Capítulo 18 - Helena

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Kaayra parecia tensa com a presença daqueles anjos, mas acho que todos estávamos. Kay tirou a espada e as facas do corpo dos caras e se afastou, indo até um canto para limpar.

Urakin: *falando em língua dos anjos pra Arthur* isso é bom, ela já age como um anjo querubim.
Kaayra: *falando na língua dos anjos também* e eu consigo entender você falando de mim.
Helena: podem parar de falar nessa língua esquisita? Obrigado.

Hazel, a pacífica do barco, foi até o tal Arthur e ofereceu ajuda a ele, pois o mesmo estava com cortes fundos de faca; ambos sentaram num canto meio na sombra da "sala de controles" e Hazel começou a cuidar das feridas dele. Annabeth desceu sabe-se lá para onde e eu fui até Kay. Percebi que o tal Arthur me encarava em certos momentos mas ignorei totalmente. Sentei do lado de Kay.

Helena: está com um pé atrás, não?
Kaayra: óbvio que sim... não conhecemos esses caras... Se eles feriram alguém...
Helena: a gente mete porrada neles.
Leo: *gritando da sala dos controles* alguém limpa o convés aí!!
Kaayra: *grito pra ele* vem limpar então! É sua vez de fazer a limpeza!

Leo veio reclamando até onde havia sangue segurando um balde e um esfregão e então começou a limpar o local. Hazel terminou de fechar as feridas do Arthur, o tal Urakin se aproximou dela e falou algo, ambos saíram dali e desceram para algum lugar. Kaayra estava cada vez mais tensa ao meu lado.
Arthur se aproximou de nós duas e sentou-se em nossa frente. Ele era bonito até, mas eu não confio nada nele.

Helena: do que precisa passarinho?
Arthur: passarinho não é o pior xingamentos pelo qual me chamaram...
Kaayra: só diga logo o que quer.
Arthur: quero deixar vocês menos tensas, eu e meu companheiro queremos ajudar na missão.
Helena: já temos ajuda suficiente, não precisamos de mais, obrigado.

Arthur ignorou esse comentário, acho que ele já estava aprendendo.

Arthur: eu sou um anjo da casta dos Ofanins, ou Anjos da Guarda, como os humanos conhecem. Seu pai, Kaayra, e o Urakin são da casta dos Querubins, os Anjos Guerreiros.
Helena: pra mim querubins eram aqueles anjinhos que parecem bebês e usam fraldas.
Kaayra: *rio um pouco* acho que o tal Urakin nunca poderia ser confundido com essa versão de Querubim.
Arthur: continuando... Nós dois fomos enviados em missão pelo Arcanjo Gabriel, nossa missão é ajudar na sua. Seu pai é uma pessoa muito importante.
Kaayra: *falando de forma fria e séria* tão importante que foi expulso do céu e preso a Terra no avatar dele, sendo caçado por vários e vários anjos e outros espíritos?

Epa, ela falou do jeito frio, meu alerta de perigo disparou. Kaayra nunca fala desse jeito, mas quando fala... um filho dos 3 grandes irritado nunca é algo bom, mas no caso da Kay é ainda pior. Você não vai querer saber como o olhar dela fica quando ela está assim.
Arthur pareceu ficar assustado com isso, e seria até engraçado, se não fosse eu quem estivesse do lado dela e pudesse levar uma cotovelada.

Arthur: os... os tempos eram outros... na época os arcanjos todos, menos o patrono dos Ofanins, o Rafael, eram movidos pelo ciúmes que sentiam da humanidade por vocês terem alma. Mas Gabriel... Gabriel percebeu que estava errado após ter uma criança...como você... E então Gabriel e parte dos anjos lutam pra proteger os humanos. Seu pai também fez isso, também foi um defensor dos humanos.
Kaayra: *falando de forma fria e séria* e por conta disso, ele foi expulso do céu junto de 17 outros anjos, os quais foram mortos por anjos de Gabriel e de Miguel. E onde estavam os Anjos da Guarda para ajudar meu pai e os 17 renegados?

Isso deixou Arthur perturbado. Eu estava ali apenas ouvindo e observando, aprendendo mais. Percebi que o barco estava balançando mais, Kaayra devia estar deixando o mar agitado.

Helena: Olhos de Areia, respira fundo. Se continuar assim vai acabar fazendo o barco virar.
Kaayra: *respiro fundo* certo...
Arthur: olha... eu sinto muito mesmo...por isso tudo... Mas agora você precisa de ajuda para salvar seu pai. Seu pai precisa estar vivo para o Apocalipse, pois ele é importantíssimo para isso. É por isso que ele foi sequestrado. Miguel sabe que seu pai seria uma pedra no caminho dele, e mandou sequestrá-lo. Um anjo dele, uma Hashmalim, ou Anjos da Punição, descobriu que você existe e fez essa missão toda para você... pois esse anjo acha que você pode se tornar uma pedra no caminho do mestre dela também.

Nós três ficamos em silêncio. Talvez agora estava explicado o porquê dessa missão estranha. Kaayra ficou meio perturbada com isso tudo, quem não ficaria ao saber que pode ser morta pelo simples fato de existir como existe?

Kaayra: ótimo... tenho que fugir de deuses raivosos, monstros malucos e agora de anjos psicopatas...
Arthur: em nenhum momento eu disse que são psicopatas
Kaayra: *dou de ombros* pra mim parecem...
Helena: concordo com ela.
Arthur: enfim... eu e Urakin estamos aqui para ajudar vocês e para evitar que você seja morta, Kaayra.
Kaayra: tudo bem... Mas ainda não possuem 100% da nossa confiança.
Arthur: *sorrio um pouco* compreensível. Você tem... alguma pergunta? Sei que você teve pouquíssimo contato com algo relacionado a anjos e essas coisas...
Kaayra: tenho algumas sim, mas em outro momento.
Helena: ué, por quê?

Só aí percebi que ela olhava para alguém que estava próximo a sereia na frente do barco, era uma mulher que parecia de água e era alta.
Leo já estava nos controles do barco mantendo tudo em ordem e também não tinha visto a moça ainda. O mar estava agitado. Eu, Arthur e Kaayra nos levantamos e olhamos para a mulher.

Kaayra: olá, Anfitrite, o que te traz aqui?
Anfitrite: *sendo indiferente* ah, o de sempre, demonstrar minha antipatia pelos filhos de meu marido com outras mulheres, essas coisas.
Helena: *sendo sarcástica* não sabia que a sereia aí sabia respirar fora d'água.
Anfitrite: fique de fora dessa, cria de Hades.
Helena: sabe... me pergunto se você por acaso é estéril, não me lembro de ter nenhuma notícia ou mito de algum filho seu com Poseidon. Bom, isso explica porque ele fica com outras mulheres.

Isso deixou ela irritada. Anfitrite pegou a arma dela e veio para cima de mim. Kaayra me defendeu e começou a atacar a madrasta. Pelo visto teríamos uma longa luta...

Um Milagre Entre SemideusesOnde histórias criam vida. Descubra agora