guardando o laço em seu bolso. Vendo seu pai chegando com as últimas malas, James se apronta em sair com as suas para pegar o primeiro trem para fora de Los Angeles para a Pensilvânia.
– Filho... – Seu pai o chama, mas James ignora o senhor e passa reto pela porta, caminhando direto para a porta e chamando Patrick, ele quem o levaria de carro para a estação de metrô. Seu pai se mantém imóvel na porta, ele não tenta contestar James por sua atitude com o mesmo, ele sabia que não estava em posição de cobrar nada de seu filho. Patrick se apressa para agora levar James até a estação, onde a única despedida que o jovem tem com seu pai é por seu olhar de repulsa e julgamento.
Já na estação, James se apronta para ir para o trem ainda faltando poucos minutos, mas chegando na área de espera, lá estava a dona do laço que o acompanharia nessa viagem de volta para Pensilvânia. A jovem de cabelos loiros parece sorrir e dar pequenos saltos ao ver James, diferente do rapaz, que ficou com uma expressão séria e apavorada. Encarar a moça era como encarar suas responsabilidades e como teria de assumi-las, ainda mais quando ela se aproxima dele:
– Ia mesmo sair sem se despedir de mim, James Dean?
– Não, eu nunca faria isso – Ele mente dando uma risada preocupada.
– Bom, vou deixar vocês a sós – Patrick fala dando dois tapas leves no ombro do irmão e o abraçando – Fique bem, maninho.
– Pode deixar – James fala o abraçando de volta. Patrick termina se despedir de James e logo se despede da loira.
– Obrigado por ter feito companhia ao meu irmão esse mês todo. – O irmão mais velho fala cumprimentando-a e recebendo um sorriso empolgado da jovem – Qualquer amiga do James é nossa amiga também. Só ver se você não esqueceu nada mais lá em casa antes da gente fechar a casa. – Ele termina o cumprimento e se vira para ir embora, sabendo que poderia causar um desconforto em James.
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folklore
RomanceUm conto que se torna folclore é passado adiante e sussurrado pelos cantos. Ás vezes, ele é cantado. E ás vezes, ele é reescrito, com outro olhar, por outras pessoas de outras épocas e outros lugares, mas sempre mantendo sua essência de ter suas his...