could've followed my fears all the way down

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Um ano depois.

James está em seu bar Nova Iorquino favorito, um já pequeno e simples, ultimamente ele tem evitado estar em casa o máximo possível, as coisas tem sido quase insustentáveis nos últimos meses: ou ele e Betty estão se presenteando com tratamento de silêncio ou estão brigando. Nada mudou para melhor desde o último ano. Betty e ele não têm transado por quase um ano inteiro: e isso o fez se transformar em um homem carente, mas sem nenhum tipo de interesse em relações causais ou em encontros clandestinos. Ele teve que amadurecer e deixar seus erros adolescentes para trás – pelo menos uma coisa pra ele se orgulhar.

O pai de James não tem estado bem de saúde por um bom tempo e ele tem vivido tenso desde então. Silenciosamente ele aprendeu a admirar os acertos de seu velho, mas nunca deixou de repudiar os erros. Aos dois aprenderam a ser pai e filho, mas James nunca encontrou a oportunidade perfeita para colocar seus sentimentos em palavras e dizê-las diretamente para seu pai.

Então certo dia a grande fúria do mundo vem bater a sua porta – Ou melhor, liga para o número de sua casa e machucar ainda mais seu coração já machucado? Apenas uma ligação em 10 de novembro, quando o ano de 1966 já estava quase acabando. A fúria do mundo tinha a voz do seu irmão, anunciando que seu pai teve um ataque cardíaco, e seu funeral seria daqui a dois dias.

Futuramente, James nunca vai ser capaz de esquecer aquele dia fatídico, o dia em que atendeu o funeral de seu pai. Sozinho. Sem Betty. Ela teve compromissos e não pode o acompanhar, era melhor assim?

Não havia sol, mas também não havia chuva, só um céu cinza pairando sob as cabeças daquelas pessoas de luto. A representação perfeita de seus estados de espíritos. Principalmente James. Quando foi sua vez de discursar na frente de uma igreja lotada, ele lia um pedaço de papel com rabisco que ele tinha preparado para ocasião:

Passei meus anos de angústia adolescente tentando tanto ter um pai, em vez disso só fui agraciado com um papai, nos meus dias de infância. Pai, só quero que você saiba que eu não te odeio mais. Gostaria de dizer algo novo, mas não há nada que eu poderia dizer na sua ausência que possa substituir o que gostaria de ter te dito em vida. Então me resta contar com minhas atitudes, que elas tenham sido suficientes para ter feito você presumir o óbvio. Eu te amo.

Na volta para casa o homem tinha a fúria dos sete anjos caídos dentro de si, querendo se vingar do mundo – do universo inteiro se possível, ou talvez só quisesse se vingar de si mesmo. Não conseguia ver um palmo a frente de seu nariz, a vista completamente embaçada pelas lágrimas. Dirigindo com seus braços dormentes. Não é a combinação mais inteligente que um homem devastado poderia fazer. Álcool na corrente sanguínea, pé no acelerador, e um desespero cego na mente, mas ele se sente muito mais velho do que realmente é. A ironia nessa pequena frase o morde as bochechas, um desperdício de juventude tentando não ser como seu pai. Em sua mente James visualiza as imagens de seu pai ficando selvagens com o sopro do vento.

James não herdou nenhum aspecto físico que pudesse lembrar ao mundo que ele era, de fato, um pedaço de seu pai que ainda vive. Tudo nele lembrava sua mãe, Daisy: os cabelos castanhos, os olhos cor castanhos-avelã, algumas vezes beirando ao esverdeado. Os lábios bem definidos, com a curvatura enganadora de quem aparentava estar sempre feliz. E por último é não menos importante, as covinhas que apareciam quando o sorriso sapeca surgia.

Já seu pai, era loiro natural, assim como seu cavanhaque, olhos azuis, fisionomia atlética e bruta, a única característica redentora nele era o sorriso charmoso. Pensando nesses detalhes James lembra-se de coisas que nem sequer sabia que seria capaz de lembrar, a voz de seu pai o incentivando a dar seus primeiros passos, a bola que ele lhe presenteou aos 6 anos, mas também tinha os gritos na sala da sua casa na Pensilvânia, o escuro daquele armário onde ele se escondia, enquanto sua mãe e seu pai se agrediam com palavras. As mãos de seu pai no volante, o acidente de carro. James dirige com loucura, como se ele fosse fazer seu pai renascer e obrigá-lo a fazer tudo certo.

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