Capítulo 35 - Urakin

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Arthur: *gaguejando* mas já!?
Kaayra: *falo, séria* continuem tentando tirar ele daí sem optar pelo fogo grego, use ele só como última opção.
Leo: certo, certo.
Urakin: e o que pensa que você vai fazer?
Kaayra: proteger vocês caso eles apareçam. Minhas asas podem servir de escudo para vocês, só preciso que fiquem próximos uns dos outros. Vai dois pro lado em que o Valdez tá e fiquem próximos um do outro.
Arthur: mas...
Kaayra: *olho por cima do ombro, séria* como líder da missão, eu estou ordenando.

Olhando nos olhos de Kaayra senti um arrepio passar por minha espinha e vi o pai dela sorrir de um jeito como se divertir-se ao ver a filha com aquele olhar, e confesso que eu mesmo gostei daquilo. O olhar dela estava digno de uma Querubim pura pronta para matar, isso me fez sentir certo orgulho dela.
Eu e Arthur nos estreolhamos mas obedecemos, indo, nós dois, para junto do Valdez. Todos tentavam de tudo para quebrada o gelo mas nada que fazíamos quebrava aquele gelo.

Hazel: não tá adiantando Kay! Nada que fazemos quebra.

E então duas presenças, uma maligna e a outra gelada, entraram e nos olharam seriamente.

??: que bela reunião familiar temos aqui, não acha Yaga?
Yaga: com certeza, Samazel... a nossa nova arma acaba de chegar para ver a morte do pai
Samazel: é tão triste termos que fazer isso logo agora... até onde sabemos você não o conheceu direito não é? Mas podemos afirmar que você tem os olhos dourados de lince do seu pai. Diferente que os dele são cinza...
Kaayra: vocês não vão tocar um dedo no meu pai.
Samazel: não podemos tocar um dedo nele? Então que tal "tocarmos" facas de gelo?
Arthur: essa não...

Dizendo aquilo, Samazel fez 8 facas de gelo aparecerem no ar e voarem na nossa direção. Imagino que, por reação, Kaayra simplesmente abriu as asas e deixou-se ser acertada em cheio por cada uma das facas. O grito que ela soltou foi ensurdecedor e agonizante.
Se ela não tivesse feito isso, eu teria sido atingido no peito por uma daquelas. Mas ela precisava de ajuda. Tentei me mover para tal, mas percebi que não sentia mais meu sangue correndo por minhas veias. Só sentia minha boca.

Arthur: o... quê...?
Samazel: mas... que... diabos?

Pelo visto até ele estava surpreso. Kaayra ofegava em nossa frente e fez o gelo sair das asas dela e cair no chão. Logo em seguida consegui me mover e quase cai.

Helena: que porra foi essa!?
Annabeth: Kaayra... você...?
Ablon: o sangue de Poseidon... ajudou ela a controlar o sangue de todos aqui...
Kaayra: lembrem do combinado de quem luta com quem, correto?
Samazel: só porque você controlou meu sangue acha que serão capazes de lutar contra mim e Yaga!? São mesmo crianças! *Rio um pouco*
Urakin: você não faz ideia então, Samazel?
Leo: é, você vai ser morto pela garota mais forte que existe!
Arthur: *murmuro* não tenho tanta confiança quanto vocês.
Kaayra: irei afastar eles um do outro... depois a divisão que eu disse antes.
Arthur: mas co-

Antes que ele pudesse terminar de dizer, ela fez as facas de gelo do chão se elevarem e voarem em direção a Yaga e Samazel. A primeira foi pro lado direito, fugindo, enquanto Samazel ficou no lugar. Ele tentou desviar o curso das facas para o lado, mas elas só acertaram ele nas asas, fazendo-o sofrer da mesma dor que causou a Kaayra.
Helena, Hazel e Arthur correram em direção a Yaga, enquanto eu e os outros ficamos tentando quebrar o gelo e Kaayra andou alguns passos para frente, retirando facas da bolsa do cinto e atirando-as em Samazel, que mal conseguia desviar.

Ablon: mas como... como ela tem uma pontaria tão boa para essa distância toda?
Leo: sua filha é a melhor atiradora de facas do acampamento, muchacho.
Ablon: ta, mas como?
Leo: nenhuma espada se adequava a ela *tentando derreter o gelo* então desde cedo ela tentou aprender a atirar facas. No início ela nunca acertava o alvo, mas me acertava... aí depois ela foi pegando o jeito mas ainda errava as vezes. E quando ficava triste por errar eu consolava dizendo "Ei, você acertou o alvo móvel aqui! Não se preocupe por errar um" *sorrio, nostálgico* isso a deixava animada e ela voltava a atirar as facas.
Ablon: qual sua relação com minha filha?
Leo: sou apenas o melhor amigo dela, depois de Helena. Eu quem sempre apoiava ela nesses treinos com facas e em outras coisas.
Ablon: ela já teve algum... relacionamento?
Annabeth: *batendo a espada no gelo* depois você pergunta isso a ela... por que não começa tentando quebrar isso de dentro para fora?
Urakin: se afastem, vou tentar jogar um raio no gelo.
Annabeth: está louco!? A parte do Leo tem pequenas gotículas que viram água e voltam a se congelar! Se você jogar um raio, irá eletroculá-lo! Vocês podem ser resistentes, mas é resistente a ira da Kaayra?
Leo: ela tá certa, brutamontes. Você viu o que a Kaayra fez com a Lula, acha que ela vai pegar leve com você só por ser nosso colega?
Ablon: minha filha lutou contra uma lula?
Leo: explicamos depois.
Annabeth: Leo, usa o fogo grego. Não temos mais opções. Você garante que pode controlar as chamas?
Leo: claro que sim, baby.
Urakin: use nos pés dele primeiro, se não funcionar até Kay matar Samazel, ele consegue sair de perto do fogo mais rápido.
Annabeth: ótima ideia.
Leo: cuidem pra que eu não seja atingido por nada, por favor.

Ouvia o barulho da batalha e me controlava para não sair dali e ir ajudar Kay, era difícil ir contra o próprio instinto de Querubim, mas agora esses dois precisavam de mim.
Valdez pegou um frasco de fogo grego e derramou um pouco no gelo, perto dos pés do Primeiro General. Logo as chamas brotaram e ele começou a controlar elas, aparentemente com uma enorme dificuldade. Ele mexia elas em círculo por ali, sempre passando várias e várias vezes no mesmo lugar para derreter. Era difícil saber se funcionava ou não, não dava para ver direito.

Leo: tá sentindo algum calor nos pés, Ablon?
Ablon: nada, nem o menor calor.
Leo: bom, sorte que temos um grande tempo pra fazer isso...

Um Milagre Entre SemideusesOnde histórias criam vida. Descubra agora