Capítulo 36 - Helena

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Kaayra atirou as facas de gelo contra os dois, Yaga, por reflexo, desviou se enfiando nas sombras e foi para a direita, enquanto seu companheiro ficou no lugar e tentou desviar o curso das facas, mas só conseguiu ser atingido nas asas e sofrendo de dores enormes, assim como causou a minha amiga.
Sinceramente, aquilo foi super perfeito, beirando o hilário e eu até riria se não tivesse que lutar contra aquela lula humana ou seja lá o que ela é.
Hazel, Arthur e eu fomos para direção em que Yaga sumiu e reapareceu das sombras. Hazel pegou a espata dela e Arthur fez as esferas de luz dele aparecerem, enquanto eu fiz um arco de sombras aparecer.

Yaga: olha só, uma "dobradora" de escuridão? Seria interessante ter você como aluna...
Helena: ser aluna de uma lula ou sei lá o que você é? Tô fora.

Arthur atirava as esferas de luz, o que pelo visto tirava todas as opções de fuga da moça esquisita. Hazel cortava cada um daqueles tentáculos que se aproximavam dela e eu atirava flechas, tentando acertar o ponto vital dela.

Yaga: por que está do lado dessas humanas imundas, Cura dos Jovens? *tento acerta-lo com um tentáculo no rosto* anjos não deviam se rebaixar a isso.
Arthur: primeiro de tudo, sua nojenta das sombras, *jogo uma esfera de luz no meio da cara dela e desvio de um tentáculo* humanos são seres incríveis que nós, anjos, deveríamos ajudar, era essa a vontade de Yaweh. Segundo, jamais chame a minha Helena de imunda.

Nesse momento Arthur fez a coisa mais fofa e idiota que poderia fazer: pulou para cima daquela songamonga das trevas e acertou um chute no rosto dela, que, por incrível que pareça, foi capaz de deslocar o nariz dela. A songamonga revidou, socando meu Vagalume na barriga e o afastando.
Hazel, já que estava mais perto, acabou precisando segura-lo, mas isso quase custou a vida deles, se eu não estivesse ali e tivesse invocado o esqueleto de um indígena guerreiro com sua lança, que atacava a songamonga com tudo e protegia minha irmã e meu... não sei o que ele é meu.

Hazel: obrigado Helena, isso foi útil.
Helena: consegue fazer alguma jóia grande e pontuda sair da terra?
Hazel: sim, mas isso levaria um tempo grande...
Arthur: quanto tempo mais ou menos?
Hazel: depende muito da profundidade... mas creio que pelo menos 30 minutos.

O guerreiro indígena estava passando por dificuldades, já que parecia gritar por ajuda.

Helena: certo, a gente segura ela até você conseguir achar algo grande como uma flecha e pontudo que seja feito de algum material precioso.
Arthur: acha que vamos dar conta?
Helena: com a ajuda de uns guerreiros, sim.

E então me concentrei ao máximo, invocando inúmeros esqueletos indígenas, provavelmente do povo daquela deusa com quem conversamos antes, todos surgindo com lanças ou arco e flechas. Gritei a ordem de ataque para eles e logo começaram a cercar, atirar flechas e lanças na songamonga das trevas. Os tentáculos dela logo estavam reduzidos para muito próximo dela e nós podemos avançar, atacando mais de perto.

Yaga: *se defendendo e atacando* vocês são muito bons para meros mortais...
Helena: aí que está, vadia. Não somos só mortais, somos filhas de Hades e iremos matar você!
Arthur: iremos acabar com você Yaga. Essa garota é tão forte quanto um Querubim e mil vezes mais inteligente que você.
Helena: prepare-se para ser destruída.

Eu atirava inúmeras flechas nela e, com a ajuda da distração que Arthur dava com suas esferas de luz, era muito fácil confundi-la e acertar, mas ainda não havia como eu acerta-la no coração, precisava esperar mais pelo momento certo. Atrás de mim ouvia os barulhos da luta entre Kaayra e o anjo branco, era distinguível vários xingamentos vindos de Kay... eu avisei aquela maluca que ela não podia lutar sozinha... Mas agora precisava me concentrar na minha luta para depois ajudá-la.

Hazel: já encontrei algo! Mais um pouco e eu consigo, aguentem firme!
Arthur: Helena, os guerreiros estão começando a ser massacrados por ela!
Helena: eu sei! Mas não tem o que eu fazer, Nico não me ensinou ainda como manter eles "vivos" por mais tempo!

Nesse momento, um tentáculo acertou Arthur com força demais, o lançando para perto do altar. Senti certa raiva nascer em meu peito, larguei o arco e flecha e parti para cima da songamonga. Peguei uma lança do chão e comecei a golpeá-la tão rápido e forte quanto os guerreiros.
As feridas nela começaram a se tornar enormes e ela começava a ficar mais fraca. Me afastei quando uma enorme bola de luz passou por cima da minha cabeça, fui para o lado de Hazel.

Hazel: consegui!

Logo ela me deu uma ponta de lança branca como a espada de Kaayra, parecia algo perfeito para matar a songamonga. Do outro lado, ouvimos um longo grito ensurdecedor de dor e agonia. Todos paramos para olhar uma Kaayra em estado de certa fúria com uma fina aura azul a cercando e com a espada cravada no peito do anjo branco que estava caído de joelhos e congelado. Ela conseguiu. Assassinou aquele cara. Só faltava a songamonga.

Arthur: você não vai fugir agora Yaga! Você não vai perturbar mais ninguém!

Olhei para Yaga novamente. Ela não tentava fugir, ela pegava o pedaço da ponta de uma lança com um tentáculo e apontava para um de nós. Eu sabia o que ela iria fazer.

Hazel: ela não está tentando fugir!
Ablon: vocês 4, saiam daí!
Helena: você não vai fazer isso...

Conjurei novamente meu arco, atirei o pedaço de lança de Platina Branca direto no coração dela, tentando acerta-la antes que ela atirasse o dardo. Foi um pouco tarde, quando a "flecha" se aproximou dela, a songamonga já havia atirado o dardo dela.

Arthur: espera, Helena, não! *tento segurar a mão dela*

Evitei o Arthur e fui pelas sombras no caminho da lança assim que ela atirou-a para tentar desviar o curso dela. Quando apareci novamente, pude ver minha "flecha" atingindo o coração da songamonga e a matando na hora.

Arthur: HELENA!!!

Mas eu apareci no momento errado e no local errado por conta do meu desespero para parar aquilo. O "dardo" de Yaga também acertou um alvo...

Um Milagre Entre SemideusesOnde histórias criam vida. Descubra agora