Capítulo 9 - Hazel

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Eu e Frank estávamos indo para o CHB passar um tempo lá, tínhamos alguns treinos que precisávamos fazer com eles, seria divertido.
Estávamos indo pelo mar pois acabava sendo mais seguro que ir por terra, apesar de ainda assim aparecer alguns monstros... Frank veio metade do caminho teimando comigo, dizendo que era melhor ele ter se transformado em um animal aquático ou voador e chegaríamos bem mais rápido, enquanto eu dizia que era melhor irmos de barco já que, assim, ele não chegaria exausto no acampamento, só passando mal, um pouco.

Hazel: chegamos querido.
Frank: finalmente....

Atraquei o barco na areia e desci a âncora. Como Frank passava mal quando estávamos num barco, acabei aprendendo a controlar e a fazer todas as outras coisas, além de fazermos certas... gambiarras para ficar mais fácil para mim. Descemos do barco com nossas coisas e fomos andando para a Casa Grande.

Frank: que estranho, tá tudo tão silencioso aqui...
Hazel: eles devem estar fazendo alguma atividade... Mas é estranho que não tenha ninguém para receber a gente... Quíron havia dito que alguém viria, não?
Frank: acho que sim. Acha que poderemos dormir no mesmo chalé...?
Hazel *sorrio, olho para ele*: você sabe muito bem que Quíron não vai deixar; além do mais, Nico está aqui e eu tenho a Helena de meia-irmã também.
Frank: mas...
Hazel: querido, nós teremos todas as nossas atividades juntas, ficar separado durante a noite não será o fim do mundo.
Frank: ok, ok...

Caminhamos um pouco mais e chegamos a varanda da Casa e, quando olhamos ali, eu quase tive um ataque cardíaco. Jogada no chão, cobertas por penas e com uma poça de sangue ao seu redor, estava Kaayra.

Hazel/Frank: KAAYRA!

Eu corri para ela, para ver se dava para ajudar de alguma forma. Procurei a pulsação dela e achei, estava meio fraca, mas até que ritmada. Frank deixou nossas coisas no chão e saiu correndo em busca de alguém.
Tentei retirar aquele monte de pena de cima dela, o que caramba havia atacado ela e deixou tantas penas para trás?? Mas aí percebi, as penas não saíam. Por mais que eu tentava tirar, puxar, qualquer coisa, nenhuma pena saía. E então tentei levantar um tanto de penas, todas aquelas levantaram. Eram pesadas demais todas juntas, estavam grudadas numa envergadura grande de uma asa. Estiquei o máximo possível, devia ter 1 metro e pouco de comprimento e estavam sujas de sangue, impedindo que eu descobrisse qual é a cor exata delas.

Hazel: então agora... agora a verdade virá a tona para ela... não tem como esconder mais...

E então Frank voltou junto de Quíron, Percy, Will e Helena. Eles me viram mexendo com cuidado nas asas de Kaayra e vi as reações deles. Helena estava a ponto de chorar, mas estava surpresa; Percy e Will pareciam preocupados e surpresos; Quíron mostrava o semblante sereno de sempre, mas também havia um "q" de surpresa em seus olhos de mais de 3000 anos.
Ajudamos Quíron a colocá-la em seu lombo e levá-la para a enfermaria.

*******

Havia acabado de tomar café da manhã junto do Frank e estávamos indo para a enfermaria ver Kaayra. Lena, que estava conosco, estava silenciosa desde que sentou à mesa, ela parecia preocupada com a melhor amiga, o que era compreensível. Todos nós estávamos.
Na noite anterior, quando levamos Kaayra para enfermaria, tivemos que fazer um curativo ao redor da parte que junta as asas nas costas dela e tivemos que limpa-la. Essa parte foi difícil, já que ela estava mais pesada com toda aquela envergadura alada.
Will e Percy ficaram lá, Percy porque não queria tirar os olhos dela e porque estava limpando as penas com cuidado. E Will porque, bem, ele é o enfermeiro, então tinha que ficar por perto para observar as melhoras dela.

Hazel: como está, Helena?
Helena: preocupada... queria ter ficado por perto quando deixamos ela na enfermaria...mas Will não deixou....
Frank: calma, Lena, a Kay é forte, ela vai ficar bem.
Helena: eu sei é que.... *mordendo o lábio* estou preocupada que aquelas...aquelas asas tenham ferido algo no corpo dela.
Hazel: eu acho que não feriram. Pelo o que eu e Frank sabemos, ela já tinha as asas quando nasceu... mas também não sei porque nunca se... manifestaram.

E voltamos ao silêncio. Entramos na enfermaria e vimos um Percy exausto sentado de forma protetora olhando a irmã e um Will igualmente exausto.

Frank: vocês dois chegaram a dormir?
Percy: não conseguimos...

Ao chegarmos mais perto percebemos que os braços e pernas da Kay estavam amarrados na cama.

Helena: pelos deuses, vocês são loucos!? Por Que amarraram-na!?!?
Will: ela começou a ter sonhos agitados durante a noite. Do nada começou a se debater, tivemos que fazer isso daí. Se ela continua-se, podia se ferir muito.
Percy: mas foi um longo tempo até conseguirmos amarrar enquanto segurávamos ela para não nos machucar.

Enquanto Helena perguntava umas 300 vezes se ela estava bem, quais os sonhos que ela teve, eu observei as asas de Kay. Agora que não estavam com tanto sangue, dava para ver de que cor era. Era quase toda azul bem clara, mas as penas mais nas pontas eram tão brancas quanto a espuma do mar. Era de tirar o fôlego.

Helena: Percy, vá descansar. Você está com uma cara horrível!
Percy: eu não vou sair do lado dela
Will: mas Percy, Helena tá certa...
Percy: você também não está com a melhor aparência do mundo, Will! Se Nico te ver assim, você vai estar ferrado
Frank: e se a Annabeth te ver assim, Percy, você quem estará ferrado.
Hazel: calma gente... todos tem um pouco de razão... então vamos fazer assim: eu fico aqui com a Kay e qualquer coisa eu aviso vocês, Percy e Helena. E também chamamos um filho de Apolo pra ajudar em qualquer coisa que seja preciso.
Frank: mas, Hazel...
Hazel: desculpe querido, mas vai ser só até A hora do almoço...
Frank: ok...
Percy: está bem... pode ser... mas, sério, Hazel: qualquer coisa que ocorrer, me diga.
Helena: e a mim também.
Hazel: pode deixar.

Percy saiu, junto de Will que foi chamar um irmão dele para ficar ali. Lena se aproximou de Kay e ficou olhando ela ali.

Frank: eu venho para cá assim que meu treino acabar, ok? Não quero ficar mais longe de ti...
Hazel: está bem, meu pandinha.

Ele se abaixou e demos alguns selinhos um no outro. Ele e Lena saíram da enfermaria e eu me sentei ao lado da cama de Kay, desejando que ela ficasse bem.

Um Milagre Entre SemideusesOnde histórias criam vida. Descubra agora