Capítulo 42

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Quando acordei no dia seguinte, eu estava um caco. Tinha passado algum tempo em choque, tentando criar alguma situação para que aquela mensagens significasse outra coisa, e não o que eu estava pensando. Contudo, não obtendo sucesso, cai num choro sofrido e só apaguei quando minha cabeça latejava.

E já era hora do almoço quando acordei, sentindo uma dor terrível em minha cabeça. Sentei na cama, levei a mão até a testa e suspirei.

"Senhor, me ajude! O que eu vou fazer agora?"

Sem muito ânimo, levantei e fui atrás de um remédio de dor de cabeça. Após tomar o comprimido, olhei para a louça na pia, mas sem ânimo, voltei para a cama.

Peguei meu celular e para minha surpresa haviam 5 chamadas não atendidas de James. Meu coração disparou e pensei o que poderia ter acontecido. Será que ele tinha subido o Morro e algo terrível tenha o atingido?

Antes de tirar conclusões precipitadas, abri o WhatsApp e lá estava algumas mensagens dele.

"Amber, me perdoe. Eu amo você, meu bebê. Você é a única coisa boa que essa vida me deu e odeio perceber como tenho te magoado. Tenho sido um péssimo marido e isso me deixa ainda mais irado. Eu não queria ter tratado você daquela maneira. Mas, quando penso que você poderia ter escolhido qualquer um desses rapazinhos da igreja meu sangue esquenta e tenho mais raiva de quem eu sou. As coisas estão difíceis no trabalho, mas eu sei que vamos sair dessa juntos. Te amo! Por favor, não me ignore!"

Senti as lágrimas escorrendo em meu rosto. Meus sentimentos estavam uma bagunça dentro de mim. Sem forças, apenas digitei.

"Eu também amo você, James. Conversamos mais tarde."

Estava disposta a voltar para a cama e passar o dia todo nela, quando a campainha frustrou meus planos. Enxuguei o rosto como podia, fui até a porta e forcei sorrisos para tentar abrandar minha expressão facial.

— Quem é? — perguntei forçando a voz para ficar suave.

— Sou eu, minha filha. Mamãe.

Mamãe. Aquela palavra me desarmou toda. Mais do que depressa abri a porta e a recebi com um abraço forte.

— Amber, o que houve? — ela perguntou preocupada quando viu minha aflição.

— Ah, mamãe. Está tudo tão difícil. Eu não sei como... Ah, mãe!

Sem mais palavras, apenas me agarrei na esperança do consolo que ela poderia me dar. Ela esperou eu me acalmar e, com cuidado, me levou para dentro, fechou a porta e me fez sentar no sofá, deixando as sacolas que ela carregava do lado.

— Me diz, o que está acontecendo?

— Meu casamento, mamãe. Oh! Por que é tão difícil?

Mamãe deu um sorriso fraco e bateu levemente em minha mão.

— Porque casamento é uma verdadeira escola de santificação. Nós abrimos a boca para dizer que amamos quando estamos tão apaixonadas por um rapaz e as dificuldades parecem pequenas e superaveis. Mas, quando tal encanto acaba, e a dureza da vida bate na porta, nós percebemos que precisamos mais do que dos nossos sentimentos e força de vontade para mudar e enfrentar os problemas. É preciso agir, e muitas vezes dói. — Mamãe acariciou minha mão. — E às vezes precisamos pedir ajuda de uma mulher mais experiente. Me diga, o que está acontecendo?

Joguei meu corpo contra o encosto do sofá e suspirei lentamente.

— Nem sei por onde começar.

— Diga o que está te afligido hoje. — Observando que eu não respondia, ela se inclinou em minha direção e perguntou séria: — Amber, o Céu está te maltratando? Ele está batendo em você?

O dono do morro da Luz e a missionária cristãOnde histórias criam vida. Descubra agora