Um Milagre Entre Semideuses

Capítulo 34 - Helena

Andira nos guiou até próximo da onde era o templo dela e nos deixou sozinhos ali. Logo que chegamos Urakin "convocou" um martelo.

Annabeth: esse é...?
Urakin: o Mjolnir? Sim, ele mesmo... explico mais tarde. O sinal que vou dar será o martelo voando para cá e voltando lá para dentro.
Helena: isso não parece muito prudente...
Hazel: mas acho que não temos escolha.
Arthur: Hazel está certa. É melhor irmos logo com isso, antes que percamos o elemento surpreso.

Urakin saiu correndo em direção o templo, ele de fato era rápido e muito silencioso.

Helena: mas...anjos não podem sentir outros?
Arthur: Urakin sabe esconder a aura dele.
Leo: mas e você e Kaayra?
Arthur: eu aprendi a fazer isso, por menos tempo que Urakin, mas aprendi. Já Kaayra ainda tem um provável feitiço feito pela mãe dela a escondendo... além disso, o sangue de Poseidon deixa ela com um cheiro forte de maresia.
Kaayra: me sinto sendo chamada de fedida...
Arthur: perdão, essa não é a minha intenção.
Hazel: vocês, anjos, conseguem sentir nosso cheiro igual monstros e deuses?
Arthur: na verdade sentimos bem pouco, mas isso porque geralmente usamos outros meios pra perceber vocês. Os que realmente sentem seus cheiros sãos os Querubins....
Annabeth: acha que será fácil resgatar Ablon?
Arthur: não sei... se Urakin não encontrar nenhum dos agentes inimigos, creio que sim. Mas não acho que deixariam ele desprotegido, só se acharem que ela viria sozinha...
Helena: melhor tomarmos cuidado então...

De repente o Mjolnir voou em nossa direção e quase, por muito pouco, não acertou a cara de Kay. Isso teria sido bem engraçado se tivesse acertado. Depois voltou pro templo Yamí.

Helena: essa é a nossa deixa então.
Annabeth: vamos em silêncio. Não sabemos se foi de fato Urakin e se ele não foi enganado sobre haver ou não mais alguém.

Fomos andando até o templo pelas sombras, que eram muitas já que estávamos numa floresta enorme, e no máximo de silêncio possível. Era impressionante como a Kay conseguia ser silenciosa com todo aquele peso das asas enquanto Leo, que só carregava o cinto dele, conseguia fazer tanto barulho ao pisar em folhas e galhos.
Chegamos no templo e logo entramos, um de cada vez. No centro, deitado num tipo de altar, estava um homem loiro completamente congelado.

Urakin: não encontrei nada, homem, anjo ou monstro. Ablon está meditando ao que parece, mas consegue nos ouvir.
Helena: meditando? Deitado? Conta outra piada vai...
Annabeth: ok, ele está congelado, então Kaayra e Leo vão até ele.
Kaayra: Helena vai junto comigo também...
Annabeth: tudo bem, só tomem cuidado.

Nós três fomos até Ablon que logo "acordou" com a nossa chegada. Kaayra olhou o rosto dele e em seguida abaixou um pouco a cabeça, enquanto o anjo, que parece um alemão, ali a olhou com curiosidade.

Helena: por que quer eu aqui?
Kaayra: preciso da sua força bruta com uma clava pequena.
Leo: isso não vai ferir seu pai?
Kaayra: Querubins tem resistência enorme a impacto, a força da Lena deve causar estrago só ao gelo. Você vai do outro lado e tenta derreter o gelo, eu vou fazer o mesmo.
Leo: *dando a volta no altar já* beleza.
Helena: não acha que tá... fácil demais?
Kaayra: *sussurro* tenho certeza... algo está errado... Mas melhor começarmos logo...

Leo tirou uma clava pequena do cinto de ferramentas dele e me entregou, logo já comecei a bater no gelo, descontando minha raiva (e talvez, só talvez, ciúmes) de Andira e Iara. As mãos de Leo se incendiaram e Kaayra fechou os olhos, tentando se concentrar.
Não sei o que ela acha que podia fazer, nem ela nem Percy nunca tinham conseguido controlar tão bem o gelo. Claro, Percy, com muito tempo de treino, conseguia controlar partes médias e congelar as coisas. Mas Kay? Kaayra não sabia nem fazer 1/100 disso.

Ablon: *falando com certa dificuldade* desistam...
Helena: você decide falar agora e tudo que fala é essa bobeira? Sabe o que enfrentamos pra chegar até aqui?
Ablon: entenda, o anjo que fez esse gelo deve ser morto para que o gelo se desfaça. Nem você, com essa clava, tá conseguindo sequer tirar lascas do gelo.
Helena: pare de dizer baboseiras.

Kaayra parou de se concentrar e suspirou, quase chorando.

Kaayra: ele tá certo...não tem o que possamos fazer até matar aquele que fez isso.
Leo: certeza? Acho que meu fogo consegue derreter... Ou talvez fogo grego, aprendi a controlar as chamas dele, posso tentar...
Helena: tem certeza? Isso vai acabar matando o alemão aqui.

Olhei direito pro anjo e percebi que ele e Kaayra tinham o mesmo olho. A única diferença é que o dele, além de cinza, estava sempre como se um lince olhasse para você, calculando como te atacar para te matar, enquanto o da Kaayra constantemente era como um gato carente te observando. Mas eu já tinha visto ela com os "olhos de lince", e, vai por mim, aquilo era assustador até para mim.

Ablon: creio que eles devem chegar logo aqui. Eles nunca saem por tempo demais e, quando o anjo guerreiro ali chegou, provavelmente eles foram avisados.
Kaayra: *murmurando pra apenas Helena e Ablon ouvir* melhor agrupar os outros aqui...se estiverem todos próximos, fica fácil pra protegê-los.
Helena: e pretende proteger como!? Por acaso Tyson te deu um escudo gigante?
Kaayra: *olho pra ela e sorrio de canto* eu serei o escudo... As asas podem proteger o que eu não conseguir.
Leo: isso é suicídio, Aquagirl. Suas asas nem se recuperaram direito das flechas dos mini-caiporas.
Kaayra: eu sei o que tô fazendo...

Ela se virou para os outros e os chamou. Logo vieram até nós, sem entender porque tinha que ser todo mundo.

Annabeth: por que estão demorando tanto para tirar ele daí?
Kaayra: tem algo errado... está tudo fácil demais.
Arthur: como assim? Isso não era pra ser bom?
Urakin: eles devem estar vindo para cá, não é?
Helena: de acordo com o alemão congelado aqui, sim.
Kaayra: pa-, digo, Abl-, digo... Argh, isso é complicado. Enfim, Ablon ou pai, sei lá, como são os anjos? De que... castas eles são?

Era hilário ela sem saber como chamar o próprio pai.

Ablon: *rio fraco* um é um Hashmalin, controla muito bem as sombras, o outro é um Ishim da água, mas só controla o gelo.
Annabeth: você tá formulando um plano já?
Kaayra: mais ou menos... A Helena e a Hazel poderiam cuidar da ou do Hashmalin...
Annbeth: elas vão precisar da ajuda do Arthur.
Kaayra: isso. Você, Urakin e Leo tentem tirar... o anjo aqui do gelo.
Urakin: como?
Annabeth: você na força bruta, eu com a espada e Leo... tentando derreter?
Leo: vou tentar derreter pedaços pequenos com as chamas do fogo grego.
Hazel: lembre de tomar cuidado. Fogo grego é extremamente imprevisível até pros seus poderes
Leo: pode deixar
Helena: e você, Kay?
Kaayra: eu vou cuidar do anjo de gelo...

Olhei nos olhos dela e percebi os olhos de Fúria Felina aparecendo nela. Aquele anjo que iria enfrentá-la estava frito. Ou melhor, congelado. De repente, Ablon, Urakin e Arthur prenderam um pouco a respiração. Kaayra, acho que sentindo perigo, se colocou mais atrás de nós e olhou para a entrada.

Ablon/Urakin: eles estão vindo.