Capítulo 27 - Helena

30 3 14
                                    

Helena: Já chegamos?
Arthur: Não
Helena: E agora?
Arthur: Não

Fiquei em silêncio por um curto período de tempo e logo perguntei novamente

Helena: E agora?
Arthur: Sim
Helena: Sério???
Arthur: *sorrio* ainda não Fantasminha.

Fiquei bem levemente corada. De raiva! Não de vergonha, foi de raiva!

Helena: ME CHAMOU DO QUE?
Arthur: Fantasminha ué
Helena: *dou de ombros* tá. Só pra confirmar.
Arthur: agora, nós chegamos.

Nos sentamos numa mesa perto da porta e num canto

Helena: AMÉÉÉÉÉM!! NÃO AGUENTO MAIS ANDAAAAAR
Arthur: você não andou nem 900 metros.
Helena: TUDO ISSO??? MEUS DEUSES EU VOU MORREEEEEEEER

Ele sorriu do meu drama, o que não é bom. ELE SORRIU! ELE DEVIA ME XINGAR OU REVIRAR OS OLHOS! ELE NÃO DEVIA SORRIR!!!!

Arthur: vai querer o que?
Helena: Hmm *olhei o cardápio na mesa e apontei para uma bacia grande de açaí* eu quero essa bacia de açaí.
Arthur: Meu Deus... Ela é enorme, vai dividir comigo?
Helena: que dividir o que, é tudo pra mim uai.

Ele começou a rir de mim. Okay, algo de errado não está certo. O passarinho escolheu o que queria e fez o pedido num português muito bom que eu não entendi nada.
O carinha logo trouxe meu pedido e trouxe um potinho pequeno pro passarinho.
Tá, eu admito, nem esperei o carinha chegar, já peguei a bacia e comecei a comer.

Helena: Meus deuses... *maravilhada e com os olhos brilhando* ISSO É MUITO BOOOOOOM!!! EU QUERO 5 DESSES PRA VIAGEM!!!
Arthur: o que você quiser *sorrio*
Helena: o que eu quiser??? Paga um churrasco também então
Arthur: tá

Sorri e voltei a comer, sem nem olhar para ele e colocando colherada atrás de colherada em minha boca.

Arthur: você parece....
Helena: o quê? Esfomeada? Gulosa? Estranha?

Pera... por que Hades eu estou me importando com o que ele acha que eu pareço!?!? Para Helena, não demonstre isso. Você tem que demonstrar indiferença e apenas indiferença.

Arthur: Feliz
Helena: *dou de ombros* comida me deixa feliz.

Agora sim ele tá rindo da minha cara, isso não é legal. Tá, é legal quando sou EU quem dou risada. Porque minha risada é linda e maravilhosa igual o resto de mim. Mas... até que a risada dele era bonita... tipo, é uma risada... fofa. Pera lá! Helena, o que Hades você tá pensando!?!? Muda esses pensamentos para você, Helena!!!
Ele parou de rir e me olhou meio sério.

Arthur: bom, depois desse açaí, enquanto eles preparam suas 5 bacias pra viagem, levarei você para comer um churrasco, está bem?
Helena: parece perfeito.
Arthur: *murmuro* então já sei como ganhar você...
Helena: *murmuro pra ele, sorrindo de forma meio maldosa e brincalhona* vá sonhando, passarinho.

Ele sorriu para mim de volta e entrou nessa "brincadeira", mas acho que ele falava sério. Ele se debruçou um pouco na mesa e aproximou o rosto do meu.

Arthur: *sussurrando* seu coração será meu, minha cara Fantasminha. E o meu coração se tornará seu, para que você possa fazer o que quiser, mas não importa o que faça, eu sempre a desejarei.

A proximidade com o rosto dele me fez ficar corada e levemente sem jeito. Ver aqueles olhos cor de mel tão próximos fitando os meus era de certa forma desconcertante. Ele se aproximou um pouco mais ao ponto de eu conseguir sentir seu nariz no meu. Puxei uma raiva inexistente de sabe Zeus da onde e falei, ainda corada e meio sem jeito mas usando essa raiva.

Helena: afaste-se agora ou irei te cravar inúmeras facas e flechas de sombras.

Ele se afastou e terminou seu açaí. Ficou em silêncio, sorrindo e me olhando comer o resto da minha bacia. Eu com certeza estava com problemas. Eu estava corando com falas e atitudes dele, estava sendo menos grossa com ele... é, eu com certeza estou doente. Depois peço para Kaayra me curar e tudo certo, provavelmente não faz mal para uma imortal ajudar uma semideusa mortal de vez em quando. Sim, eu estou com ciúmes dela ser imortal...
Terminei de comer minha bacia de açaí. Arthur foi até o caixa, pagou pelos açaís e pediu para que fizessem as outras 5 bacias para viagem. Aparentemente eles não recebiam pedidos assim, já que ficaram bem surpresos. Eu e Arthur saímos do estabelecimento.

Arthur: vem, tem uma churrascaria por aqui.
Helena: beleza.

Fomos caminhando por um tempo até acharmos uma grande churrascaria, entramos e pegamos uma mesa num canto afastado e tranquilo. Ele puxou a cadeira para eu me sentar, mas, de birra, eu sentei numa outra cadeira. Ele riu baixo e sentou na que havia puxado.

Arthur: você quer ser do tipo difícil então, Fantasminha?
Helena: eu sou do tipo difícil, Vagalume.
Arthur: tudo bem, é como diz o ditado humano: "água molhe, pedra dura, tanto bate até que fura." Não me importo de ser uma água persistente.

Eu sorri com isso. Tipo, não foi um sorriso brincalhão ou maldoso, foi um sorriso genuíno, um sorriso contente. Argh, o que esse garoto tá fazendo comigo?
Arthur chamou um carinha que trabalha nessa churrascaria em que estamos e pediu para ele alguma coisa que eu não faço menor ideia do que seja.

Helena: ahn... o que você pediu para ele?
Arthur: pedi que trouxesse a melhor e mais suculenta carne que eles têm na churrasqueira. Minha dama merece comer o melhor possível dos restaurantes.

Ok, agora eu estou sem jeito e meio surpresa.

Helena: isso não vai sair caro demais não?
Arthur: não se preocupe, tenho dinheiro suficiente. Mas depois, teremos que sair correndo.
Helena: hm? Por quê?
Arthur: *falando meio baixo* porque o dinheiro que eu faço vem de um plasma. O tecido da realidade é feito desse plasma, que também usamos para fazer esses avatares, o dinheiro e outras coisas que sejam necessárias.
Helena: eca, então seu corpo e feito de um líquido viscoso e esquisito?
Arthur: mais ou menos isso. No caso dos Ofanins e Elohins, temos a habilidade de usar nossos corpos etéreos aqui na terra. Então fica tranquila que eu não sou feito de líquido.
Helena: a Kaayra é?
Arthur: não, ela é... um caso a parte. E eu sei que você queria zoar ela por isso.
Helena: saco...

O carinha que falou com Arthur antes veio até nossa mesa com um pedaço meio grande de uma carne que Arthur me disse depois ser Costela de Boi. Ele pegou alguns poucos pedaços sem gordura alguma, deixando todo o resto da carne para mim. O que foi perfeito, obviamente. Logo que terminamos de comer, Arthur pagou a conta e fomos correndo pegar as bacias de açaí para a viagem e corremos para chegar no barco logo. Ele levou as 5 bacias pro freezer que tínhamos ali no barco (sabe Zeus para que exatamente) e eu chamei Kay para um canto para podermos conversar.

Um Milagre Entre SemideusesOnde histórias criam vida. Descubra agora